No princípio era o Verbo

Joana Belo

Parece que o governo decidiu facilitar o uso de “contratos verbais” (não reduzidos a escrito), alargando o prazo e o âmbito da sua utilização.
O que até aqui se aplicava apenas aos sectores do Turismo e da Agricultura, com prazos contratuais máximos de 15 dias, passa a aplicar-se a qualquer ramo de actividade, desde que tenha irregularidades na produção. E o prazo passa de 15 para 35 dias, mantendo um limite de 70 dias por ano.
Esta é, como toda a evidência o demonstra, uma medida de carácter social-democrata, genuinamente socialista. Tal, aliás, como a que aumentou para 180 dias o período experimental dos outros contratos, os que ficam escritos numa folha de papel e que, como também toda a gente sabe, têm contribuído para a desflorestação, para as alterações climáticas, o buraco do ozono e o degelo das calotes polares.
Neste cenário, as pernas dos banqueiros alemães não apenas tremem, como começa a notar-se aquele odor muito familiar a quem já mudou fraldas.

Um passo importante para a reforma do Estado

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Parece-me que poderá estar a caminho um verdadeiro processo de descentralização no País.

Ontem o Ministro Adjunto Eduardo Cabrita disse estar a preparar o processo legislativo para que, em 2017, as presidências das áreas metropolitanas sejam eleitas de forma directa.

Entendi sempre, como social-democrata, que apenas a regionalização ou uma efectiva descentralização das competências do Estado, legitimidada por uma eleição directa, poderia contribuir para um crescimento mais coeso e equilibrado do País.

Entendo também a descentralização, através da eleição directa dos líderes das áreas metropolitanas, uma das vias para uma efectiva reforma do Estado.

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“Bilderberg: As minhas perguntas a Balsemão e a sua resposta”

balsemaoPerguntas InOfensivas

Por Marisa Moura

“Ontem enviei perguntas, por e-mail, a Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa (canais televisivos SIC, semanário Expresso, revistas Visão, Exame, Caras, etc.), fundador do Partido PPD – Popular Democrático (actual PSD – Partido Social Democrata), ex primeiro-ministro de Portugal, e um membro da comissão de direcção das reuniões Bilderberg, encabeçada pelo presidente do grupo financeiro dos seguros Axa e cujo chairman é o quase centenário David Rockefeller.

Copio abaixo o e-mail que enviei a Balsemão e a nota sobre a resposta que recebi:

Dr.  Balsemão,

Sou freelancer desde que saí do Grupo Impresa em 2010 e é nessa qualidade que lhe dirijo as questões que seguem abaixo, sobre a crise política do momento, o grupo Impresa e o clube de Bilderberg, às quais agradeço que responda logo que lhe seja possível, nas próximas semanas. [Read more…]

O carimbo!

Antes do 25 de Abril quem não era da situação, Estado Novo, Salazar, Mocidade Portuguesa, União Nacional, era carimbado de Comunista! Se não é por nós é contra nós! Já está e se possível a “lápis azul”! Comunista! Censurado!

A seguir ao 25 de Abril, passamos todos a ser fascistas! Carimbado à primeira hesitação. Facho!

Um ano depois apareceram “os amarelos” pró-fascistas. Objectivamente a favor da direita “ultramontana” e fascizóide! Carimbado e siga a marinha que isto não está para subtilezas.

Era de tal forma a carimbadela que o CDS era do CENTRO, não fosse pensarem que era da direita, o que, aliás, lhe valeu ataques e incêndios vários às sua sedes. O Partido Popular passou a PSD, social democrata de esquerda, não fossem pensar que poderia ser democrata cristão. Carimbo! O carimbo da direita levou a mortes e o carimbo da esquerda tambem, tudo a bem do povo, sim, porque tudo isto é sempre a bem do povo!

Em democracia, e muitos de nós passaram por muito e mau antes de chegar a ela, o fundamental é não carimbar quem pensa diferentemente de nós, é ouvir, tentar perceber as razões do “outro”, tentar chegar a um consenso, em Liberdade, até ao ponto em que ” a minha Liberdade começa a pisar a Liberdade do outro” e aí tenho que parar, firmemente, para não deixar que o “outro” pise a minha Liberdade, mas tenho que parar!

Só assim, vale a pena, aperfeiçoar a Liberdade, tratá-la, sem largar mão da ideologia que professo, mas respeitar as opiniões dos que não pensam como eu. Esta é a grande vantagem e a única que vale a pena, como se tem visto com as experiências que temos visto fracassar. Para além da Democracia e do Estado de Direito não há nada!

Só carimbos! E o pior é que o carimbo continua na sua incessante tarefa! Carimbar!