Reposição

No passado dia onze de Março, aqui no Aventar, o colega Fernando Moreira de Sá publicou “Mariana Mortágua: Um pedido de desculpas aos leitores”, onde pede desculpa por, num texto anterior, ter suposto que Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, envolta em polémica, desconheceria a lei que estaria a quebrar, como afirmou publicamente, pois “a deputada Mariana Mortágua foi uma das subscritoras da lei em causa”. Sobre isso, não sei, não fiz esse trabalho de casa, até para não me/vos enganar. Deixo para o Fernando.

O que sei é que, no texto escrito pelo colega Moreira de Sá, é apresentado como sustentação do que é afirmado, o Projecto de Lei 768/XII/4, projecto esse que, sim, foi da autoria do Bloco (e, como tal, com a ajuda da Mortágua má). No entanto, esse Projecto de Lei 768/XII/4 foi rejeitado na Assembleia da República, na votação na generalidade, com os votos contra de PS, PSD e CDS-PP. A bem da Justiça, fica corrigido o erro.

Mariana Mortágua errou. Aparentemente, já corrigiu o erro.

Fernando Moreira de Sá errou. Não chegou a corrigir o erro, mas cá estou também para ajudar.

As minhas desculpas aos leitores pela confusão.

Ainda o erro do exame de Português de 12º

A propósito do erro no recente exame de 12º de Português, aqui ficam a sequência dos factos e algumas observações.

1 – no Grupo II, pedia-se aos alunos que classificassem o acto ilocutório presente em “Como um dia veremos.” A citação corresponde ao último período de um texto de Lídia Jorge sobre Eça de Queirós publicado na revista Camões. Na versão online, faltam os dois períodos finais: “O que não parece vir a propósito, embora venha. Como um dia veremos.”

2 – a primeira versão dos critérios de classificação do exame impunha que os professores classificadores aceitassem apenas a resposta “Acto ilocutório compromissivo”. Só nesse caso, os alunos poderiam ser contemplados com o meio valor previsto, o que, parecendo ínfimo, pode ser decisivo em diversas circunstâncias.

3 – vários professores, no entanto, afirmaram que se trataria de um acto ilocutório assertivo, o que deveria obrigar, no mínimo, a aceitar as duas respostas. Os interessados em distinguir os dois actos ilocutórios poderão, facilmente, obter a informação necessária. Se estiverem interessados na fonte oficial, poderão visitar a página do dicionário terminológico, escolher o separador “Procurar” e escrever “acto ilocutório”.

4 – o IAVE (Instituto de Avaliação Educacional), num primeiro momento, negou a existência de um erro, dando instruções para que os professores classificadores aceitassem apenas a resposta prevista nos critérios.

5 – as opiniões dividiram-se o suficiente para que o IAVE acabasse por reconhecer a existência de um problema, passando a permitir que ambas as respostas fossem consideradas correctas.

Passemos às observações: [Read more…]

Estas respostas não afetaram?

Paulo Francisco

Sou um dos alunos que hoje fez o teste do Key for Schools, uma seca, na minha sala tivemos de esperar meia hora para entregar, o teste era tão fácil que se fez num instante.

Tinha uma folha, em português, onde antes das perguntas estava escrito: Estas respostas não afetaram o resultado do exame de forma alguma.

Eu ainda não acabei o 9º ano, mas parece-me que a minha prof de Português se eu escrevesse isto me chumbava num instante.

Oh Lagarde…

Outra vez???

Istá iNdentificado u erru sinhor menistru

A prova continua a dar que falar, quase ao nível da Pepsi. Mas, para mim, que não gosto de comer os sugos com papel e que sou mais do género de suecas sem roupa, a reflexão em torno da prova continua a ser um dos motivos da minha existência. Sim, é mesmo uma coisa a sério – sou, desde há anos, um curioso pela estupidez humana e por isso teimo em escrever sobre este governo e em especial sobre os seus apoiantes.

Mas, voltemos à prova.

De acordo com o Guia que Nuno Crato desenhou para a prova,

Os erros de ortografia, de morfologia, de sintaxe e de pontuação estão sujeitos a desvalorização.
(…) Todas as ocorrências de um mesmo erro estão sujeitas a desvalorização.  (…) São classificadas com zero pontos as respostas que não atinjam o nível de desempenho mais baixo ou
quando se verifique uma das seguintes condições:
– afastamento integral do tema;
– mais de seis erros de sintaxe;
– mais de dez erros inequívocos de pontuação;
– mais de dez erros de ortografia ou de morfologia.

Ora, acontece que irrar é o Mano e por isso a gente tem que compreender os erros do sinhor menistru Nonucratu.

Repare na imagem retirada da aplicação em que os examinandos devem efectuar a sua inscrição. [Read more…]

Aí estão as sondagens

As sondagens são um instrumento de acção política utilizada pelas máquinas políticas, que as usam tal como um outdoor ou um espaço nas redes sociais. Não sei se os Partidos conseguem condicionar a forma como a Comunicação Social as divulga, mas se o PSD parece conseguir condicionar a CNE…

Do ponto de vista formal obedecem a algumas regras, uma das quais exige a sua publicitação na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Existe ainda uma dimensão de análise mais técnica que permite um olhar mais matemático sobre os dados disponíveis. O Pedro Magalhães ( Margem de Erro) é um dos melhores especialistas nesta área.

Vem isto a propósito da sondagem de hoje do JN sobre Matosinhos. Não sei se os dados estão martelados e por quem – não vou perder um minuto com isso. A minha pergunta é outra. Podemos ler, na publicação que “Foram efetuadas 838 tentativas de entrevistas e, destas, 123 (14,7%) não aceitaram colaborar no estudo de opinião.

Isto é, 715 pessoas poderá ser uma amostra representativa do concelho?

E o que dizer sobre “a selecção foi feita de forma aleatória na lista telefónica”?

Quem é que hoje tem telefone fixo com indicação na lista telefónica? A propósito, ainda há listas telefónicas?

O lema

Depois do fracasso do Orçamento para 2012, ver agora aprovado um surreal Orçamento para 2013, descobre-se qual o lema que rege este Governo: se um erro não resulta, tentemos outro!

O devir histórico (1)

A premissa de que o mesmo homem não pode atravessar o mesmo rio duas vezes, é um pilar da tese do devir, fundada por Heráclito. Contudo, um povo pode repetir os mesmos erros ao longo da sua existência. Esse outro devir, o histórico, a repetição dos erros por banda do mesmo povo, consubstancia-se no exemplo português. E um povo não será, na sua essência, o mesmo, pois que o tempo tudo muda e um povo não sairá da regra. Ou talvez saia. Talvez um povo se mantenha igual a si mesmo e seja essa perenidade a sua razão última para existir. Talvez. Sei é que o mesmo erro tem sido repetido ao longo dos séculos. Desde o mercado das Índias, que nos obrigava a comprar fora o que se dava à troca para trazer e comercializar as especiarias na Europa, levava a que a diferença de preço esmagasse as nossas margens de lucro, e enchesse os bolsos de outros. E mesmo assim, não se deixou de esbanjar. Da mesma forma que, séculos depois, foram os alemães e os italianos que tanto ganharam com os fundos comunitários, pela compulsiva aquisição, por banda de sempre honrada gente, de Ferraris, Porsches, Mercedes e outras máquinas que não eram, infelizmente, nem teares nem cubas de inox. Neste devir histórico de se esbanjar quando há até que nada haja, existe também um perigo que se pode repetir: a tentação de se abdicar da democracia, para que haja alguém que endireite as coisas, ponha as contas em ordem e meta o país nos eixos. Também já tivemos isso antes. Não vai há muito. Querem ter outra vez?

Só um dos 4 avaliou Sócrates

Ups!

Não!

Afinal não é sobre o curso de Filosofia em Paris.

Erro no exame de Português do 12º ano

Conta quem sabe.

Não é a minha área, mas de acordo com os critérios de correcção o exame de História da Cultura e das Artes enveredou, formalmente é certo, pela lógica da adivinhação, o que por sinal já é uma tradição. Tratarei desse mais logo.