Postas estas considerações bravias, passo então ao que vos queria anunciar:
A entrevista com que abrimos é com um economista inglês, Ian Burrell, que vive agora em Espanha a dirigir um hotel de charme, em Xativa, Valência, mas já foi funcionário da ONU, em Portugal, durante alguns anos. Pedimos-lhe que fizesse uma comparação entre a situação espanhola e a portuguesa. Aqui ficam as suas impressões e Portugal sai favorecido. Ele diz o porquê e talvez seja interessante para alguns deixarem de olhar só para dentro de nós, ou de si, e olharem mais para fora para perceber melhor oque se passa .
Depois, fomos ao encontro do sociólogo prof . António Dores, da ACED, associaçãode defesa dos direitos dos presos, para nos falar, de novo, da crise do sistema prisional português e da superlotação das prisões, que segundo os guardas prisionais estao mais uma vez com 95% de lotação. Este é um retrato, em grande, da crise que atravessa o país e a nossa sociedade. As prisões e os sistemas prisionais são “case studies” para os sociologos. Antonio Dores nesta intervenção propõe, para resolver os problemas de certa criminalidade, prisões abertas, como já se faz no Brasil com exito.
Daqui, subimos ao Norte, ao Porto para falar com o fundador da Rede Positivo PT, uma rede social de seropositivos, heteros e gays, homens e mulheres, dirigida à CPLP. Trata-se do corajoso activista Luís Sá. A rede está a ser um sucesso no facebook, onde já tem mais de 5000 amigos, tal como na própria sede do portal, o Ning, com mais de 500 adesões, e ele tenta explicar o porquê destas sucessivas inscrições. São tabus que começam a cair…
Descemos depois, vagarosamente, para o profundo Alentejo, a uma temperatura de 35 graus. Fomos acompanhar uma equipa de TV servo croata, para entrevistar as duas lésbicas mais mediáticas de Portugal, Teresa e Helena.
Vivem felizes, mas muito modestamente, com 300 euros, com as duas filhas em idade escolar, numa casa de aldeia, onde pagam 100 euros de renda, numa terra com vinte pessoas, nas cercanias de Avis. Água é do poço, internet não há e os telemoveis funcionam mal. Mas são muito bem aceites na terra. No café, onde só havia água, café e cerveja, engalanaram-se quando viram as máquinas de filmar.
Os reporteres servo-croatas estavam deslumbrados com o território, com as gentes e por irem encontrar duas mulheres lésbicas tão fora do” maistream” num ambiente absolutamente rural.
Os trabalhos que fizeram vão passar nos jornais nacionais da Sérvia e da Croácia e, depois, ficam à disposiçao de uma “pool “de cerca de 200 TV´s nacionais e comerciais, que os podem passar.
Elas contam-nos pelo que passaram e como foram perseguidas sucessivamente, durante estes 4 anos, pela associação Ilga-Portugal por não se terem querido integrar na agenda politica exclusiva desta associaçao e terem prosseguido, sozinhas, com o seu sonho de casarem sem esperar pelos ditames do movimento associativo….
A Opus Gay que o diga também, pois desde a sua fundação, 1998-99, que é objecto de um cerco feroz para que desapareça e assim triunfe o “discurso único” que pretendem impor à sociedade portuguesa, seja ele qual for, desde que eles tenham beneficio exclusivo.
Entretanto, para que conste e se perceba, não está autorizada a entrar no Centro Comunitaário Gay e Lésbico de Lisboa, cedido pela CML, e onde a Ilga Portugal tem sede, e nunca é convidada para a Marcha, a Festa do Pride que a mesma CML organiza a suas expensas e donde a Ilga -Portugal embolsa os lucros, com o aluguer das dezenas de barracas a preços altos.
NA CML há, desde há muito, um forte lobby lesbo gay, pouco escrupuloso na ética da gestão destas questões, que obviamente ultrapassam o Presidente Costa (que apoio), como aliás tem ultrapassado os diversos presidentes, há muito tempo, desde João Soares.
Estivemos, depois, no Porto, dia 9, na festa do Love Pride da associação a “Casa”, um sucesso! Esta é uma nova associação a merecer referência pela sua nova postura social.
Claro! que se ponha “a pau”, porque vai ser vítima de ataques do”stablishment” glbt que também tem alguns interesses pouco transparentes ,”negociados” entre grupos ligados a partidos de Esquerda, e interesses comerciais, numa espécie de Tratado de Tordesilhas glbt, em que jogam nos eventos dos dias comemorativos com a militância das pessoas, e a sua solidariedade, para anunciadas doações a centros de saúde pública com os dinheios angariados..
Vamos a ver como vai ser este Sábado… por lá,ou seja, também a festa pelo Teatro Sá da Bandeira, sendo que desta vez o óbulo vai para uma Associaçao de crianças à espera de serem adoptadas. Bonito! Lindo!
Mas isso facilita a vida da Associação, das crianças ou de alguém mais ? O futuro nos dirá….
Terminamos com uma entrevista a Armando Martins, webmaster do VA e do site da Opus Gay há mais de ano e meio, entre outros que gere, e que nos diz como faz os dois sites e o que pretende fazer no futuro.
Aguardamos sempre as vossas críticas essenciais para nos orientarmos. Muitas vêm do Brasil!
Antonio Serzedelo-editor do programa desde 1999
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