Alexandre Guerreiro e o Aventar

O jurista e comentador Alexandre Guerreiro diz que Putin e Lavrov receberam um relatório com a sua sugestão sobre como invadir o Donbass protegido pelo direito internacional. Ex-espião, nega ser pago para ser um “agente de influência”, mas assume que quer influenciar para que nem tudo o que vem de Leste seja diabolizado – Expresso.

Ao longo dos últimos dias, o Aventar publicou vários artigos sobre o “comentador” Alexandre Guerreiro que geraram uma enorme curiosidade dos leitores com audiências recorde no nosso blogue. Hoje, o Expresso publicou um trabalho sobre a personagem em causa. Um trabalho do jornalista Vitor Matos.

Nessa entrevista, alguns dos dados agora tornados públicos pelo Expresso já os leitores do Aventar os conheciam, nomeadamente a ligação umbilical à Rússia, a sua participação num evento da Universidade de MGIMO (Rússia) e da ligação desta (e do Alexandre Guerreiro) ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

Agora sabemos quem pagou as despesas: “Na segunda participação, o governo da Crimeia ofereceu a viagem e a estadia” mas o homem continua a dizer que não é pago pelos russos. Aliás, começou por dizer que nunca recebeu nem um chupa-chupa para mais à frente reconhecer que afinal lhe pagaram a ida à Crimeia. Mais uma das múltiplas contradições da personagem, algo já visto antes nos seus escritos nas redes ou intervenções na SIC.

De todo o modo, depois de uma leitura atenta à peça jornalística, ficam algumas dúvidas que espero ver respondidas nos próximos tempos:

  1. O que é que realmente fazia no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED)? Analisava o quê? Só para saber se era o gajo que tirava fotocópias e servia café ao chefe de serviço ou se era coisa mais importante e; por via do que temos visto (e nas companhias com se relaciona) , qual o motivo para ter sido exonerado do cargo no SIED? Sim, segundo as fontes do Aventar, o rapaz foi exonerado.
  2. Qual o motivo para, depois de ser exonerado do SIED, a  Presidência do Conselho de Ministros (PCM) lhe ter criado um posto de trabalho alegadamente “à medida” no governo da PAF, em 2015?

  3. Qual a relação entre a sua ligação à Rússia e em alguns dos seus posts partilhar ideias comuns com as do Chega? Será que temos aqui uma ponte?

Estou certo que vamos ter, aqui no Aventar (e não só), “cenas dos próximos episódios”.

(já agora, a foto deste artigo é de Alexandre Guerreiro, militante do PAN, sim, do PANe foi retirada DAQUI)

Vilão de telenovela!

Silva Carvalho tinha password de email privado de outro espião – Que raio de espião! – não tem a agenda encriptada, recebe contas detalhadas em papel. Enfim, muito mau.

Quem é ZON está onde?

O Expresso conta hoje mais um episódio da saga Ongoing/espionagem privada. Uma irmã de Nuno Vasconcellos terá visto devassada a sua conta bancária. Pode acontecer a qualquer um de nós, participa-se à Judiciária. Mas neste caso faz-se queixa ao irmão, que chama um empregado que descobre o IP suspeito de tal ataque e move as suas influências para obter junto da ZON a sua identificação, aparentemente através de um “espião” do SIED.

Isto é de uma enorme gravidade: chama-se fazer justiça com as próprias patas, é completamente ilegal e uma porta aberta para qualquer um destes crápulas devassar a vida online de qualquer cliente da ZON (onde me incluo) ou provavelmente de qualquer outra empresa do ramo.

O Ministério Público lavou as mãos do caso (só merece vir um destes dias a descobrir que está a sofrer a mesma devassa).

Estamos a viver no faroeste, e não nos tinham dito nada.

“Indiscretamente” esmaltando o PSD

De um espectador rebolar-se de gozo, esta conferência de imprensa nervosamente dada pelo PSD. De seu nome Helena, uma deputada procurava interromper os jornalistas mais atrevidos que colocassem qualquer questão embaraçosa aos seus caracóis cerebrais.

O discurso “arre burra!”, não passou. Foi ora esfarrapada, turva, uma bombinha de mau cheiro de antecipado Entrudo. Ali há mesmo um gato escondido com o rabo de fora, disso não se duvida nem por um milésimo de segundo. Inquirido o Sr. Montenegro acerca da sua pertença à “entidade discreta”, este nervosamente contestou com a óbvia garantia de “jamais as suas acções poderem alguma vez ser contrárias ao interesse nacional”. Enfim, isto não passa de uma finta que deixa tudo na mesma, até porque o tal “interesse nacional” é para os hoje cada vez menos “discretos”, o interesse da própria “discreta”. Não passou de uma desculpa decrépita de uns quase 150 anos, que será prontamente corroborada pelo confisca-cassetes Ricardo Carvalho do PS.

 É  verdade, os prestamistas do poder julgam-se de tal forma “invisíveis” que confirmam todos os dias, aquilo que há umas semanas dissemos: voltaram a 1909, quando a coisa verde-rubra – naquela época na ordem de mastro invertida – queria dizer “pertença à coisa”. Relvas, Carlos A. Amorim, ou Montenegro – estranhamos a candura de PPC  que talvez ainda no tenha (?) percebido o truque -, já andam todos de esmaltezinho à lapela. Tenham os nossos leitores atenção aos debates parlamentares, aos ministros e aos noticiários televisivos. Claro que as excelências poderão alegar uma versão patrioteira daquilo que os americanos fazem, mas hoje em dia, simplesmente já nem sequer convencem a mula da cooperativa. Melhor fariam em patrioticamente frequentarem os concertos de Toni Carreira, os futebóis, as leitarias da Duque de Loulé, as feiras de verão e outros nacionais passatempos.

Serviços Humorísticos

Os Serviços de Informações portugueses são umas construções que parecem ter sido feitas para divertir o pessoal, por outro lado, se os levarmos a sério, ficamos absolutamente aterrorizados. Por isso prefiro não os levar a sério.

Fazendo uma investigação on-line facilmente se encontram dezenas de casos de fugas de informação, algumas destas fugas têm claramente objectivos políticos, outras parecem perseguir objectivos meramente pessoais.

Mas não nos ficamos pelas fugas, nos nossos serviços de informações há de tudo!

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