Como é possível ainda haver horóscopos nos jornais?
Marcelo, o coerente
Se há personagem lusa que sempre mostrou ao que vinha, essa pessoa foi Marcelo.
Diz o candidato-que-faz-de-conta-que-está-morto: “Privilegiar a Escola Pública é um erro.”
Acrescenta ainda a suprema inteligência do candidato-que-faz-de-conta-que-está-morto que a FENPROF manda no MEC.
Diz que a Liberdade de Escolha é fundamental e subscreveu a aposta de Nuno Crato no ensino Privado.
Agora quer ser Presidente da República.
Ora, não podia ser mais coerente. Há quem o acuse de ser incoerente. Eu discordo. Este senhor é a coerência em pessoa, com direito a foto e tudo, no dicionário ilustrado, algures ali pela letra c.
Ele defende que o dinheiro do povo seja colocado nas escolas privadas. Eu defendo que o dinheiro seja usado para valorizar a Escola Pública.
Ele defende que a Escola Pública, estando maior, está pior. Eu escrevo que a Escola Pública, atendendo à forma como o PSD a tratou, até está muito bem.
Coerências à parte, quando eu for candidato a Presidente irei continuar a defender a Escola Pública. Ele, sendo um não-candidato, mantém a coerência e defende quem o financia.
Por isso, caro leitor, já sabe: se defende o desinvestimento na Escola Pública, seja coerente, vote Marcelo
Pretende enriquecer? Dedique-se à aldrabice bancária
Como fazer: adquira um banco, se possível grande demais para cair, contrate meia dúzia de corruptos, preferencialmente políticos caso venha a precisar de um resgate patrocinado pelo dinheiro do contribuinte, e inicie já a sua carreira na área da aldrabice bancária. A aldrabice bancária, ao contrário de outras formas de aldrabice convencionais, permite-lhe a utilização de várias técnicas e/ou instrumentos considerados pouco éticos ou mesmo ilegais mas nada disso interessa. O que interessa mesmo é que você lucre, doa a quem doer. Caso surja algum problema de natureza legal ou financeira, basta colocar um dos seus corruptos a funcionar. Não existem garantias de imunidade absoluta pelo que poderá ter que participar numa encenação judicial em que o seu bom nome será colocado na lama com a mesma velocidade a que os seus bens serão colocados no nome da sua esposa ou filho. Não desespere. Trata-se de uma situação passageira. Em pouco tempo estará de volta ao seu iate.
Crato mentiu (III)
Qualquer menino do 5º ano que estude a água sabe o que acontece quando soluto e solvente tentam ser água e azeite. Sabiam muitos professores qual seria a relação entre Nuno Crato e a verdade. Mas, em relação a esta questão da mobilidade aplicada aos docentes, há algo que importa questionar:
– um Professor do quadro (efetivo) que fique sem horário está obrigado a concorrer para tentar apanhar um horário numa outra escola do seu concelho, isto, considerando o Porto e Lisboa como excepções.
– um Professor dos Quadros de Zona Pedagógica (também efetivo, mas numa área geográfica mais ampla) está obrigado a concorrer para qualquer escola do seu QZP e a, pelo menos, uma outra escola de um QZP que não o seu.
Assim, num primeiro momento, a alteração à dimensão dos QZP que o MEC ontem apresentou será aplicável apenas aos docentes dos QZP, não tendo qualquer relação com os professores que pertencem aos quadros das escolas / agrupamentos. Certo?
Ou será que o MEC vai também alterar a Lei dos Concursos obrigando um docente dos quadros de uma escola de Matosinhos a concorrer para Bragança ou para Viana? Não me parece que isto faça algum sentido.
Mas, há mais.
Vamos imaginar que o Professor 1 está na escola A e o Professor 2 na escola B. Um tem melhor graduação que 2.
Pode acontecer que na escola A,o melhor graduado não tem lugar, mas na escola B o professor 2 tem lugar.
Ora, o encaminhamento para a Mobilidade, de acordo com o que está legislado, terá que obedecer ao quadro TOTAL do MEC, não? Ou seja, no exemplo apresentado, o Professor 2 iria para mobilidade e o Professor 1 teria que passar para a escola onde tem horário. Isto significaria o CAOS nas escolas deste país porque o MEC teria que fazer uma lista completa de todos os docentes e teria que indicar para horário zero (=mobilidade?) os últimos dessa lista. Depois teria escolas com necessidade de professores, sem docentes e outras com docentes que não necessitam.
Eu sei que é confuso, mas vale a pena discutir antes que apaguem a luz!
Só um dos 4 avaliou Sócrates
Uma moedinha por favor
(Pormenor de quadro de Adão Cruz)
O homem subia a Rua da Restauração, a qual, apesar do nome, nada restaurava, antes o desconjuntava ainda mais com a subida íngreme. Apoiado numa bengala arrastava a perna direita, desacertada por um AVC. Passava-se isto perto do Bairro Ignês, o bairro dos Erasmus, junto à casa abandonada do velho médico dos olhos, onde eu esperava os meus netos para a festa do primeiro aniversário da Carmen.
Filhos da puta enfiaram-me no banco de trás do carro, lá no fundo da rua, e disseram Ó meu, passa para cá o carcanhol. Limparam-me dezoito euros e deixaram-me aqui. O velho dirigia-se a mim fazendo esforços para lacrimejar. [Read more…]
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