Mentir? 

Mentira foi a demissão irrevogável de Portas. Um golpe palaciano que afundou ainda mais a débil economia portuguesa.

 Tal como mentira foi a apresentação de um suposto guião da reforma do Estado, escrito em corpo 16 a dois espaços, para encher chouriços, e que nunca teve por objectivo ser implementado. Serviu, isso sim, para Portas acabar com o bullying de Passos Coelho, o qual perguntava pela reforma do Estado sempre que o Portas se esticava. 

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Um passo importante para a reforma do Estado

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Parece-me que poderá estar a caminho um verdadeiro processo de descentralização no País.

Ontem o Ministro Adjunto Eduardo Cabrita disse estar a preparar o processo legislativo para que, em 2017, as presidências das áreas metropolitanas sejam eleitas de forma directa.

Entendi sempre, como social-democrata, que apenas a regionalização ou uma efectiva descentralização das competências do Estado, legitimidada por uma eleição directa, poderia contribuir para um crescimento mais coeso e equilibrado do País.

Entendo também a descentralização, através da eleição directa dos líderes das áreas metropolitanas, uma das vias para uma efectiva reforma do Estado.

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O guião de Paulo Portas

Com o alto patrocínio das seguradoras, da igreja, dos colégios, das clínicas, das imobiliárias e outros empreendedores que me escaparam, o filme resume-se a isto: ó PS, revê a Constituição connosco e depois quando virares PASOK damos-te umas esmolas no estado.

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As escolhas de Cavaco Silva

Santana Castilho *

Há pessoas com propensão para escolhas infelizes. Cavaco Silva, quando líder do PSD, escolheu Dias Loureiro para Secretário-Geral do partido e apadrinhou Duarte Lima no percurso que o levou a líder do respectivo grupo parlamentar. Já presidente da República, Cavaco Silva convidou João Rendeiro para dirigir a EPIS – Empresários pela Inclusão Social. Dias Loureiro não é propriamente alheio às trapalhadas que originariam a gigantesca burla do BPN. Duarte Lima é presidiário de luxo e suspeito de crime de homicídio. A fraude BPP tem um responsável: João Rendeiro.

A 10 de Julho, 4 dias antes da comemoração da tomada da Bastilha (quem sou eu para lhe sugerir que revisite a França de 1789?), Cavaco disse branco e fez negro. Gritou por estabilidade e afundou todos em mais instabilidade: partidos, Governo em gestão e país em agonia. Não aceitando nenhuma das soluções que tinha, inventou a pior que alguém podia imaginar. O raciocínio que desenvolveu é mais uma das infelizes escolhas em que a sua vida política é pródiga. O compromisso que pediu significaria que votar no PS, no CDS ou no PSD seria votar num programa único de Governo. O compromisso que pediu significaria o varrimento liminar do quadro democrático dos restantes partidos políticos, que desprezou. A escolha que fez significa que se atribuiu o poder, que não tem, de convocar eleições antecipadas em 2014, sem ouvir os partidos políticos nem o Conselho de Estado. Para quem jurou servir a Constituição, é, generosamente, uma escolha infeliz. [Read more…]

SNS: isentos duplicaram em 2012

«(…) [P]ortugueses isentos (…) por motivos económicos em 2012 quase duplic[aram] em relação ao ano anterior, passando de um milhão e meio (…) para quase três milhões. (…)» Já as taxas moderadoras representaram apenas 1,7% do total da receita do SNS. No jornal Público, sobre um Estudo da Entidade Reguladora da Saúde.

A greve de hoje e a “reforma” do Estado

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Mais do que uma vez escrevi no Aventar sobre o subdesenvolvimento português, cuja verdadeira dimensão talvez só agora comece a ser plenamente visível. A greve que os professores fizeram hoje demonstrou a que ponto o debate está inquinado pelas retóricas que colhem sempre entre os ignorantes sensíveis aos bons sentimentos, e a que a maioria acaba por aderir: a ideia de que o futuro dos estudantes ficou ameaçado por esta greve é uma delas. [Read more…]

Passos Coelho, escuta, és um filhodaputa

O problema desta gente é muito simples: como pode um médico ou um professor trabalhar sem que alguém lucre com isso? o horror à ausência de apropriação das mais-valias do trabalho, somado ao ódio ao serviço público (coisa que se compreende em quem não precisa dele para nada), explicam a sua actuação.

Destruir o estado, elevar o privado à condição de imprescindível, dá-lhes de tal forma a volta à cabeça que enlouquecem. Só por pura loucura se pode aumentar indiscriminadamente o horário de trabalho quando tal na esmagadora maioria dos casos ou não serve para nada (querem as repartições públicas abertas ao sábado? para quê?) ou aumentará o desemprego, destruindo ainda mais a economia.

A tentativa de refoder o estado social hoje anunciada não passa disso mesmo, de uma tentativa. Este governo não tem qualquer legitimidade, Passos Coelho faz tudo o que prometeu não fazer.  Demiti-lo é uma necessidade absoluta. E será isso que lhe irá acontecer, na rua, pois claro, a mesma rua que fundou esta República agora a saque.

Governo espera fechar Orçamento e reforma do Estado até ao fim do mês*

Seguir-se-á o País, logo que possível.
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Moedas, o mensageiro

Carlos MoedasComo se depreendia, e ao contrário do afirmado previamente por Passos Coelho no estilo de torpeza que lhe é próprio, a reunião deste Sábado do Conselho de Ministros teve, como principal ponto da ordem de trabalhos, ‘o corte dos 4 mil milhões de euros para efectivação da ‘reforma do Estado’.

No final, e desta vez sem o auxílio da censora Galvão, lá apareceu o Moedas na função de ‘mensageiro’. O jovem engenheiro-financeiro, a quem até nem ficaria desajustada a designação de ‘moço de recados’, traz-me à memória ‘O Mensageiro’, de Oren Moverman.

No filme, dois oficiais estão incumbidos de anunciar às famílias a morte de soldados em combate. A Carlos Moedas também foi cometida pelos chefes, Gaspar e Coelho, a tarefa de anunciar desgraças às famílias portuguesas. Haverá apenas uma ínfima coincidência sinóptica. Moedas não foi autorizado a divulgar pormenores do ‘dossier’. –Assuste-os apenas! – ter-lhe-ão ordenado os chefes.

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Olha quem fala

Luís Montenegro, espécie de garante-moral do PSD (sempre indignado com o que de menos bom acontece ao partido onde também estão Passos e Relvas) ameaça não deixar cair a questão da reforma do Estado por não “aceitar que as regras da democracia sejam subvertidas”.

Sofia Galvão não queria ruído

“O tempo em que se escreve o resto das nossas vidas” não tem jornalistas.

– 20% nas pensões de reforma

«(…) Quererão os actuais reformados pôr em cima dos seus filhos e netos a responsabilidade de pagarem [tantos e tão elevados] impostos, para virem mais à frente a receber pensões mais reduzidas, quando eles próprios se reformarem?» – Relatório do FMI, Questões-chave

Minuto 50′, o Direito a não ter Dívida

Portugal, colónia do FMI


Quando nas eleições legislativas de 5 de junho de 2011, cerca de 42 por cento dos eleitores se abstiveram e a esmagadora maioria dos restantes 58 por cento deram o seu voto aos partidos que assinaram o memorando da Troika, [Read more…]