Mega agrupamentos / escola mais humana

Afinal na Finlândia e nos Estados Unidos  as escolas estão a percorrer o caminho contrário ao nosso. Escolas com maior autonomia, menos alunos e mais pequenas.

Na Finlândia a pequena dimensão é apontada como uma marca essencial dos resultados de excelência, bem como a proximidade, numa palavra, uma escola mais humana e dirigida à “personalização” Fixar um corpo docente qualificado, uma maior autonomia e a implementação de novos currículos.

Tambem na Inglaterra do conservador David Cameron, se aposta  nas escolas mais pequenas, mais bem qualificadas e com maior autonomia.

A grande dimensão permite poupar em custos directos, como centralizar funções administrativas, mas os custos futuros, com alunos mal preparados, são bem maiores, esta é a conclusão a que chegaram estes países que já passaram pelo caminho que estamos a percorrer agora.

Outra questão curiosa, é que os alunos não deverão andar mais de cinco kms, entre as suas casas e a escola, enquanto a concentração que se quer levar a efeito cá, poderá levar os alunos a deslocarem-se uma distância superior quatro vezes mais!

A verdade é que, quem manda na Educação, o Ministério e os Sindicatos, não está interessado em ter uma escola com estas características, retira “massa crítica” a quem exerce o poder, permite que os êxitos locais ganhem visibilidade.

Mais uma oportunidade perdida para a escola!

Angola pagará as dívidas às PME portuguesas em 2 meses?

As visitas de Estado ficam frequentemente marcadas pela cordialidade e declarações de boas intenções. Não surpreende, pois, que o presidente José Eduardo Santos tenha anunciado o propósito de Angola pagar as dívidas às PME portuguesas em 2 meses. O Prof. Cavaco Silva ouviu e ficou convencido. Os pequenos e médios empresários credores, penso eu, torceram o nariz. Outras empresas, as ditas grandes, ficam sujeitas a planos de pagamento até 2 anos.

Trazemos à memória o que aqui escrevemos a respeito da ‘visita surpresa’, àquele país, do ministro Teixeira dos Santos, em Abril passado. Tomou a decisão de distorcer a utilização de uma linha de crédito de 500 milhões de euros, para regularizar dívidas passadas a empresas portuguesas – uma linha de crédito, sublinhe-se, tem como objectivo normal apoiar negócios futuros e não acudir ao sufoco de tesouraria de operações anteriores.

No decurso da tal visita de Teixeira dos Santos, o seu homólogo angolano, Carlos Alberto Lopes, também assumiu o compromisso de dar prioridade ao pagamento às PME portuguesas. Devido à alta rotação de governantes em Angola, ignoro se, na presente viagem de Cavaco Silva, o citado ministro ainda se mantém em funções; e desconheço igualmente se o compromisso de prioridade foi cumprido. Aparentemente não.

Por notícias de fontes fidedignas, sei, isso sim, que as empresas portuguesas, incluindo PME, ainda são credoras de vários milhares de milhões de euros. E também sou conhecedor por experiência própria de que, neste jogo de capitais em dívida por Angola, quando há dinheiro, os vencedores são, em primeiro lugar, as grandes construtoras. As PME ficam com os trocos.

O futuro, neste caso restringido a 60 dias, vai dizer-nos se, desta vez, Eduardo dos Santos falou verdade ou iludiu o congénere Cavaco Silva, homem que nunca tem dúvidas e raramente se engana. Ao contrário dele, sofro de incerteza: ver para crer.  

Era Melhor Poucos mas Bons

Será por isto que dizem que Portugal e o Brasil são países irmãos?

apDC – essa desconhecida…

A apDC existe vai para 22 anos!

E tem um palmarés considerável!

É certo que não merece os favores de uma certa comunicação social…
Mas lá vai tendo a projecção possível!

Sendo certo que a intoxicação do mercado, em resultado de uma massificante estratégia mercadológica desenvolvida por uma empresa multinacional de testes e publicações implantada em Portugal (a Deco-Proteste, Ld.ª), inibe que as iniciativas e as actividades da apDC se destaquem e até se obnubilem, sempre nos capacitámos de que seria possível que, a despeito de tudo, ainda nos identificassem e soubessem o que nos contradistingue dos mais.
Em Portugal não há quem não saiba a diferença entre o Carcavelinhos e a Sanjoanense. As coisas da bola não escapam ao vulgo, como às elites!
Agora, ignorar a existência da apDC afigura-se-nos bisonho.
Mais a mais tratando-se de pessoas normalmente advertidas, gestores da administração pública, dirigentes da administração local, personalidades com relevante estatuto a nível local, que sabemos nós?!
Pois, há dias fomos surpreendidos, durante uma audiência que nos foi concedida algures, exactamente porque o nosso interlocutor jamais havia ouvido falar da apDC… Não sabia pura e simplesmente da sua existência. Nada sabia da sua actividade. Das iniciativas que promove. Da formação que ministra. Da difusão da informação em que intervém em um sem-número de órgãos da comunicação social… Das propostas que carreia para significativa melhoria do estatuto do consumidor. Das advertências que faz amiúde urbi et orbi sempre que em causa os direitos do consumidor.
Claro que se tal acontece a determinados níveis, com as elites locais, o que não dizer das pessoas indiferenciadas?
A ignorância da sua existência, depois de quase um quarto de século de serviços prestados à comunidade portuguesa, um pouco por toda a parte? Desde o interior norte às salsas águas de Albufeira? Da Figueira da Foz a Figueira de Castelo Rodrigo?
Tal é algo que nos dá profundamente que pensar.
É o marketing, Senhores, é o marketing…
O que teremos de fazer para nos tornarmos conhecidos?
Ninguém sabe o que é a RC – Revista do Consumidor?
Ninguém sabe o que é a RPDC – Revista Portuguesa de Direito do Consumidor?
Ninguém conheceu a Súmula Informativa, de periodicidade semanal, por nós editada?
Ninguém se recorda de um encarte da Teleculinária – o Guia do Consumidor – que seria o embrião de uma revista grande público que não sobreviveu pela dessolidariedade do grupo editor que nos traiu?
Ninguém se recorda de conferências, seminários, jornadas, colóquios, congressos e tantos foram os que, neste lapso de tempo, a apDC levou a cabo com geral reconhecimento dos participantes e alguma projecção pública?
Ninguém se recorda das vibrantes intervenções nossas na televisão, em nome da apDC, em defesa dos consumidores em todos os segmentos do mercado de consumo?
A quem se terá imputado todo esse palmarés?
O que a apDC faz é levado a crédito de outra instituição?
Andará alguém a enriquecer-se injustamente à nossa custa? Sem retorno dos réditos ilícitos que arrecada?
O que teremos de fazer para assegurar a nossa identidade e tornarmo-nos conhecidos?
Haverá que reflectir!
Aceitam-se sugestões!
Por nós, é de profunda consternação o facto que acaba de ser revelado… sobretudo porque o povo deve andar estranhamente distraído, para além de intoxicado pela “propaganda” da multinacional de testes e publicações que é deveras abafante…
Neste país em que tanto se aspira à unicidade, já só falta que, pela mão sebastiânica de uma qualquer multinacional, nos imponham de novo na política, no trabalho, no consumo, na economia, uma União Nacional, a estrutura do regime, para além da qual nada mais poderá subsistir, nada mais terá permissão para existir ou sequer se manifestar!

Uma pausa para café

Nos últimos tempos não tenho estado tão activo como costume na blogosfera. Confesso, ando em “serviços mínimos”. Não estando “ainda” de férias é uma espécie de fase “sorna”.

Nos próximos 15 dias vou estar como o outro, a “andar por aí”. Assim, a convite do Delito de Opinião terei um texto sobre o “meu” Porto; desafiado pelo Rodrigo vou “PiaR” uma posta  sobre comunicação e em breve vou escrevinhar umas coisas pelas bandas do “Estrolabio” enquanto a auto-estrada “A1 blogue” sem portagens ligando o Norte ao Sul não abre aos utentes (lá para o Outono se tudo correr como desejado e com uma equipa de luxo!).  Já no Albergue, depois do jantar maravilhoso (e não glorioso) da passada semana (que bem que se come no “Clube de Jornalistas”) tudo se conjuga para mais uma escapadela gastronómica em Setembro, em terras do Douro, marcando a reentré da blogolândia política. Por falar em AE, a não perder o fantástico trabalho de Luís Naves,  “A Caminho da República“. Já no nosso Aventar, estou ansioso para começar a ver os nossos rapazes e as nossas raparigas a postar sobre o novo ano lectivo que se avizinha sem esquecer a revisão da Constituição e a Liga que está quase, quase (este ano não escapa!).

Falando no Rodrigo e no seu PiaR, estive na sua última “PR After Work” e só posso enaltecer a qualidade da iniciativa. E sim, caro Rodrigo, o desafio está aceite, vamos então organizar uma “Oporto PR After Work” aqui na Invicta e tu não podes faltar!

Boas Férias – em Portugal, por solicitação do M.I. Presidente da República…

A ministra da cultura apoia a tauromaquia!

Eu já confessei que nunca entrei numa praça de touros, e tambem já disse que há actividades económicas e tradições que aconselham a não tomar decisões apressadas, mas não estava preparado para esta decisão da Ministra.

Antes de tudo, porque parece ser a primeira decisão, ninguem sabe se temos ou não política cultural, há uns subsídios que se retiram e que depois se voltam a dar, mais do mesmo, a verba inscrita no Orçamento não se percebeu bem se cresceu ou se diminuiu, os apoios desapareceram numa primeira leva, ou não, tambem não estou certo, enfim, uma baralhada sem fim!

Gabriela Canavilhas, é uma muito meritória pianista e gestora cultural, deixou-se perder com a luz que emana da função ministerial, não acrescenta nada, como aliás, outras e outros colegas que se desaparecessem ninguem notava. Mas abriu uma secção na Comissão para a Cultura, a favor da tauromaquia, com representantes do estado, granadeiros, toureiros e, claro, com a falta de sempre, ninguem ouve os touros.

No outro dia foi falar à Assembleia da República e parece que chamou ao Jorge Luis Borges, José, o que numa ministra da cultura deu azo a que o Pacheco Pereira, lá  da última fila, a tenha corrigido, com um aparte estridente.

Tudo coisas escusadas se lhe oferecessem um piano!

PS: a bem da verdade. é linda!

Agenda política

film strip - agenda política

UE e euro sob o domínio da Alemanha… até na China

A chanceler Angel Merkel esteve de visita à China. Teve conversações com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao. O estadista asiático declarou a Merkel o empenho da China na defesa do euro e da recuperação das economias europeias. Motivo: a influência da Europa no desenvolvimento económico e social da China; país que, de resto, detém investimento de avultadas reservas no espaço da UE.

A visita saldou-se, como as notícias evidenciam, por acordos bilaterais, favoráveis a empresas alemãs; nomeadamente a Siemens AG e a Daimler AG.

Merkel teve o mérito de ser eficaz, em resultados para o seu país. Valeu-se da convicção de Wen de que a crise na zona euro está a afectar o crescimento económico da China e talvez tenha ripostado: “Aqui está a Alemanha, dona e senhora da UE, para avançarmos”.

Perante tudo isto, parece-me legítimo questionar se, de facto, não caberia institucionalmente à presidência da União e da Comissão Europeia desempenhar o papel de que se apropriou a Sra. Merkel. Acho que sim. Mas lamentavelmente a zona euro e restantes países da UE auto-excluem-se, também por inércia desse carismático presidente fantasma, chamado Van Rompuy, ou do putativo Barroso. Já nem falo da britânica Catherine Ashton, titular do cargo de alto representante para a Política Externa.

Embora tenha de conformar-me com a pro-actividade de Angel Merkel em defesa da sua Alemanha, recalcitro: não é aceitável a passividade das superstruturas da UE e até dos restantes Estados-Membros. Mais a mais, tratando-se de relações com o país emergente com a mais elevada taxa de progressão económica mundial, a China, e tendo sido usado o álibi da recuperação da zona euro e da UE em geral.

Como escrevi há dias, esta UE começa a ser um absurdo. Que é feito da solidariedade em nome da ‘coesão económica e social’ tão propalada em tratados e outros documentos subscritos por todos os Estados-Membros? E de acções concretas de política externa comum? Resposta: a Alemanha é quem sabe e ordena. Com naturais cedências à França e ao Reino Unido.