Quem ganha com a invasão da Ucrânia?

Quem está a ganhar com a invasão da Ucrânia?

São os russos?
Os chineses?
Os americanos?
As gasolineiras?
Os bancos?
A indústria alimentar?
Os autocratas?

Não falta quem esteja a ganhar com a destruição da Ucrânia. A guerra é e sempre foi bom negócio para muita gente.

Em particular para aqueles que produzem e vendem armamento.

A Ucrânia precisa dele, os países da NATO foram forçados a aumentar o investimento, a tensão crescente estimula ainda mais o mercado e a perspectiva de uma guerra de longa duração, a juntar a todas as outras, menos mediáticas, garante volume de negócio para duas décadas.

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A caixa de pandora

Um dos grandes dramas deste ponto a que chegámos, é que as grandes crises (climática, covid, guerra) servem para empresas gigantes aumentarem os seus imorais lucros, enquanto as populações são espremidas até ao tutano. É obviamente inadmissível que os ganhos astronómicos das indústrias farmacêutica, do armamento, energética, sector financeiro, digitais, não sejam adequadamente tributados para mitigar os efeitos destas crises que abalam o mundo na proporção dos seus inesperados lucros.

Os irresponsáveis responsáveis políticos das últimas décadas andaram – e continuam – a servir os interesses das gigantes multinacionais, a submeter tudo ao chamariz do investimento estrangeiro, deixando largamente abertas as portas à fuga para paraísos fiscais, às empresas “caixa de correio”, à compra, a preço de ouro, de títulos de propriedade intelectual de subsidiárias do mesmo grupo, assinando acordos de “livre comércio” feitos à medida dos interesses do grande negócio, sacrificando os direitos humanos e o planeta.

Os governos que elegemos como nossos representantes, entregaram-se, libertaram das regulações os negócios, enquanto a si próprios colocaram pesadas algemas limitadoras do direito a regular. Na mais benevolente das hipóteses, agora, têm medo dos monstros que pariram e continuam no trilho do abismo, para nosso mal. Mas vendo bem, por pensarem em horizontes de quatro ou cinco anos como é seu apanágio, não será medo, mas a mera inércia e conforto, que os impede de retomar as rédeas, de ter e realizar a visão de um mundo mais parcimonioso, duradouro e feliz, em vez de prosseguirem correndo atrás da engorda, de um contínuo crescimento balofo, vazio e destruidor, que só a uma minoria serve.

Esquerda Direita Volver 14 – Ucrânia: perspectivas de conflito e de paz

Este é o regresso da rubica “Esquerda Direita Volver” do PodAventar, com o assunto dominante: a invasão da Ucrânia pela Rússia, numa dupla perspectiva de conflito e de paz. Um debate desta feita sem moderação, com os aventadores António de Almeida, Fernando Moreira de Sá e José Mário Teixeira. Que conflito é este e como se pode sair dele?

Esquerda Direita Volver
Esquerda Direita Volver
Esquerda Direita Volver 14 - Ucrânia: perspectivas de conflito e de paz
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O Diabo veste Lockheed Martin

Na imagem temos o icónico Black Hawk UH-60, protagonista maior da força aérea norte-americana e de várias produções hollywoodescas, fabricado pela Sikorsky, subsidiária da Lockheed Martin, uma das maiores empresas mundiais de armamento e uma das grandes vencedoras de 20 anos de ocupação do Afeganistão. Feito que, de resto, se repete em todas as guerras e invasões provocadas por EUA & friends. O custo unitário deste helicóptero de guerra ronda os 6 milhões de dólares, mas pode variar em função dos extras, como vidros fumados, jantes de liga leve ou mísseis Hellfire.

A Lockheed Martin, liberalíssima, não descrimina na hora de vender os seus poderosos Black Hawk, de maneira que podemos encontrar exemplares da espécie em paragens tão distintas como a Suécia ou a Arábia Saudita, a Áustria ou a Albânia. E agora, com a saída apressada e em cima do joelho das forças que ocuparam o Afeganistão durante duas décadas, deixando para trás todo o tipo de material bélico, os Taliban passaram a ser proprietários de mais de 150 aeronaves, entre as quais três Black Hawk, drones ScanEagle e A-29s Super Tucano, para não falar nas dezenas de MRAPs e nos milhares de Humvee M1151 blindados.

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Assunção Cristas, uma indignada de ocasião

A líder do CDS-PP pediu ontem a demissão de Azeredo Lopes e Constança Urbano de Sousa. Cristas afirmou que “Não é possível restaurar a quebra de confiança que neste momento existe no Estado nos domínios da Defesa e da Segurança” sem que António Costa demita os ministros da Defesa e da Administração Interna, que “não souberam estar à altura das suas responsabilidades“, motivo que leva a candidata à CM de Lisboa a concluir que as suas demissões são “inevitáveis“. “Num e noutro caso, – prossegue Assunção Cristaso Governo tem fugido às suas responsabilidades e mostra-se incapaz de assumir os erros e tirar conclusões“. Por fim, Cristas afirma ainda esperar por “uma atitude firme por parte dos ministros em causa ou do primeiro-ministro, assumindo as suas responsabilidades e respetivas consequências políticas. Não o fizeram. Instámos o primeiro-ministro a retirar essas consequências. Não o fez. Passaram-se dias de um silêncio ensurdecedor“. And the blá blá blá goes on.

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O eixo do mal

Não confundir com o (excelente) Eixo do Mal da SIC Notícias. Este é literalmente um eixo do mal. Até uma espécie de bola de cristal os gajos têm. Aposto que a seguir foram dar umas chicotadas juntos, para celebrar a assinatura de mais um contrato de armamento, desta feita no valor de 110 mil milhões de dólares. Os carniceiros não são todos iguais e alguns a malta vai tolerando. Pelo menos enquanto houver petróleo, e estes têm que se fartam.

America first, Saudi Arabia second. It’s gonna be huuuuuge.

Vamos masé dar cabo disto tudo! A espiral da corrida ao armamento

Foto: Tomasz Waszczuk / dpa

Esteve quase, quase, para não comparecer à sua estreia na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO. Mas lá se deu ao trabalho porque, após intensa azáfama diplomática, os 28 Estados membros concordaram em antecipar, uma semana, o encontro que teve lugar em Bruxelas na passada sexta-feira. Mal chegado a Bruxelas, Rex Tillerson, chefe da diplomacia americana, declarou sem rodeios ao que vinha; a saber: a meta de 2% do PIB em gastos com Defesa é para ser cumprida; no prazo de um ano, há que apresentar resultados; os aliados que ainda não elaboraram um plano nacional concreto especificando como vão chegar ao gasto de 2% do PIB para a Defesa até 2024 vão ter que o elaborar. Claro, recado do chefe Trump, que já tinha feito o aviso.

“Considero totalmente irrealista acreditar-se que a Alemanha chegará a ter um orçamento militar de mais de 70 mil milhões de Euros por ano”; “Não conheço nenhum político alemão que acredite que isso é alcançável e nem sequer desejável” respondeu Sigmar Gabriel, ministro dos Negócios Estrangeiros alemão; “Nem sequer sei onde é que iríamos colocar todos os porta-aviões que teríamos que comprar se tivéssemos que investir 70 mil milhões de Euros por ano no exército alemão.” [Read more…]

Semear a guerra para colher milhões

À indústria bélica, a crise nunca chega (texto em espanhol).

A Grécia e a indústria militar

Já não tenho pachorra para o discurso politicamente correcto sobre a Grécia vivendo acima das suas possibilidades. Fica bem inventar arbustos onde até há jardins, mais as pensões a filhas solteiras como motor do endividamento externo, e hoje um ensaio sobre falsas cegueiras. A direita aproveita a Grécia para vergastar o estado social como se os atenienses vivessem em Estocolmo. Ora, para lá da corrupção típica de sucessivos governos de alterne,  talvez seja mais sensato olhar para a Grécia de hoje pensando na velha Esparta:

O segundo maior gastador em belicismos (% de PIB) da Nato continua a fazer comprinhas: os alemães estão muito chateados porque os franceses continuam a vender fragatas à Grécia (tipo empresto agora depois pagas), não porque isso seja absurdo neste momento mas porque não são eles a vendê-las. E talvez por aí pare o regabofe (não são só fragatas: os submarinos de Paulo Portas ao pé das encomendas gregas são uma brincadeira de meninos), até porque os maluquinhos insistem em comprar francês e americano, esquecendo-se de contribuir para a indústria militar alemã.

Claro que isto agora não interessa nada ao pé de umas vigarices na segurança social, e ainda sou acusado de propaganda anti-alemã se insisto muito em detalhes desta natureza.

Estas e outras fizeram de Arquiloco o meu poeta heleno favorito, muito por ter perdido um escudo em combate e cantado, antes o escudo que a vida.

Fonte do gráfico.

Investe em pornografia?

Não sabemos! Quando colocamos o nosso dinheiro numa qualquer empresa financeira, num Banco de Investimentos ou num Fundo de Pensões, nenhum de nós sabe se o nosso dinheiro anda a lucrar com actividades tão éticas como a pornografia, tráfico de armamento ou de droga.

O dinheiro vai no rasto da rentabilidade cega, não interessa se a actividade escraviza ou não seres humanos, é muito possível que o nosso dinheiro ande a financiar essas actividades! Eu sei que dormíriamos melhor sem isto, mas é melhor não termos veleidades. É certo que o nosso dinheiro anda por áreas que nos envergonham. Claro que nos Relatórios e Contas de grandes empresas estes milhões investidos e ganhos não aparecem em actividades que caem mal com a respeitabilidade reinante.

Numa daquelas investigações que só a BBC é capaz de fazer, descobriu-se que até o dinheiro das esmolas, doado pelos fiéis nas igrejas ( sim, na católica tambem…) estava investido em empresas que lucram muito dinheiro com a pornografia. Pode não ser directamente, mas o dinheiro anda lá a fazer mais dinheiro. O chamado “dinheiro fêmea”.

Que empresas? Google, Yahoo, Vodafone, Amazing, praticamente todas as redes de hotéis…todas ganham rios de dinheiro com a distribuição e venda de serviços pornográficos, embora em muitas delas essa actividade não seja a actividade principal.

Desde que haja bons lucros ninguem pergunta nada.

O que se diz por aí

A política externos dos EUA é cheia de coincidências. O facto de estarem em vias de duplicar o armamento em Israel é mais um desses casos. Claro que nada tem a ver com o Irão. A minha dúvida é se, por acaso no tempo de George W. Bush se faria de modo diferente?
Espero que as forças de segurança portuguesas, nos preparativos da recepção ao Papa, se lembrem de estarem atentas ao pessoal que adora atirar-se ao Santo Padre. Este deve ser o Pontífice mais assediado de todos os tempos. Mas, entretanto, a Protecção Civil que cuide de tratar das estradas do Distrito de Lisboa.
Até lá, o povo que se preocupe com o mau tempo que veio para ficar. Isto até parece que estamos no Inverno…
Bem pior está quem vive em Ciudade de Juárez que foi considerada a cidade mais perigosa do mundo. Conseguir bater Bagdade é obra!
Já em Portugal, parece que Catarina Furtado vai andar aos tiros, numa nova série televisiva que se chamará “Cidade despida”, que, por mero acaso, é a tradução do título da série policial norte-americana “Naked City”. A originalidade da nossa produção televisiva é um espanto. Mas os tiros não ficam por aqui, pois pelos vistos um aluno foi baleado num externato em Braga.
Por fim, parece que os alegados etarras queriam instalar um fábrica de bombas em Portugal. Aqui está um tipo de investimento estrangeiro que não tem interesse nenhum para Portugal.