Há certos espíritos dobrados sobre si mesmos, a boca autocolada à pilinha-pombinha, num círculo fetal perfeito fecal, que insistem em revisitar o passado como se a respectiva reescrita a martelo e a respectiva releitura marreta fossem passíveis de operacionalização. Não são. Por exemplo, algures por Março de 2011, houve efectivamente uma alma peregrina, com as mãos sujas de comissões atrás de comissões em razão do seu poder, alma aliás sobre a qual decidi nunca mais escrever, que baseou toda a sua pré-campanha e campanha eleitorais na afirmação aflitiva do que não faria, daquilo a que se recusaria, caso fosse reeleito: governar com o FMI. Tipo: um gajo está teso, endividado até ao caralho-sem-pescoço, mas faz peito e diz ao testa-de-ferro dos credores: «Pá, devo-te cem. Ganho trinta. Vai-te foder, mas nem penses que conto com a tua ajuda para te pagar.»
Estou para saber como é que a Argentina não resistiu a disponibilizar-se para o FMI que veio destruir ainda mais o que estava debilitado. Estou para saber como é que mesmo o Brasil não foi capaz de passar sem a mesma disponibilidade, já longínqua, para que o FMI viesse cagar leis, pareceres e medidas, como conselheiro e messias autorizado por Brasília. O que é que estava na cabeça dos gregos, dos irlandeses, dos argentinos, dos brasileiros? Como puderam disponibilizar-se para governar com o FMI?! [Read more…]
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