Não te “Isaltes”: a falta de tino

O famigerado ex-condenado, presidente vitalício da CM de Oeiras, na SIC Notícias

Sobre isto, só me apraz citar Jorge Palma, em ‘Jeremias, o Fora da Lei‘:

(…) Há quem veja em Jeremias apenas mais uma vítima da sociedade,
Muito embora eu tenha a esse respeito uma opinião bem particular…
É que enquanto o criminoso tem uma certa tendência natural p’ra ser vitimado,
Jeremias nunca encontrou razões p’ra se culpar (…)

Paulo Pinto Mascarenhas: O 25 de Abril é do povo

(Paulo Pinto Mascarenhas, Consultor de Comunicação, ex-jornalista)

A escrever para o Aventar, um espaço de liberdade de expressão, dou comigo a pensar que já sou um pré-histórico, daqueles que ainda se lembra onde estava no 25 de Abril de 1974, com apenas 7 anos, encavalitado em cima do muro do quintal de um primo, com o meu irmão, em Lisboa, a festejar com os dedos em V de vitória, o que não sabíamos bem o que era, mas que foi uma boa festa e parecia trazer um País melhor – como acabou por se confirmar. 

Para as novas gerações, que já nasceram com as liberdades adquiridas, é bom lembrar o que significou o 25 de Abril, sem nunca esquecer a ditadura que foi derrubada, mas também o que se seguiu depois, o chamado Período Revolucionário Em Curso (a Wikipedia ajuda a perceber o que se passou), com o cortejo de novas ameaças à democracia, das nacionalizações selvagens às perseguições políticas, dos saneamentos sumários às detenções arbitrárias. 

Um PREC que se suavizou com o 25 de Novembro de 1975, mas que sobreviveu simbolicamente até 1982, dois anos depois da morte de Francisco Sá Carneiro, com a existência do Conselho da Revolução, extinto num acordo de revisão constitucional entre o PS de Mário Soares e a Aliança Democrática, já liderada por Francisco Pinto Balsemão, então primeiro-ministro – e devemos aproveitar o 25 de Abril para prestar homenagem a alguns dos fundadores da democracia parlamentar em que vivemos, que estiveram na oposição ao Estado Novo e depois combateram também pela liberdade contra os extremismos de esquerda.  

(Não deixa de ser estranho falar sobre a liberdade em tempos sombrios de tantas restrições por causa da pandemia, de confinamentos e desconfinamentos, mas também pode servir para nunca nos esquecermos que ela – a liberdade – deve estar sempre acompanhada pela responsabilidade. E o 25 de Abril libertou-nos de um longo confinamento autoritário de 48 anos.) 

Digo que é bom lembrar o 25 de Abril e o que veio depois para não repetirmos os erros do passado, porque é certo e sabido que os extremos se alimentam mutuamente e devemos proteger a nossa democracia, tão cheia de defeitos e fragilidades que a ameaçam, como a corrupção, mas que sempre foi e continua a ser o melhor de todos os regimes conhecidos. 

Uma democracia que não pode nem deve ter donos, ao contrário do que alguns ainda pretendem, porque, como se dizia nos anos quentes do PREC, o 25 de Abril é do povo – e nunca foi de Moscovo. 

Com a chancela do Clube Bilderberg

Balsemão pressiona Rio Rio a avançar para Belém.

Como está o teu nível de sinceridade, Durão?

Durão Balsemão

Há pouco mais de duas semanas, nas Conferências do Estoril, Durão Barroso afirmava perante a plateia que, desde a sua saída da Comissão Europeia, o seu “nível de sinceridade aumenta todos os dias“.

Apesar das dúvidas óbvias que tais declarações suscitam, tentemos por um momento abstrair-nos daquilo que é o historial do primeiro-ministro que abandonou o país por dinheiro e prestígio e assumir que as declarações do mordomo das Lajes, excepcionalmente, são verdadeiramente honestas. Partindo deste princípio, agrada-me a possibilidade de virmos em breve a saber um pouco mais sobre os meandros do nebuloso Clube Bilderberg, no seio do qual alguns acreditam que se decidem os destinos do globo. É que o magnata da comunicação social Francisco Pinto Balsemão prepara-se para passar a pasta de membro residente do steering committee desta organização ao senhor cherne, pelo que, dado o recente aumento do seu nível de sinceridade, talvez fiquemos em breve a saber um pouco mais sobre estas reuniões que juntam a elite europeia e norte-americana, sempre envoltas em total secretismo, patrulhadas por exércitos locais e cuja esmagadora maioria dos participantes partilham a extraordinária coincidência de serem eleitos ou seleccionados para cargos de relevo nos seus países e/ou em organizações internacionais pouco depois de por lá passarem. Alguns chegam mesmo a demitir-se dos cargos que anteriormente ocupavam, um mês depois de lá terem estado. Vale tudo.

Agora a sério: é claro que não vamos saber coisa nenhuma. Perguntar-lhe o que quer que seja sobre esta organização terá o mesmo efeito que a tentativa frustrada da jornalista Marisa Moura em 2013: silêncio. O nível de sinceridade de Durão, a existir, nunca chegará a tanto. Para além de que importa manter a maior parte dos ainda portugueses na ignorância. Eles não iam perceber…

“Bilderberg: As minhas perguntas a Balsemão e a sua resposta”

balsemaoPerguntas InOfensivas

Por Marisa Moura

“Ontem enviei perguntas, por e-mail, a Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa (canais televisivos SIC, semanário Expresso, revistas Visão, Exame, Caras, etc.), fundador do Partido PPD – Popular Democrático (actual PSD – Partido Social Democrata), ex primeiro-ministro de Portugal, e um membro da comissão de direcção das reuniões Bilderberg, encabeçada pelo presidente do grupo financeiro dos seguros Axa e cujo chairman é o quase centenário David Rockefeller.

Copio abaixo o e-mail que enviei a Balsemão e a nota sobre a resposta que recebi:

Dr.  Balsemão,

Sou freelancer desde que saí do Grupo Impresa em 2010 e é nessa qualidade que lhe dirijo as questões que seguem abaixo, sobre a crise política do momento, o grupo Impresa e o clube de Bilderberg, às quais agradeço que responda logo que lhe seja possível, nas próximas semanas. [Read more…]