
"La Nevada o El Invierno", Francisco de Goya y Lucientes (Museu do Prado)
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Limpinho!
E afinal parece que o Natal não vai ser tão bom como se previa aqui no Aventar!
Parece que temos BENFICA pelo menos até ao ano novo!
O mais e o menos… a raça do Benfica, a táctica, a vontade e Ramirez… Saviola…
O menos… quase tudo no Porto – que me recorde… nem uma única oportunidade de golo!
Para memória futura, um penalty limpinho ficou por marcar.
Em 14 de Agosto, a algumas horas de começar o campeonato, escrevi ” Jesus e Bento, deixo-vos aqui a receita para conseguirem destronar o Jesualdo: façam 70 pontos, marquem mais de 60 golos e sofram menos de 20.”
Pois bem, o Benfica tem 33 pontos, 38 golos marcados e 9 sofridos. Contando que ainda não estamos a meio do campeonato, diria que o objectivo golos marcados está claramente a ser cumprido (seria 35 nesta altura), 9 golos… é o limite. Os 33 pontos, é pouco… dariam 66… O que é perto do objectivo…
Estamos no bom caminho – espero que passem um bom natal aí em baixo!
Um desejo
Já o Inverno, expremendo as cãs nevosas,
Geme, de horrendas nuvens carregado;
Luz o aéreo fuzil, e o mar inchado
Investe ao pólo em serras escumosas;
Ó benignas manhãs!, tardes saudosas,
Em que folga o pastor, medrando o gado,
Em que brincam no ervoso e fértil prado
Ninfas e Amores, Zéfiros e Rosas!
Voltai, retrocedei, formosos dias:
Ou antes vem, vem tu, doce beleza
Que noutros campos mil prazeres crias;
E ao ver-te sentirá minha alma acesa
Os perfumes, o encanto, as alegrias,
Da estação que remoça a natureza.
Glosa À Chegada do Inverno
Ao frio suave, obscuro e sossegado,
e com que a noite, agora, se anuncia
depois de posto, ao longe, um sol dourado
que a uma rosada fímbria arrasta e esfia…
Da solidão dos homens apartado,
e entregue a tal silêncio, que devia
mais entender as sombras a meu lado
que a terra nua onde se atrasa o dia…
Recordo o amor distante que em mim vive,
sem tempo ou espaço, e apenas amarrado
à liberdade imensa que não tive,
e que não há. Como o recordo agora
que a luz do dia já se não demora,
se apenas de si próprio é recordado?
(Líricas Portuguesas, Portugália Editora)
Continuando na selecção dos melhores de 2009 (ver AQUI) aqui está mais um: os Phoenix e o seu Wolfgang Amadeus Phoenix lançado em Maio de 2009 e que muitas vezes utilizei como música de fundo nalguns trabalhos de vídeo.
„Quem falhar a primeira casa de botão
atrapalha-se com o resto do abotoamento”
Johann Wolfgang von Goethe
Se em Copenhaga tivesse havido um acordo concreto, com muitas centenas de milhares de milhões de euros de investimentos no meio, então ter-se-ia falhado a “primeira casa de botão” – e, com isso, perdido muito tempo e dinheiro.
Tendo havido um desfecho inconclusivo – flop –, existe esperança que com o avançar implacável da crise mundial de sentido e de economia se identifique rapidamente a verdadeira “primeira casa de botão”, ou seja, o actual estrangulamento central que impede o nosso desenvolvimento e que tem que ser resolvido em primeiro lugar. E então o tema central serão as causas imateriais-psiquicas subjacentes à crise mundial e respectivas soluções e não uma das suas muitas consequências.
Assim, os mais novos entre nós dos quais muitos hoje estão totalmente convencidos da alegada cadeia causal tão dúbia como mecanicista – emissão de CO2 = fim do mundo –, verificarão dentro de 20, 30 ou 40 anos que o fracasso da cimeira de Copenhaga foi um benção porque nos obrigou a prestar atenção sobre os perigos muito mais graves e mais imediatos.
Rolf Dahmer
Dois problemas agitam a nossa sociedade, ou a nossa cultura. Nós Antropólogos denominamos cultura as formas de pensar, fazer e sentir, ai onde os sociólogos denominam sociedade a um conjunto de pessoas que partilham a mesma língua, ideias constitucionais e tradição histórica. Sociedade é partilhar a mesma memória e configurar um mesmo futuro. Cultura é conhecer essa memória, respeitar a sua normatividade ou manipula-la.
mãe a falar com filho
Afirmo no título que nas várias sociedades do mundo e dentro dos seus segmentos, palavra criada como conceito por Durkheim em 1894, Les règles de la méthode sociologique , que pode ser lido em http://classiques.uqac.ca/classiques/Durkheim_emile/regles_methode/regles_methode.html existe uma variedade de sentimentos.
Nós, ocidentais, estamos habituados as formas de relação social, onde é a pessoa masculina a que manda, orienta, e perfilha aos filhos do casal. Esses descendentes, levam o seu nome, como está definido no Código Civil que nos governa, Livro IV, Direito de Família, artigo 1576 e seguintes, especialmente Título III, Da Filiação, artigos 1798 e seguintes, texto que permite a adopção e a comunhão de bens. Ideias todas retiradas da cultura à qual estamos habituados, desde que a nossa República nasceu como Monarquia, em 1806. Monarquia cristã, que submete aos filhos aos seus pais – antigamente apenas ao denominado cabeça de casal, o homem de casa, hoje em dia aos dois por igual, pai e mãe. Tão habituados estamos, que a lei não é respeitada e mulher e filhos são subordinados ao adulto masculino denominado pai. É a nossa cultura… [Read more…]
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E NEM SEQUER FOI ANO BISSEXTO.
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Mas que raio de ano foi este de 2009.
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Em Portugal,
Arderam mais hectares de floresta do que é costume.
Houve mais crimes violentos do que é costume.
Há mais fome do que é costume.
Há mais doenças novas do que é costume.
Há mais tráfico de droga do que é costume.
Há pior educação do que é costume.
Há pior economia do que é costume.
Há pior política do que é costume.
A crise é pior do que é costume.
A vida é muito pior do que é costume.
Anda meio País a ser enganado pelo outro meio, como de costume.
Há mais corrupção do que se imaginava e era costume.
E como de costume os mandantes não se entendem para nos salvar.
E eu não costumo estar acostumado a estes costumes.
QUE RAIO DE PAÍS ESTE EM QUE VIVEMOS.
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E no mundo em geral,
Morreu mais gente importante do que é costume.
Cairam mais aviões do que é costume.
Há mais guerra do que é costume.
Há tanta ou mais fome do que é costume.
Está tudo mais quente do que é costume.
E como de costume os mandantes também não se entendem para o salvar.
E eu não quero estar acostumado a estes costumes.
Que raio de ano este, que nunca mais acaba!
QUE RAIO DE MUNDO ESTE EM QUE VIVEMOS.
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Há para aí um novo mundo, a quarenta e dois anos luz de distância.
Podemos ir para lá?
-Ainda não?, e uma ilhotazita perdida no meio de Atlântico ou do Pacífico, pode ser? Por favor? Hum?
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Eu vou ver no meio de mouros ferrenhos no Abacaxi (Maia). Na blogosfera podem acompanhar:
Com «Memória descritiva» encerro esta série dos «Poemas com história» Durante alguns meses, à razão de um por semana, aqui fui fazendo desfilar textos poéticos que escrevi, sobretudo durante o período da ditadura – alguns pertenciam a livros que foram apreendidos pela polícia, tais como «A Voz e o Sangue» (1ª edição em1967) e «A Poesia Deve Ser Feita Por Todos» (1970). O primeiro destes títulos foi a causa próxima da minha prisão em princípio de 1968. Outros pertenciam à única colectânea de poemas que publiquei depois de 1974 – «O Cárcere e o Prado Luminoso» (1990). Alguns, muito poucos, eram inéditos. [Read more…]
Os invulgares talentos do vice-presidente da bancada socratista já tinham sido referidos algumas vezes no Aventar.
Agora é o Tribunal da Relação de Lisboa que confere:
A Relação, pronunciando-se sobre a utilização da expressão gang, considerou que a palavra era “insultuosa e indelicada”, mas estava “justificada em factos”.
A sua sustentação como porta-voz do PS para questões ligada à corrupção, nomeadamente em relação aos offshores que tão bem conhece, leva-me a desconfiar que se trata de uma escolha tecnocrática: o homem é sem dúvida um especialista, e estava fora de causa ter-lhe atribuído o ministério da Agricultura, como chegou a ser boatado. Aguarda serenamente por uma vaga na Justiça, ou mesmo nas Finanças.
Na minha rua há uma casa de penhores. O prego, como lhe chamam. Vem muita gente pôr os bens que lhe sobram no prego, mas nunca aparecem com sacos ou maletas, e por isso suponho que só trazem coisas pequenas: um relógio, o cordão de ouro da avó, a aliança de casamento.
Á porta do prego está um polícia que se aborrece a ver o entra e sai desta gente, e se entretém a seguir com os olhos as mamas da filha da dona do café, que passeia saltitante pela rua acima e abaixo. [Read more…]
Cavaco Silva diz que o casamento não passa de uma questão lateral. O foco deve estar nas questões económicas, de resolução da crise.
Todos concordamos que o combate da crise e’ prioritário. Mas não vejo porque todo o pais só trate, durante meses, uma única matéria. Como se não houvesse mais vida alem do orçamento.
Portanto só há duas formas de ver a coisa: o presidente acha que o casamento gay e’ uma questão de direitos e promulga a lei em dois tempos; ou o presidente tem asco só a esta ideia e nem sequer a admite. Neste caso, a resposta que deu foi de desprezo pelo tema e pela lei aprovada pelo Conselho de Ministros.
Eu desconfio de qual seja a razão. Não sei o que vocês pensam disso?
Cavaco Silva, perante as perguntas dos jornalistas, acerca do casamento gay, respondeu que estava mais preocupado com outras questões, como sejam as económicas, o déficite, a dívida externa, o crescimento do PIB.
Naturalmente que as prioridades no momento são aquelas e não outras. A crise está aí para durar, o desemprego a crescer continuamente, todas as energias são poucas para atacar tão dificeis problemas.
Hoje, já veio a público o coro socialista habitual, amestrados, aí estão a fazer o “número” preparado, o presidente está a meter-se na governação.
A seguir vamos ter a regionalização, enquanto o Orçamento Geral do Estado, vai sendo preparado no maior dos segredos, sem colaboração da oposição nem da sociedade civil.
A encenação, rotineira e sempre vista, está a tomar forma, ou o orçamento passa sem discussões “inuteis” ou então, o coro afinado entra em cena.
Deixem-nos governar!
Depois de dois dias em que fui relatando o que ia acontecendo nas procura dos restos mortais de Lorca, vou hoje, finalmente, falar sobre a vida e a obra do grande poeta, embora os elementos essenciais da sua biografia estejam contidos nos dois vídeos que encabeçam este texto e que devem ser visionados de seguida, pois, no seu conjunto, constituem uma narrativa muito interessante.
Mario Hernández, catedrático de literatura espanhola da Universidade Autónoma de Madrid, grande estudioso da obra de Lorca, o jornalista Antonio Ramos, a empregada dos pais do poeta, María Matas e Alfonso Alcalá, da Casa Museu Fuente Vaqueros, traçam-nos um retrato impressivo, emocionado, mas veraz, da sua biografia. Dispenso-me de repetir esses dados. [Read more…]
Têm montes de pinta no fim, quando acabam e abanam os cabelos.
2007: Pólo Norte, “Um dia tudo isto será teu, filho!”
2057: Pólo Norte, “Fixe, obrigado pai!”
Copenhaga fracassou. Que surpresa…
A saudade vai de barco
leva na frente a luz vermelha
que fende as águas verdes.
Atrás uma palmeira
menina do deserto
aprisionada no sonho.
Balançam copos de vinho
à flor do mar incerto
e a música desce ao fundo do mar.
O peito estremece
e entrelaça os remos
nas mãos da água
que já não abraça
o ventre do casco verde.
(adao cruz)
Do bacalhau passando pelo arroz de cabidela e terminando numa majestosa Mousse de Chocolate, assim se passou um dia fantástico em Coimbra neste que foi o segundo almoço do Aventar. Aqui ficam as provas (fotográficas) do crime e as nossas desculpas pelas garrafas de água – foi disfarce da malta do fundo da mesa, na verdade era vodka do dono do restaurante 007.
(o casal simpatia)
(o JJC – Anfitrião a olhar para o fundo)
(A Água)
(Aparição)
(O Grupo)
(Cimbalino)
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Amanhã, em Liège, no Reflektor, Thurston Moore Group (com Steve Shelley). Depois de amanhã, em Courtrai (Kortrijk, no original), Lee Ranaldo, com os fabulosos The Wild Classical Ensemble. Só nos falta a Kim Gordon.
Pais pedem aulas extra para compensar efeitos das greves de professores
o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?
Durão Barroso não é nem padre, nem conservador: é José, não é [xoˈse], pois não, não é. Irá casar-se (com alguém). Não irá casar ninguém.
no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?
fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.
Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.
Retirar “referências racistas” dos livros/filmes de 007? Qualquer dia, ”Twelve Years a Slave” ou “Django Unchained” serão cancelados.
Foi para isto que vim ao mundo? Estava tão bem a baloiçar num escroto qualquer, tão descansadinho.
E uma linguista chamada Emily M. Bender está preocupada com o que irá acontecer quando deixarmos de nos lembrar disto. Acrescente-se.
Foto: New York Magazine: https://nym.ag/3misKaW
Exactamente, cacofonia. Hoje, lembrei-me dos Cacophony, a banda do excelente Marty Friedman. Antes de ter ido para os Megadeth, com os quais voltou a tocar anteontem. Siga.
Oh! E não se atira ao Pepê? Porquê? Calimero, Calimero. Aquele abraço.
O que vale é que em Lisboa não falta onde alojar estudantes deslocados e a preços baratos.
Onde? No Diário da República e no Porto Canal. That is the question. Whether ‘tis nobler in the mind to suffer… OK.
Maria de Lurdes Rodrigues escreveu uma crónica intitulada “Defender a escola pública”. Em breve, uma raposa irá publicar um livro intitulado “Defender o galinheiro”
Lição n.º 1: Concentrar elementos do mesmo campo semântico. Exemplo: “Erguemos os alicerces necessários para podermos afirmar hoje, com confiança, que não começámos pelo telhado. A Habitação foi sempre uma prioridade para nós“.
“Lucros do banco Montepio quintuplicam para 33,8 ME em 2022” MAS “Montepio fechou 89 balcões e reduziu 527 trabalhadores de outubro de 2020 a dezembro de 2022”
Acrescente-se este artigo do Público à lista de leituras recomendadas.
há um contraste de vozeamento. Direis que *caceiteiro não existe. Existe, sim, garanto-vos. Esteve aqui. Hoje. No Aventar. E é palavra candidata a Palavra do Ano 2023. E só tenho direito a um terço do prémio.
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