Mariana Mortágua mostra ligações do dono da Global Media a oligarca russo

Fotografia: Duarte Roriz
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Mariana Mortágua mostra ligações do dono da Global Media a oligarca russo
Fotografia: Duarte Roriz
Joana Petiz, editora do DN ou do Dinheiro Vivo, ou lá o que é
Acta da votação de ontem, no Parlamento Europeu, parte I.
Acta da votação de ontem, no Parlamento Europeu, parte II.
Representantes do Bloco de Esquerda na manifestação de solidariedade com o povo ucraniano, frente à embaixada da federação russa.
A aldeia de um homem só. “Desapareceu tudo, saíram todos, faleceram os meus pais… fiquei eu” – belíssima reportagem de Artur Cassiano
A destruição do edifício do Diário de Noticias, na Avenida da Liberdade em Lisboa, é um escândalo e um sinal dos tempos que vivemos em que o capital destrói tudo, mesmo com um governo que se diz socialista, ou social democrata, eles próprios não sabem o que são, e suportado por partidos que se dizem de esquerda, supostamente defensores do património e dos valores culturais.Tanta defesa do património, tantas classificações de património da Unesco, tanta cagança com o património, e todos os dias se arrasa e destrói património. E tudo disfarçado de grandes “recuperações”, porque se “mantém a traça” e se “mantém a fachada”. Tudo o resto é destruído, demolido, alterado.
O edifício do Diário de Noticias, do Arqt. Porfírio Pardal Monteiro, um dos mais icónicos edifícios da boa arquitetura existente em Portugal, desenhado para ser uma sede de um jornal com escritórios, redacção, gabinetes, salas de jornalistas e tudo o demais pensado para aquela função específica, foi travestido para edifício de apartamentos. Mantiveram a fachada, deixaram o anúncio luminoso, a entrada foi salva, e ficou um guichet de vidro e alumínio como símbolo da destruição perpetuada. Para que serve termos um Ministério da Cultura, uma Direcção Geral do Património Cultural, uma Câmara Municipal com serviços técnicos, tantos técnicos especialistas e serviços para analisar projectos e dar pareceres, se depois, quando há alguma coisa que deve ser salvaguardada, defendida, protegida, ninguém faz nada, ninguém cumpre com o seu papel?
… e a ponte sobre o Tejo
— Pedro Ayres Magalhães/Heróis do MarT.V. is the reason why less than ten percent of our
Nation reads books daily
Why most people think Central America
means Kansas
— Disposable Heroes Of Hiphoprisy:
‘Television The Drug Of The Nation‘Magro, sombrio, encurvado
sob o açoite do Pecado,
com que o persegue Satan,
o pobre gêbo parece o monstro do Lockness
ou um monge de Zurbarán.
— Roberto das Neves, “Salazar“
***
Nasci no dia em que a PIDE assassinou José António Ribeiro dos Santos. Durante os meus anos portugueses, o 25 de Abril foi sempre vivido na baixa, na Avenida dos Aliados e arredores, quase invariavelmente na excelente companhia do meu pai. Nos meus anos alemães, comprava rote Nelken no Hauptmarkt de Trier e festejava Abril de cravo vermelho na lapela, enquanto pedalava a minha fiel Diamant, trauteando o E Depois do Adeus, no regresso à Olewiger Straße. Chegado a casa, eternizava Abril, depositando os meus cravos na jarra com água que projectava pela sala os raios de sol do quintal onde cresciam morangos selvagens. Ainda tenho essa jarra. Há bocado, aproveitei as compras semanais no supermercado ali da esquina e trouxe um perfume de liberdade em cravos a estes 44 dias de confinamento bruxelense. Estou eternamente grato a quem lutou pela possibilidade de Portugal ser um país livre.
Muita gente fica eufórica com este filme, no qual vemos a palavra SALAZAR a ser retirada à martelada da ponte mais a jusante do Tejo.
Não gosto deste filme. Efectivamente, eis um acto cheio de significado, baseado num princípio com o qual estou plenamente de acordo. Todavia, trata-se de um mero gesto de fachada. Os princípios de nada valem se forem materializados em actos para inglês ver.
Peguemos num princípio tão corriqueiro como ter o escritório de casa arrumado. Imagine-se agora que me dava para arrumar o escritório só quando tivesse visitas cá em casa. Obviamente, como sou uma pessoa de princípios, sentir-me-ia incomodado quando me definissem como sendo uma pessoa com o escritório de casa arrumado. Por esse motivo, deixei de receber visitas no escritório.
Com efeito, a carga simbólica da passagem de Ponte Salazar a Ponte 25 de Abril é imediatamente anulada pela persistente presença de Oliveira Salazar na toponímia portuguesa. Actualmente, Portugal continua a prestar vassalagem à memória de Salazar, da mesma forma que o Diário de Notícias o fazia no dia 27 de Julho de 1970, com o célebre (negritos meus)
Portugal está de luto. Morreu o Presidente Salazar. Esta manhã, às 9 e 15 deixou de viver um dos mais ínclitos portugueses da história de Portugal.
Exactamente (está à venda):
Em honra de Salazar, até existe uma alameda (uma alameda!) em Vila Nova de Gaia (em Vila Nova de Gaia!). Para quem não souber, Vila Nova de Gaia é o terceiro maior concelho de Portugal, ficando a dita alameda no Olival. Enquanto houver uma Alameda Dr. Oliveira Salazar em Vila Nova de Gaia, enquanto andarem por aí cantando e rindo, é escusado voltarem a passar o filme da ponte no meu televisor.
Há uma grande diferença entre o país ideal, com o cravo de Abril na lapela e com a Ponte 25 de Abril sobre o Tejo, e o país real, com a Alameda Dr. Oliveira Salazar no terceiro maior concelho do país e com o povo viciado em televisão a aproveitar a primeira oportunidade que lhe aparece à frente para fazer de Salazar o maior português de sempre, espalhando-se a notícia em inglês, alemão, eslovaco, francês, espanhol, checo, neerlandês, croata, etc. De facto, como previsto no Livro de Leitura da 3.ª Classe de 1937 (pdf), as gerações futuras haviam de “dizer baixinho, de olhos fitos no altar da Pátria – Foi um grande Português!“.
Escutemos essas horríveis palavras, na maravilhosa leitura em voz alta de Mário Viegas: [Read more…]
Programs characterized by instability and/or hostile environments were associated with lower effect sizes.
— Ann C. Willig (apud Stephen Krashen)I was raised in a religious atmosphere, Mr. Verger, but whatever that left me with, it’s not religion.
— Alana Bloom
***
Em princípio, os negociadores, promotores e amigos do Acordo Ortográfico de 1990 não estarão satisfeitos com as frequentes supressões do cê medial de facto, de contacto e de secção que actualmente vão acontecendo em português europeu. Mas ignoraram os avisos e criaram as condições para este desastre. No entanto, há excepções. Por exemplo, Pedro Santana Lopes desejou e até promoveu a supressão do cê de facto, com o célebre
Agora facto é igual a fato (de roupa).
Facto, contacto e secção são as vítimas a quem tenho dado palco, quer aqui, quer ali, quer alhures.
Mas há mais.
Recentemente, o excelente leitor do costume (que tem andado entretido com outras vítimas do AO90) enviou-me esta ocorrência de *inteletual no sítio do costume:
Em Abril de 2008, Fernando Venâncio previu [Read more…]
Did this stability come at the expense of economic growth?
— Paul KrugmanDo you think—now that you know a true account of lightning striking tall trees—that you have a greater wisdom in advising kings on military matters than did Artabanus 2400 years ago? Do not exalt yourself. You could only do it less poetically.
— Richard FeynmanSpotting hidden patterns, extracting deep gists, forming high abstractions, making subtle analogies – these to me define the crux of the mental; they are what we do best of all creatures, natural and artificial, on the surface of this tiny huge green ball spinning its way through vast empty chasms of space.
— Douglas Hofstadter “Just Who Will Be We, in 2493?“
***
Em meados de 2008, algures na cidade de Lisboa, eu e António Emiliano conversávamos sobre o pára/para, discutindo exemplos que simultaneamente mostrassem o ridículo e a nulidade científica do Acordo Ortográfico de 1990. Muito antes de me ter surgido o “Mourinho pára Portugal” e de me ter aparecido o “Bloqueio nos fundos da UE pára projecto de milhões na área do regadio” (exposto quer em comunicações, lisboeta e atenienense, quer na própria fonte, i.e., no Público), apareceu-nos o
Alto, e para o baile.
Para onde? Para o baile.
Entretanto, anteontem, 10 de Janeiro de 2018, comme si de rien n’était, Ferreira Fernandes escreveu o seguinte
Não, não vou. Vá para o baile, mas sem mim, sff.
Já agora, essa *perspetiva é muito pouco unificadora e merece que acerca dela se reflicta.
Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.
***
É só porque há pessoas que são muito maiores do que parecem, mas claro que isso só se aprende quando elas deixam de estar.
***
Antes de passarmos à inusitada ocorrência de estupefacto sem pê (+ vogal), há pouco detectada e transmitida por amigo atento, consultemos a edição de hoje do Diário da República.
Efectivamente, tudo como dantes, no sítio do costume.
Agora, para registo [Read more…]
Pedro Magalhães, sociólogo e professor universitário, mais conhecido dos telespectadores pelas noites eleitorais na RTP, com as sondagens da Universidade Católica, onde na altura trabalhava como investigador, deu uma entrevista ao DN, este sábado.
A entrevista é extensa, aborda o comportamento do eleitorado em geral e, do cidadão português em particular, o extremismo de direita na Europa e as eleições americanas.
Não concordando com tudo o que ele diz e, com uma parte da narrativa que ele constrói na sua análise, ele afirma no entanto coisas que nos fazem meditar, nomeadamente, por que razão as redes sociais serão no futuro recente, o mais importante veículo de captação de eleitores. [Read more…]
Antes de mais quero agradecer à página Os Truques da imprensa portuguesa por me dar a conhecer a maravilhosa página do PSD Europa no Facebook. Ainda estou a recuperar de tanta seriedade, mas lá chegará o tempo de a ela voltar. Hoje deixo-vos com um texto sacado a essa malta pecadora d’Os Truques, que ilustra bem a forma como muita da nossa imprensa promove, de forma permanente e deliberada, a agenda, a estratégia e a propaganda do PSD. Venha a nós a vossa viralidade, seja feita a vossa vontade. [Read more…]
Sérgio Sousa Pinto é um senhor que encontramos sempre no café da rua, de há uns 20 anos para cá. É quase mobília. Está lá sempre, nunca falha, a compor a sala. Antigamente, quando era mais jovem, o senhor Sérgio era um homem activo, dinamizador, pungente. Falava com toda a gente, ajudava a servir às […]
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
João Costa: “Em 2018 tínhamos apenas 4% dos professores no topo [da carreira] e hoje temos 30%”
A Maria Vieira teve mais coragem do que os direitolas todos que andaram anos a apertar a mão a Putin & Oligarcas Lda.
Nisto, já deu 10-0 a Adolfos, Cotrims e Durões. Ao menos, não se fez de dissimulada. Mais vale assim.
Vai-se a ver o Rendeiro foi morto numa “operação militar”.
Morrer num 13 de Maio é prenúncio de santidade. O meu oligarca é melhor que o teu!
Se abortar e fumar são direitos equiparáveis, então vou já à estação de serviço comprar três volumes de aborto.
Sérgio Conceição não quer *distrações. Contra tudo e contra todos.
Premiar a música portuguesa no Dia da Língua Portuguesa é ‘Top’
Disse alguém nos Prémios da Música Portuguesa.
Mais um oligarca russo que morreu. Andrei Krukovsky, diretor-geral do resort de ski de Krasnaya Polyana gerido pela Gazprom, morreu aos 37 anos após cair de um penhasco em Sochi. Circunstâncias do acidente ainda não são conhecidas.
Quem foi o comandante que abandonou o barco do Governo no mar das autárquicas?
implica a ilegitimidade do projeto. O Acordo Ortográfico de 1990, efectivamente, não existe.
Pode assistir em directo aqui à intervenção do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky via ARTV, o canal do Parlamento.
O respeitinho é muito bonito.
Paulo Núncio acha que o novo imposto sobre empresas com lucros “aleatórios e inesperados” corresponderá ao primeiro grande erro da nova governação socialista. Arre, Núncio, já ouviste falar da função de distribuição?
São a favor do cheque-ensino, querem introduzir o cheque-saúde, mas dizem que são contra a ideia liberal que o PS teve: o cheque-combustível. “Muita burocracia”, dizem.
Na verdade, não são contra. A Iniciativa Liberal só ficou chateada porque o Partido Socialista teve uma ideia liberal muito mais rápido que eles. Mas há que ver pelo lado racional: antes de existir IL, já o PS se tinha rendido ao neo-liberalismo.
A crónica de Daniel Oliveira na TSF é um excelente exercício que merece ser lido ou ouvido. Não estamos imunes a igual desfecho.
Comentários Recentes