Putin falou

 

Depois da Rússia ter dado os parabéns a Joe Biden ficaram os republicanos autorizados a reconhecer a vitória de Biden. Se assim não foi, parece.

O minion também abriu o bico.

Falta só arrumar o looser na prateleira dos candidatos a ditadores que viram o poder lhes escapar por inépcia própria, já que ele não se arruma a si mesmo.

Fecha-se metade do circo. A outra metade, essa que prefere ver gigantes onde há moinhos de vento, ainda continuará na sua bolha, encapsulados num mundo onde cabe a Terra Plana, o QAnon e a vitória de Trump.

Portugueses que sabem que houve fraude nas eleições americanas

Há portugueses que têm a certeza absoluta de que houve fraude nas eleições americanas. Viram, com aqueles olhos que a terra há-de engolir ou que o crematório reduzirá a pó, vídeos e provas (evidências, em português técnico) que mostram irrefutavelmente a vergonha que foi a eleição de Joe Biden.

Eleição, ponto e vírgula, que aquilo não foi eleição nenhuma, foram truques atrás de truques, porque há coisas que não passam cá para fora.

(coisas que não passam cá para fora é uma expressão que só conseguimos encontrar em ambientes altamente especializados, frequentados por especialistas doutorados pela universidade da vida, do balcão de café e das caixas de comentários. As coisas que não passam cá para fora são escondidas lá dentro por gente que não quer que se saiba. Os especialistas em coisas que não passam cá para fora têm, no entanto, acesso privilegiado a toda essa informação. Aquilo que garante que sabem de que é que se está a falar fica patente em afirmações como “e mais não digo”, que é, no fundo, um diploma oral, ou “você sabe muito bem de que é que estou a falar”, frase acompanhada de uma fungadela elucidativa e de um sapiente arquear de sobrancelha) [Read more…]

Vai demorar muito, América?

and lock that thug up!

A democracia ganhou, mas não se livrou do trumpismo

Quando penso naquilo que me move, politicamente falando, a resposta é tão simples quanto a genial Sophia a colocou: movem-me os dias iniciais inteiros e limpos. Dias que fazem renascer a esperança na construção de um mundo e de um futuro um bocadinho melhor. Dias como estes. Dias em que abrimos a janela e sentimos aquela brisa boa da democracia a bater-nos nas trombas, entretanto transformadas em caras felizes, aliviadas pelo ponto final que os Estados Unidos da América decidiram colocaram na era sombria do neofascismo trumpista. Já temos problemas que cheguem no Ocidente, não precisamos de mais quatro anos desse idoso trafulha, com idade mental insuficiente para frequentar um jardim de infância.
A queda de Donald Trump é um balão de oxigénio para o mundo democrático, e isso explica, a meu ver, a forma como, por todo o mundo, mulheres e homens de esquerda e de direita, liberais e conservadores, festejaram a eleição de um candidato de centro-direita, que a narrativa mais fundamentalista acusava de ser um socialista, termo que, nos EUA, ainda significa, para milhões de pessoas, União Soviética (uma espécie de Venezuela, versão old school). Houve mesmo quem afirmasse que Biden tinha um programa comunista, só para termos a noção do patamar de absurdo em que nos situamos. A risota que não terá sido em Wall Street.

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There was no collusion

American way of vote

Hoje há sorteio eleitoral nos States. Não vou chamar eleições, esse processo que em democracia consiste em ir a votos e quem tiver mais ganha, aos arcaicos procedimentos que por ali se usam, muito avançados no séc. XVIII, hoje só comparáveis aos vigentes no ex-colonizador britânico.

Aliás, em matéria de comparações se somarmos os votos dos dois únicos partidos de alterne, somada a impossibilidade de um não milionário se meter de permeio, também temos a Coreia do Norte.

O modo americano de escolher o presidente, na prática o último imperador que se curvará perante um chinês escolhido com igual mestria, tem a particularidade de embevecer todos os que, por exemplo, chamam a Chavez ditador. Compreende-se, sonham com um sistema assim, sem chatices de esquerda à mistura. O princípio da igualdade nunca entrou na cabecinha viscondessa na nossa aristocracia.

Posto isto não me é indiferente o resultado desta noite. [Read more…]