Procura-se Diácono M/F

O Aventar como blogue plural e democrático e em franca expansão, procura, para equilibrar um perigoso consenso anti-clerical:

– Diácono com excelente desempenho em sacristia ( prova de vinhos, lava-pés, conservação de velas, gestão do pessoal de limpeza)

-Com capacidade de argumentação, escrita e verbal, para combater os seguintes pecados:

– Laicização sem nexo da sociedade

– Consumismo desenfreado

– Ateísmo pecaminoso e sem limites

– Fornicação : masturbação, sexo sem procriação, entre pessoas do mesmo sexo (bem preparado para explicar os casos com crianças na Irlanda e nos US)

– Profundo conhecedor da História da Santa Inquisição e seus métodos : assar já morto (realçar a bondade desta medida ); assar em coma (realçar a pequena dávida, voluntária, da família) assar para preencher os domingos dos crentes no Rossio (realçar que o espectáculo era gratuito)

-Deve ainda ter alguns conhecimentos de Informática.

Tal como no anúncio anterior (procura-se Aventador pró-Sócrates) deve ser dirigido à administração do blogue, com a maior urgência.

Bom plano de pagamentos, fixo e variável, este de acordo com as conversões, aqui no Aventar!

Um país, um sistema

A-protestor

Liu Xiaobo foi condenado a 11 anos de trabalhos forçados pelo regime de Pequim. Liu Xiaobo foi condenado porque tem ideias diferentes para o governo da China e porque o governo da China não quer ideias diferentes no seu império.

Digo  11 anos de trabalhos forçados porque os fascistas chineses adoptaram para os seus prisioneiros o sistema laogai, que consiste grosso modo em garantir que não gastam um chavo: os condenados são obrigados a garantir o seu sustento através do trabalho escravo,  em penitenciárias privatizadas à luz do melhor modelo norte-americano (os impérios copiam-se).

Liu Xiaobo esteve em Tianamen, vai para 20 anos, o que garante o apoio à sua condenação por parte dos fascistas espalhados por todo o mundo que vêm nesses acontecimentos uma mera manobra da CIA. Esperem pelo próximo Avante.

Natal sem John Ford nem parece Natal

The man who shot Liberty Valance

Tarde de Natal, tédio e rabanadas, sofá e manta. Constipação interminável faz aborrecer qualquer tentativa de leitura. Comando da televisão: Disney e quejandos, Mr. Bean, patinagem artística, bocejo. Subitamente, um milagre. Paramount Pictures, preto e branco: “O Homem Que Matou Liberty Valance”. Mestre John Ford dirige James Stewart e John Wayne. O mau da fita é Lee Marvin.

A história é simples: um pistoleiro sem escrúpulos aterroriza uma cidadezinha do velho Oeste, num tempo em que os rancheiros poderosos tentam impedir que o território se transforme num Estado e assim possa fazer parte da Confederação.

Ser um Estado da Confederação significa cumprir a Constituição e respeitar os direitos que ela institui. O fim da lei da bala.
A democracia é algo de vago e nebuloso, muitos homens nunca votaram, desconhecem esse novo poder. Os poderosos persuadem com pistoleiros contratados, como o famigerado Liberty Valance. [Read more…]

Crónica de Nova Iorque


Nova York é inacreditável…
É inacreditável porque não pára, porque acontece tudo primeiro aqui…também é inacreditavelmente cara e dispendiosa… portanto há que arranjar mil esquemas para conseguir poupar todos os tostões… como por exemplo escrever 5 mails diferentes em 5 minutos, sem olhar uma única vez para o monitor… e ir tirando números de telefone e moradas de casas para alugar com a mão esquerda… tudo porque nuns míseros 20 minutos de internet já deixaste 2 dólares… É assim Nova York no seu pior…
Mas quanto ao melhor, não bastariam 5 minutos, nem mesmo 20 para poder contar tudo… portanto vão mesmo ter que esperar que eu tenha uma casa, com internet e computador para tranquilamente vos dizer tudo o que por aqui se passa…

Para já, só mesmo desejar-vos alto Natal…
Beijos e abraços directamente da Big Apple, Brooklyn side.

Até já.

Ras Gustavo (Gustavo Carvalho)

A AEP contra o 1º de Dezembro

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A gente da AEP – Associação Empresarial Portuguesa -, insurge-se contra o excessivo número de feriados e correspondentes pontes, propondo a simplificação do calendário. Como inadiável sugestão, aí está a abolição do feriado do 1º de Dezembro.

Nada disto é por acaso ou por conveniência empresarial. É a perfeita coordenação política e económica inter-fronteiriça que neste post mencionámos. Não nos admiraremos se surgir gente do poder, pronta para “estudar a questão”. Al servicio d’España!

A Lei nunca é cega. Nem com a morte.

Desculpem voltar ao assunto. Há um cadáver confirmado por uma médica do INEM, e pela sua equipa.

A autoridade apresenta-se e toma conta da ocorrência, fala com a equipa médica, retem um documento assinado pela médica do INEM, toma nota dos medicamentos que a defunta anda a tomar. Eu próprio sou chamado a testemunhar, bem como um dos vizinhos que entretanto se juntara ao grupo.

Ligo para uma empresa mortuária para tratarem do funeral, que me diz imediatamente, que é necessário contactar o médico de família. Isto são 2.20 horas, não há médicos de família a esta hora, e o médico que estivera com a defunta a meio da tarde, não responde aos repetidos telefonemas que lhe faço.

Muito solenemente, o funcionário da funerária apressa-se a informar-me que tem um médico pronto a deslocar-se, que não pertence à empresa, e que recebe em dinheiro. 150 Euros!

Por acaso, há dinheiro suficiente entre todos. Chega um senhor de gabardina que pede para ver o cadáver, ver os medicamentos, ouvir a história das doenças de uma mulher de 97 anos e assina um papel, sem o qual, o cadáver não pode ser removido, ou então tem que se chamar o Ministério Público que, obrigatoriamente, determina o depósito na morgue.

Mete os 150,00 euros ao bolso, boa a noite e sai pela porta fora, nem cinco minutos esteve connosco. E eu pergunto, mas a médica do INEM não tinha já determinado a hora da morte? Não tinha assinado um documento a confirmar que, quando chegou, encontrou aquela pessoa já cadáver?

A que título, é que no meio de um drama se arranja um negócio? É que, quem faz as leis no nosso país, deixa sempre uma frexazinha por onde entra a “pata” asquerosa dos interesses das corporações!

AMINATU HAIDAR

aminetu

Escrevo-te deste lugar onde as árvores estão doentes.

Queria a tua força para me saber invencível.

Queria as tuas mãos e a tua fome para fazer um país.

Queria um deserto para descobrir

a flor.

Diz aos teus filhos

que a tua terra está um pouco por toda a parte.

Aí. Aqui.

As tuas cidades não são cidadelas. São caminhos errantes

como todos os caminhos. E a tua pátria estrelas inseguras

como todas as estrelas.

Porto, 24 de Dezembro de 2009

A arrogância dos ateus

Não conheço arrogância superior à da fé. Quando me asseguro que o Porto vai ganhar o campeonato porque é o maior estou a ser arrogante, na minha fé. Já se utilizar algumas evidências estatísticas revelarei alguma humildade, embora o campeão  em prognóstico seja o mesmo.

Vem isto a propósito da mensagem natalícia do Cardeal Policarpo, que nos acusa a nós, ateus, de sermos arrogantes. Deixe-se estar. Não lhe vou sequer lembrar que se a nossa cultura está marcada pelo cristianismo tal se deve a uma imposição violenta: até ao século XIX a religião era obrigatória, pagar os dízimos à igreja uma imposição legal, e assim, à porrada, também eu convertia o país à minha fé clubistíca. Tinha de reconhecer aos crentes a humildade que não têm, e não vou perder tempo com isso.

Está Decidido, E Não Se Fala Mais Nisso

AQUELA CORRIDITA DOS ARES

A página está virada. O espectáculo, que muitos de nós adorávamos, e que muito beneficiou a nossa terra e as nossas gentes, vai para outro lado.

Com tantos sítios para ir, com tantas razões para ficar, vai para o sítio do costume.

A ganância, a inveja, a lata, a mesquinhes e o descaramento dessas gentes, aliados aos interesses económicos de uma empresa, que como qualquer outra se move pelo lucro, e cujas despesas são astronómicas, provocaram este desfecho.

Paciência! Partamos para outra que esta já cheira mal. Já se falou e deu demasiada importância a este assunto.

Não querem, haverá mais quem queira. Não faltarão espectáculos de valia semelhante, ou até superior, que nos possam interessar. E para cá virão e estarão, até que o olho gordo e insaciável dos de sempre, não no-los venham roubar.

Para além da procura que vamos ter de fazer, baseada num concurso de ideias, ou em propostas internacionais oriundas de um qualquer concurso que façamos, só nos resta fazer uma coisita. Pequena e sem importância.

=NÃO FALAR MAIS NISTO. NUNCA MAIS! SEJA POR QUE MOTIVO FOR=


E no sentido mais lato da ideia. Não dar quaisquer notícias, não fotografar, não transmitir, não visitar, não falar de, em suma, IGNORAR TOTALMENTE.

Utilizar uma atitude passiva e distante em relação a esse evento.

Só assim, no meu entendimento, chegaremos a qualquer lado. Não nos adianta continuar a fazer o papel de desgraçadinhos a quem tiraram o rebuçado da boca.

Não nos querem, muito bem. Nós respondemos do mesmo modo, e agora somos nós que nunca mais vamos querer.

Desta forma, esta será a última vez que escrevo sobre este assunto, com a ressalva de uma qualquer evolução do problema, que se mostre importante para a nossa região, e que me obrigue a voltar ao tema.

FAÇAM COMO EU.

MOVIMENTEM-SE, FALEM UNS COM OS OUTROS.

MOSTREMOS DO QUE SOMOS CAPAZES.

FAÇAMOS USO DA NOSSA FORÇA.

TRANSMITAM E IMPLEMENTEM ESTA IDEIA:

MANTER SILÊNCIO ABSOLUTO SOBRE TUDO ISTO.

Hoje poucos, amanhã imensos e vencedores.

Links:

A, B, C, D, E, F, G.

A máquina do tempo: há 32 anos…

Não gosto do Natal. Não sou crente, pelo que a face religiosa da quadra nada me diz. É a festa da família, dizem. A minha família, felizmente, não precisa de dias especiais para se reunir, nem de datas certas para manifestarmos o nosso amor e estima uns pelos outros. Porém, não consigo fugir totalmente aos tentáculos deste polvo comercial que, em Dezembro, esbraceja para sacar às pessoas em geral, crentes ou não, tudo o que possa. E depois é o sortilégio da comida – não gosto do Natal, mas adoro alguns dos acepipes que lhe estão associados. Contradições…

E assim, todos os anos nos reunimos na ceia da noite de 24 ou no almoço do dia 25. Em 1977, eu, minha mulher e os filhos, com os meus pais, estávamos à mesa, embora já tivéssemos almoçado. Eu ainda fumava e estava a contas com uma cigarrilha, acompanhado pelo meu pai que só fumava em ocasiões especiais e se encarregava de um puro. A televisão estava ligada, com o som desligado, e ninguém estava a dar-lhe atenção. Começaram a dar filmes e fotografias do Charlot e pensámos que era mais um programa natalício. Como todos, dos mais novos aos mais velhos, éramos seus admiradores, subi o som. Então percebemos – Charles Chaplin tinha morrido. O lugar-comum «o mundo ficou mais pobre» teve aqui total cabimento. Sem Charlot, o mundo ficava mesmo mais pobre.

charlie-chaplin

Charles Spencer Chaplin Jr., nasceu em Londres em 1889. Os seus pais Charles e Hannah Harriette Hill, eram ambos artistas de music-hall. Chaplin viveu, pois, num ambiente teatral desde o berço. Em 1900, com apenas 11 anos, conseguiu um papel cómico na pantomima Cinderela no “London Hippodrome”. Em 1903 participou em “Jim, a romance of cockyne”, seguiu-se o seu primeiro trabalho regular, como Billy, o ardina, em Sherlock Holmes, um papel que representou até 1906. Resumindo, Charles nunca teve outra profissão senão a de actor.

Chegou aos Estados Unidos da América em 1912 integrado na companhia de Karno. Um dos seus colegas era Arthur Stanley Jefferson, que se viria a tornar conhecido como Stan Laurel, o «Estica» da famosa dupla «Bucha e Estica». O produtor Mack Sennett, contratou Chaplin. Em 1919, fundou a United Artists com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Apesar de o sonoro ter surgido em 1927, Chaplin só o usou no final da 1930. Tempos Modernos foi sonorizado, embora praticamente não tivesse diálogos. Chaplin, numa das cenas finais, canta num restaurante uma canção totalmente em mímica, onde os versos não significavam nada pois a personagem representada por Charlot não sabia a letra. Uma cena inesquecível.

O Grande Ditador (The Great Dictator, 1940), de que se mostra um fragmento no final deste texto, foi o seu primeiro filme com diálogos. Era uma sátira a Adolf Hitler e ao nazismo, filmada e lançada nos Estados Unidos um ano antes da entrada do país na Guerra. O papel de Chaplin era duplo: o de Adenoid Hynkel, clara alusão ao nome de Hitler, e o de um barbeiro judeu. Quando tomou conhecimento do Holocausto, Charlie lamentou ter brincado com o regime nazi, pois com o horror não se brinca

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nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO – dEZ/09 – # 10- U2:

É Natal. Um data como esta só podia ter uma escolha como esta: U2!.

Em Março os U2 regressaram com um novo álbum de originais e uma inacreditável tournée (em Portugal apenas em 2010). No Line on the Horizon não é o seu melhor trabalho (nem por sombras) mas qualquer novo disco dos U2 é um acontecimento marcante e por isso está, igualmente, no melhor do ano. Feliz Natal!

Apontamentos de Inverno (3)

Rio Minho, Valença(Rio Minho, Valença)

Ele já deve andar por aí

Bob Dylan – Must Be Santa