De Natura Boliqueimorum, seguido de Velhos Dias Felizes

Imagem do KAOS

Há quase um mês que não tenho vontade nenhuma de escrever, mas posso explicar, metade, por causas naturais, outra tanta, por milagres da Fé, e vamos já aos milagres da fé: como, desde nunca, desde que me lembro, Portugal parece estar agora bem, o Governo não se sente, e aquelas calosidades que, diariamente, nos massacravam na televisão, desapareceram. É certo que há umas recaídas, porque ficámos com a suspeita de que Portugal era governados por sucateiros, “de facto”, e por pseudo-sucateiros, como Armando Vara, que não conseguia, por mais “Independentes” que tivesse frequentado, chegar aos esplendores de um verdadeiro sucateiro. Digamos, sem ofensas, que Vara estava para a Sucata como as cópias da Loja dos Chineses para os originais da Place Vandôme, e mais não digo. O País estaria, portanto, calmo, se a Maria, de Centro Esquerda, não insistisse em comportar-se, perante as mulheres da Cimeira Ibero Americana, como a doméstica de serviço, mas, nisso, ela até é um anti Vara, já que lhe veio na massa do sangue, e, quando levou a Rainha Sofia a ver a Paula Rego, mais uma das pedras negras do nosso imaginário, só lhe conseguiu fazer soltar um “sim, já tinha ouvido falar, mas nunca tinha visto…”, ou coisa parecida, que é o equivalente Borbón, do “coitadinhos, também precisam…” Um dia destes, o Barahona Possollo passa a rasteira à Megera da Paula Rego, que vive de feitiçarias, e diz que as figuras dela “são más (!)”, como se isso pudesse ser coroa de glória para um verdadeiro pintor, sobretudo para Goya, que ela bem tenta imitar, mas que, realmente, vivia sofridamente os horrores do seu tempo, ao contrário dessa doida, exilada em Inglaterra, e a tentar fazer-nos engolir, através de deslumbrantes aparatos técnicos, os quais a transformaram numa “deslumbrada”, o seu miserável imaginário de côdea rançosa, mas…, olhem…, até estou farto dessa, vinha era falar de um País, onde um governo de arrogantes se escondeu num canto, à espera de que a Oposição o faça cair, e de uma Oposição que se juntou, noutro canto, à espera de que eles fiquem à espera de que eles os façam cair. Acho maravilhoso, e vale cem sóisinhos a dançar, na Cova da Moura, perdão, da Iria, e poderia continuar assim, eternamente, não fossem os números do nosso descalabro financeiro e económico estarem inexoravelmente a rolar, como numa irreversível ampulheta. Vamos ter mais dois mesitos disto, e depois caímos na real, e vai ser muito mau. O que a Sinistra Alçada fez já é disso ameaço: a bruxa da Lurdes escondia o estrangulamento das carreiras em coisas do tempo da Casa Pia dela, como “titulares” e “excelentes”, e ainda me “ha dem” explicar o que seria isso no imaginário de porteira da outra, mas esta é pior, porque, com o seu sorriso de camelo, muito típico daquela estirpe de cínicas, já sacudiu a água do capote, e deixou-se de “excelências” e passou diretamente a falar de quotas ditadas por disponibilidades financeiras, astúcia velha desde Salazar, que é tirar o cavalinho da chuva, e deslocar as responsabilidades do Ministério da Educação para o das Finanças, velha retórica que nos colocou, durante todo o séc. XX, na Cauda da Europa. Há gente que está muito calminha, a acreditar na… “mudança“.

Mas não era disso que eu vinha falar.

Hoje… (deixa-me cá olhar para o relógio), sim, hoje, dia 1 de Dezembro, faz anos que Portugal decidiu que tinha, idiossincrática e definitivamente, um bom par de coisas que o separava, forever and ever, da Coroa Española, e concordo plenamente com isso: amigos, amigos, negócios à parte, e cada macaco no seu galho, de España, nem bom vento nem bom esquentamento, e assim teríamos rolado, se não nos tivéssemos transformado, com o Senhor Aníbal, de Boliqueime, no Caixote de Lixo da Europa. Os sucateiros e limpadores de toxinas que se lhe seguiram só aprimoraram a tendência, e isto está realmente mau, como Soares, um dos construtores da velha Europa Utópica, recentemente referiu. É mau, para uma velha Nação, que o seu destino final tenha permitido ser colocado colocado nas mãos de dois indigentes intelectuais, de duvidoso cariz moral e imprópria formação académica. Para acabarmos, ao menos que tivéssemos acabado às mãos de pés de seis dedos de um degenerado de sangue contaminado, como aconteceu em Alcácer-Quibir, mas nunca nos calcanhares dos “porreiros, pá“, da Cova da Piedade, e dos Diplomas da “Independente“.

Dia 1 de Dezembro de 1640, uma Maria, de então, decidiu que mais valia ser Rainha, por um dia, do que Duquesa, toda a vida. Em 2009, por volta da mesma data, dois badochas, mais uma outra Maria, decidiram que, afinal, sempre mais valia ser mulher a dias toda a vida do que cabeças erguidas, por uma só mais hora que fosse.

Um dia, que já esteve mais longe, voltaremos a sair para a rua, porque as nossas profundas padeiras de aljubarrota não perdoam a canalha desta estirpe. E eu estou, muito sentadinho, à espera desse belo dia.

(Assoprado no “Aventar“, no “Arrebenta-SOL“, no “Democracia em Portugal“, no “Klandestino“, na “Sinistra Ministra Isabel Alçada” e no “The Braganza Mothers” )

Comments

  1. Também aguardo esse dia com ânsias e raivas e numa grande paz de dever em cumprimento!

  2. dalby says:

    Nã nã nã..oh Arrebenta nem penses… A nação não está assim um descalabro, e Espanha é um belo país e de lá vem muita coisa boa, graças a Deus! a Natureza é bela, o ser humano recria-se e apesar de tudo há muito bom português. O país está mau mas também tu. O país está mal mas são sinais dos tempos e passa-se o mesmo em toda a Europa e no mundo em geral..O descrédito humano é grande mas já no passado a coisa se passou assim. E finalmente..desculpa mas também não tens vindo a ajudar muito quer na reconstrucção do país, quer na reconstrucção do amor próprio da nação, nem da auto-estima..por isso, ORA foda-se, de tragédias já bastam as nossas do dia-a-dia!…Se utilizasses também a tua ira e valor para construir, também davas uma boa ajuda, em vez de te concentrares nessa centralização egocêntrica…e claramente nessa ânsia de seres lido..e temido! e mais..não gosto dos teus desenhos..embora possa compreender essa raiva, os teus desenhos são parecidos com a propaganda Nazi, ou Àrabe anti-semita ou Estalinista…É PÉSSIMA E TENEBROSA… e tu mesmo pareces-me estar em crise como o país económico, mas neste caso de inspiração… PODES ATACAR OS POLÍTICOS, MAS DEIXA A NAÇÃO E A SUA ALMA EM PAZ! DALBY

  3. Dalby, o Arrebenta não pode ser meiguinho, porra, como faz juz ao nome?

  4. Alfredo HitTheCock do Norte says:

    Luis dos pássaros, rouxinois e sobretudo das robalas: Eu acho o Arrebenta um ‘must’ , mas estou farto de dizer (e até para mim mesmo tomo como conselho) quando chafurdamos demasiado na «merda», se não nos cuidamos, podemos cair nela ou passar a «cheirar mal». O estilo e sentido de humor dele só provam que é um homem de inteligência, o tal QI superior, mas ele vive inundado naquilo todo o tempo..é totalmente destruitivo..nao consegue criar após destruir..só isso…E claro… o nome é foleiro…O The Braganza Mothers já acho um piadão.. teu correlegionário de signo Dal, o trabalhador assalariado e mal pago.

  5. Caríssimos, que se dão ao trabalho de comentar coisas destas: o mais fatal erro da Literatura é confundir as personagens com o autor. No nosso primeiro Braganza tivémos uma doente, de Gaia, que passou por aí, e parece que se atolou até ao pescoço, tanto que se tornou no típico “troll” das nossas caixas de comentários… A personagem é a personagem, e é mesmo talhada assim. O autor cuida-se muito bem, onde, quando e como pode, e ri-se, quando lhe dá, com as confiusões com a ficção, aliás, heterónimo, mas sem carta astral, porque o Pessoa é que tinha paciência para essas tretas. Eu (autor) prefiro sol e praia, e geralmente não entro em polémicas. Era o mesmo que alguém tentar discutir o preço das margarinas com a Popota… 🙂

  6. Resposta ao ATOL says:

    OK, Então tá bem! Mas a última vez que me lembro há há uns tempos largos atrás …ATÉ FICASTE DOENTE QUANDO VISTE QUE O SÓCRATES NÃO IA PERDER PARA O PSD…!!!… E PRONTO ..aí FIQUEI PREOCUPADO COM A PERSONAGEM QUE VIVE E RI BEM, E LOGO PENSEI QUE A PERSONAGEM TINHA SIDO AFECTADA PELA REALIDADE..MAS VISTO QUE TUDO FOI, E É, TÃO FICCIONAL E PERFEITO E SIMPLES, ENTÃO TÁ BEM!! FOI MINHA IMPRESSÃO E NÃO TENHO TAMBÉM DE TER «PENA» QUE UM DIA DESTES A REALIDADE ALEIJE O FICCIONISTA E O IMPERTURBÁVEL PERSONAGEM… NEM ESTÁ MAIS AQUI QUEM FALOU..SE ISSO É SÓ ALEGRIA ALEGRIA,,,TANTO  MELHOR..EM RELAÇÃO AO CHIQUEIRO DE GAIA, SIM ..HORRIVEL, MAS NAO VIVO NELE, MAS PIOR DO QUE ESTE CHIQUEIRO É A CHORDA TOTAL LISBOETA E A DE..RIO TINTO! E O PIOR É QUE ELES PENSAM(OS DE LISBOA DIGO, OS BONS, OS MAUS E OS QUE CRITICAM AMBOS) QUE VIVEM NO ÂMAGO DA QUESTÃO…OUTRA COISA, EU PERDI TEMPO, COMO O MONSIEUR DIZ, 1º PORQUE NINGUÉM O COMENTA NUNCA COMO SE FOSSE UM SUPRA-SUMO BLOGUISTA, SEGUNDO PORQUE DESISTI DE SAIR DE FIM DE SEMANA E POR ULTIMO PORQUE NÃO FAZ SOL (OHHHHHHHHHH!!) E NÃO POSSO IR PARA A RIA NEM PARA O TORRÃO DO LAMEIRO ANDAR DE VÈLO..SENÃO NEM VIA O POST..NEM VINHA AQUI..O TEMPO MAU CAI, CHOVE, E EU VOLTO CÁ..!!!E DEPOIS PORQUE FOI UMA MANEIRA INTELECTUAL DE DIZER «OH ARREBENTA VAI PRÓ RAIS QUE TE PARTA» COM TANTO CATASTROFISMO QUE A GENTE QUER É SOL..E DEPOIS PORQUE ..É GIRO LER-TE TAMBÉM..SOBRETUDO PORQUE USAS E ABUSAS DO FEMININO NO MASCULINO E DO MASCULINO NO FEMININO E AQUI O DALBY ADORE LOVE FEEL EMOTION WITH THAT… OLHA E PARA QUE AQUI O FICCIONAL E O PERSONAGEM ACABEM EM AZUL SOL RIR E TUDO ISSO «MARAVILHA AZUL CHEGUÉ» MANDO-TE UMA MÚSICA «I CAN’T SMILE WITHOUT YOU»! NÃO DIGO O AUTOR QUE ÉS SNOB DEMASIADO E AINDA LEVAS A MAL … ABRAÇO DO CHIQUEIRO DO NORTE BONNE CHANCE DALBY

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