
A presença “inesperada” na flash, no final do Portugal X Macedónia do Norte da passada Terça-feira, foi um prenúncio daquilo que seria a sua intervenção na tomada de posse do novo governo. Marcelo vai finalmente a jogo, num país de oposição minoritária, fragmentada e sem liderança, e assume-se, desde já, como contrapoder. E assim se manterá, até que a direita consiga encontrar um protagonista capaz de incomodar o poder quase absoluto de António Costa.
Vai ser interessante, assistir ao afastamento entre o Senhor Feliz e o Senhor Contente, dupla que fez aa delícias de milhares de portugueses, ao longo das duas últimas legislaturas. Mas será pelo melhor. Já era tempo de colocar um ponto final nesta farsa.
Marcelo e Costa são duas velhas meretrizes, sendo que o actual PR é uma “donzela” mais popular do que o PM. Mas tudo isso é efémero. Costa é mais, “menina fina”. Isto apesar de um vir de Cascais e outro da “Lesboa” intelectual.
Marcelo ainda não recuperou do trauma que lhe custou a sua última jogada política. Um desastre para as pretensões da direita. A dissolução da AR após o chumbo do OE 2022 correu-lhe mal, abrindo um precedente grave. Daqui para a frente seja quem estiver no governo, caso não aprove um orçamento, fica nas mãos do PR. Um dia destes podem inverter-se os papéis. Ainda me vou rir dos analistas.
Marcelo apostou todas as fichas no desgaste do governo do PS durante a pandemia e na divisão da esquerda, na aprovação do OE 2022, esquecendo-se de um dado bem mais importante. A memória que os portugueses ainda têm da Troica e de Passos Coelho, o acordo nos Açores com o Chega, além do farisaísmo de Rui Rio, que não convence.
Acabou por dar aquilo que o PS tanto almejava, a maioria absoluta. Daí aquela célebre frase de Isabel Meireles, do PSD, “o povo é que se enganou”, encarnando o mal estar da direita liberal, Marcelo incluído, com os resultados eleitorais.
Vão andar a legislatura toda a morder-se um ao outro, nas canelas, mas Marcelo sabe que se voltar a dar um passo em falso como o fez no final do último ano, dissolvendo a AR apenas por calculismo, acabará como o seu antecessor, como um verdadeiro golpista, e com uma popularidade muito baixa. Não que esta gente se importe muito com isso. Os seus interesses de classe superam tudo isso, como sabemos.