Arranque do ano lectivo – a confusão continua (ou contínua)…


O dia de hoje (8 de Setembro de 2010) é assinalado pelo Governo com o arranque do ano lectivo.
Ninguém estranha que o Primeiro Ministro apareça num centro escolar novo cheio de MG2 – a versão mais recente do Magalhães. É parte da herança Maria de Lurdes que continua bem presente quer pela presença do Sr. Secretário de Estado, Doutorando em Sociologia no ISCTE, quer pela ausência da Srª Ministra Maria Vilar.
A agenda educativa tem sido muito marcada pelas questões em torno da carreira dos professores e sobre essa será significativo dizer que desde 2004… nunca mais fui objecto de qualquer tipo de avaliação – Sócrates tomou posse em 2005 e até agora… zero!
Mas, o tempo presente da educação tem sido marcado por duas alterações no formato da rede: criação de mega-agrupamentos e o encerramento das pequenas escolas do 1ºciclo.
Uma e outra podem ou não fazer sentido em função da ideia de escola que se pretende ter. E o que se percebe é que não há qualquer ideia. Juntar pessoas, ainda que professores e alunos, num espaço não o torna uma escola. Ter três mil pessoas no mesmo espaço é outra coisa qualquer. Não digo que não apenas para afirmar alguma negatividade militante, até porque nem sei por onde devemos ir – sei, isso sim, que não é por ali. Ao contrário vejo com mais positivo o encerramento de algumas escolas do 1ºciclo. Claro que o interior morre com estas medidas, mas também não creio que a escola, só por si, seja a solução do interior. Centro TUDO nos alunos e reconheço que em alguns casos os alunos vão estar melhor, sendo certo que casos há em que 40 minutos de carro ou autocarro no meio da serra não podem ser, nunca, uma boa solução.
E termino com uma nota que ajudará os não professores a perceber o que são as escolas e o seu funcionamento centralista – hoje há ainda milhares de professores por colocar. As aulas no meu Agrupamento começam 2ª feira e temos 50 colegas por colocar! A cantina por acabar…