A Avenida do Centrão desemboca no FMI

Percorremos a longa ‘Avenida do Centrão’ desde 1985, com Cavaco, Guterres, Barroso e Sócrates – Santana praticamente não contou. Estafámos tudo o que houve para estafar. De bolsos vazios, andrajosos e descalços, desembocámos no abismo: FMI!.

Falar de abismo é exagero? Não, estou certo. Evitem-se comparações com o passado. O mundo hoje é muito mais complexo. Uns conselhos: leia-se o que escreveu aqui Joseph Stiglitz; tome-se em atenção o lucro do FMI gerado pelas ajudas à Grécia e Irlanda, segundo o blogue ‘Ironia d’Estado’; e ainda mais uma achega, olhe-se para a evolução dos juros de financiamentos a 10 anos aos Estados da Grécia e da Irlanda, após intervenção do FMI:

Grécia

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Irlanda

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Fonte: Bloomberg, aqui e aqui.

Depois das “ajudas” da UE e FMI – ambas em 2010, em Maio à Grécia e em Novembro à Irlanda – as taxas de juro da dívida pública de um e outro país registaram um movimento ascendente acentuado: ontem, 6 de Abril, a Grécia pagava 12,72%/ano e a Irlanda 9,37%/ano. 

Como sempre, os homens do ‘Café Central’ estão em sintonia: Sócrates anunciou, Passos Coelho apoiou e o Presidente da República ficou aliviado.

À semelhança de gregos e irlandeses, os portugueses, pelo menos os mais atentos e com espírito de repulsa pelo poder de defecação de determinados políticos e analistas, têm fortes razões para se preocupar e lutar contra as ajudas que nos esperam  – recessão, falências, desemprego e cortes nas despesas do Estado Social;  tudo isto, para além do que já sofremos.

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