Mulher

Ideal de mulher, rara na sociedade capitalista

Para a nossa neta May Malen, de três meses e três dias, e para o meu bebé, Maria da Graça

Quem saiba de gramática e sintaxes, dir-me-ia que escrever esta palavra, este substantivo, ficava pendurado por não ter artigo, adjectivo qualificativo, estar no meio de uma frase ou revelar a intenção de colocar a palavra no meio, como se diz no castelhano castiço, da nada e da coisa nenhuma. Ou dicionário que me apoia diz ser uma pessoa adulta do sexo feminino.

E os problemas começam. O que será sexo feminino. Sabemos que o substantivo sexo representa órgãos genitais diferentes dentro da mesma espécie do género humano ou diferença física ou conformação especial que distingue o macho da fêmea. E os problemas continuam entre macho e fêmea. Não deve ser preciso consultar o dicionário para nada. É necessário deixar falar ao coração, aos nossos sentimentos, as idades de vida. A mulher começa por ser a pessoa que nos amamenta, que satisfaz o apetite do corpo que cresce. Matar essa fome que o crescimento causa. A energia do se desenvolvimento, precisa ser alimentada com litros de leite para os décimos de centímetros que a criança usa na vida até a sua autonomia total.

Autonomia heterogénea: ou gatinhar, ou se agarrar ao corpo dos pais porque confia

família unida enquanto não se saibam os segredos de...

neles.

Uma confiança criada pelo sorriso, alegria, brincadeiras. Faz-me lembrar de imediato que a nossa primeira mulher, é a mãe, a seguir, a mulher que amamos já adultos, a que desperta a nossa libido e nos dá, pelo menos na minha história de vida, mais mulheres como filhas para criar, ensinar e divertir. Mulheres crescidas que procuram o seu par, que abandonam aos seus para andar com o seu homem. Mulheres que fazem dos seus pais, avôs, velhos ou novos. Avôs que têm o se dia apenas para eles e os netos. Poucas horas, mas a hora do avô e da avó que o acompanha. Horas sagradas que nos tira o tempo com prazer. Horas sagradas, por ser o papel dos avôs apenas entreter e cuidar, sem se intrometer na educação que os seus filhos dão aos seus. Felonia capital.

Há pois, a mulher bebé, a mulher noiva, a mulher que da filhos, a mulher que acorda a libido masculina, e, hoje em dia, a mulher que ama uma companheira.

Ter-me-ei enganado ao começo ao definir a mulher como fêmea adulta? Serão todas as mulheres fêmeas adultas ou apenas uma criadora de crianças? Será que todas as mulheres são mães que criam e amamentam? E o que é ser fêmea? É o nome dado, geralmente, a todos os seres do sexo que pare ou põe ovos. Fêmea é o ser com uma cavidade entre as pernas, pela qual entre o macho para semear o seu esperma e gear mais mulheres….ou rapazes.

Se falo de mulher, é porque a histórias quis que eu tiver mulheres como descendentes, excepto um. Se conto com os dedos, cinco, delas… por enquanto.

A mulher é uma dádiva divina, sem quem nada faríamos. Não tenho a mínima dúvida da mulher ser sempre mãe, em qualquer grupo social, etnias, ou nativos. Entre nós, há um ditado: os filhos das minhas filhas, netos meus são; os filhos dos meus filhos, o são o não o são.

Trágica ideia de dúvida sobre a fidelidade masculina, trágica ideia de inevitável fidelidade feminina. Seja verdade ou não. É mais masculino, que tem mais mulheres penetradas; é mais feminina quem tem tido como o seu copulador, ao pai da sua descendia. Como se orgulhava a nossa Senhora mãe: tenho tido apenas um homem na minha vida, o meu marido. O vice-versa que sempre uso, nesta história não tem cabimento. Segredos de família que não consigo revelar.

Apenas uma coisa é certa para mim, como macho; toda mulher é mãe. E mais nada a dizer. Essa relações segredas que nos relata Margueritte Yourcenar ou Simon de Bouvoir, o Hannah Arendt, ou as análises de Alice Miller, de Melanie Klein, de Françose Dolto e as minha próprias, são tragicamente verdade. Esse segredo da mulher que tem um amante que nem a sua melhor amiga sabe. Os homens, apenas suplementamos o orgasmo se contam. O se seduzimos a quem seduzir-nos Por que o homem promíscuo é o bom, o garanhão enquanto a mulher promíscua é simplesmente puta?

As mulheres cansam-se de nós, procuram alternativas, públicas ou privadas. As Senhoras de Casa, nada dizem. Edith Piaf, Elizabeth Taylor, Maria Callas, com triunfos nas mãos, nada têm calado. São as que mais interessam, mulheres de vida pública triunfante, que guardam com fechadura lacradas, as sua vidas privadas, excepto, até onde se saiba, Lucrécia Borgia. Uma pessoa sem pudores, que usa seu corpo para ter prazer com qualquer pessoa, que fale palavras de baixo calão, que se atire nos braços do primeiro homem que vê, enfim, uma pessoa sem vergonha. Lucrecia Borgia, porém.

Ou as mulheres, que nóa, machos querem tomar conta de nós, mandar em nós ou corregir as nosssa faltas, faladas ou escritas. Mulheres sedutoras que semean em nón o temor de sermos parvos. Amo. Sou amado. Há uma mulher. Sou um homem. As correções fustigam de parte a parte e ficamos mal, tristes por não ter tido a mínima intenção de ferir. Mas que ficamos como putos, deeus nos valha! Ficamos e a líbido baija.

Ser mulher é que ve, ouve e cala. Para os homens, canto o mesmo estribilho: ou há respeito mútuo, ou ficamos sempre a crescer. Como a minha neta, a May Malen. A sua mãe, mulher que adora ao seu marido, deve guardar estas páginas para o dia que ela for adulta… ou aceitar os desvarios que possa cometer…