A caixa de pandora

Um dos grandes dramas deste ponto a que chegámos, é que as grandes crises (climática, covid, guerra) servem para empresas gigantes aumentarem os seus imorais lucros, enquanto as populações são espremidas até ao tutano. É obviamente inadmissível que os ganhos astronómicos das indústrias farmacêutica, do armamento, energética, sector financeiro, digitais, não sejam adequadamente tributados para mitigar os efeitos destas crises que abalam o mundo na proporção dos seus inesperados lucros.

Os irresponsáveis responsáveis políticos das últimas décadas andaram – e continuam – a servir os interesses das gigantes multinacionais, a submeter tudo ao chamariz do investimento estrangeiro, deixando largamente abertas as portas à fuga para paraísos fiscais, às empresas “caixa de correio”, à compra, a preço de ouro, de títulos de propriedade intelectual de subsidiárias do mesmo grupo, assinando acordos de “livre comércio” feitos à medida dos interesses do grande negócio, sacrificando os direitos humanos e o planeta.

Os governos que elegemos como nossos representantes, entregaram-se, libertaram das regulações os negócios, enquanto a si próprios colocaram pesadas algemas limitadoras do direito a regular. Na mais benevolente das hipóteses, agora, têm medo dos monstros que pariram e continuam no trilho do abismo, para nosso mal. Mas vendo bem, por pensarem em horizontes de quatro ou cinco anos como é seu apanágio, não será medo, mas a mera inércia e conforto, que os impede de retomar as rédeas, de ter e realizar a visão de um mundo mais parcimonioso, duradouro e feliz, em vez de prosseguirem correndo atrás da engorda, de um contínuo crescimento balofo, vazio e destruidor, que só a uma minoria serve.

Comments


  1. Indo um pouco mais longe na linha de pensamento da Ana, cito: ” a guerra de que falo é muito mais abrangente, pois acontece em todo o lado. É uma guerra de todos os governos contra a sua população e de cada instituição internacional contra a Humanidade livre… A maioria das vítimas nem sequer a consegue identificar como guerra nem perceber que são participantes nela sem querer. Chama-se guerra de 5ª geração (5GW) e não é apenas travada nos teatros conhecidos , mas sobretudo na mente dos cidadãos…Respeita a uma dominação total e abrange todos os aspectos da nossa vida, todos os nossos movimentos, interacções e desejos…Os seus campos predilectos são a guerra da informação, a neurológica, a biológica, a económica, etc…”
    In The Corbett Report”, 28-3-2022

  2. JgMenos says:

    Quando vejo matilhas de imbecis nas cadeiras de potenciais reguladores, e delirantes progressistas a clamar por regulação, a imagem de aldeia entre montanhas dá-me um razoável conforto!

    • Rui Naldinho says:

      A mim também me dá um razoável conforto ler os teus comentários.
      Enquanto o nível de pensamento da nossa direita for como o teu, estamos tranquilos. Não voltam tão cedo a por a mão no pote.

    • POIS! says:

      Pois mas… para que paisagem está Vosselência a olhar?

      Olha! É o para o vizinho, que está a praticar nudismo na varanda! Vosselência tá cada vez mais míope, ó Menos!

  3. luis barreiro says:

    Mais que as empresas vejo o estado ganhar muito mais poder sobre as pessoas, bem pior, de empresa podes trocar de soba não.

    • POIS! says:

      Pois claro!

      A semana passada o “barreiro” estava afogado em trampa. Trocou e agora já está na merda.

      Parafraseando um conhecido baladeiro brasileiro:

      “esta é a vida que eu sempre quis! Estou na merda mas estou feliz”!

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  1. […] é, pois, o que diz “uma certa esquerda”, aquela para quem não há nada a fazer, nem há nada que fazer, perante a brutal guerra que […]