Talvez seja miopia

(adão cruz - pormenor)

(Texto de Marcos Cruz)

Talvez seja miopia, ilude-me o coração.
A razão, que a pouco e pouco se esvazia, ainda me faz crer que eu nem com visão te via.
Dá-lhe jeito, ou não fosse ela a prisão de que fugiste e de que eu mesmo, a bem do peito, fugiria.
Se eu persisto na vigia é porque a ilusão não dorme e nada mais me concilia com a razão de ser da fome, sem a qual eu não vivia.
Assisto, cada dia, à erosão da forma, pensando que outra forma não haverá de chegar a ti.
Aí, se eu já não sentir, contentar-me-ei com a nossa ausência, eu e tu fora de tudo e de nós, mas nós.
Um lastro sumido entre o amor vazio e o único silêncio que, de viva voz, não fere o ouvido.
Um astro, um suspiro, um gemido.
A beleza em si.
Até lá não sou mais do que dúvida, mesmo se só respiro pela certeza de te querer aqui.
Tem sido essa a minha natureza, o ser e não ser de uma essência tesa, vincada, que por isso mesmo, e talvez por ti, nunca e sempre deu em nada.
Sou irmão gémeo dos sonhos que tenho.
Começo e acabo a meio.
Resta-me pensar que, no fim, me unirei a ti.
Daqui, olhando em vão, vejo que nada nos juntará, um dia.
Mas, desilude-me a razão, talvez seja miopia.

o crescimento das crianças – quando era (4ª parte)

Mapuche vestidos a rigor, como veste o clã Picunche en ías de festa

A-Victoria

Os Picunche eram denominados Promaucaes pelos conquistadores, no século XVI. Na altura que os Castelhanos foram ao país frio, o Chile dos Quechua. Promaucaes para os Quechua, esses habitantes do hoje Peru, esses inimigos imbatíveis, impossíveis de conquistar nas guerras índias (Villalobos, 1974; Lizana, 1909; Ovalle, 1646 Pedro de Valdivia, 1545-1542). Os purum auca, os inimigos imbatíveis para os habitantes do norte do sul do hoje continente americano. Os que dançam, para os Castellanos, os que se divertem, para quem fez uma enganada tradução mapudungun das palavras. Puru, feliz para os Mapuche e para os que Mapuche têm querido entender. Para os Mapuche Picunche, são pessoas do Norte, donde che é pessoa, e Picun, Norte. Habitantes do Norte. Do Norte do rio Choapa, que separa os lugares nos quais viviam (ver mapa das etnias na Net). Até Valdivia entregar as terras dos nativos, aos invasores,

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As melhores frases de José Sócrates (V)

Viram esta carrinha? chamem a polícia

É uma Mercedes Sprinter tem a matrícula 82-13-XH. Foi roubada, o que não seria notícia, mas já o é porque no seu interior estavam todos os instrumentos dos Xutos & Pontapés. Ora roubar os instrumentos aos Xutos, ou o acordeão a um cego, faz parte dos crimes de lesa-majestade em que não me metendo na parte jurídica sou muito solidário na sua recuperação (é suposto que o idiota que gamou nem sonhava com o que lá estava dentro).

Se a localizarem contactem com Roberto Ferreira: 919 192 405.

Já agora, e não resisto, alguém no Público anda a precisar de um mapa de Portugal. Os Xutos iam tocar, ontem a Montemor, sim senhor. Mas Montemaiores em Portugal temos dois: o Velho, e o Novo. Sim, há mundo a norte do Tejo, e estas tolices fazem-me pensar se ter decorado serras, rios e estações de caminho-de-ferro na instrução primária foi uma idiotice tão grande como ainda acho.

País Basco: será desta?

Não é a primeira vez que a ETA declara um cessar-fogo, o que gera compreensível desconfiança. Mas sendo a esperança a última a morrer, e a do povo basco tem resistido a tudo, na mais longa luta pela independência de um país europeu, espero que desta vez seja a valer.

Mesmo sabendo que os falangistas, seja sobre a forma de PP ou de outras mais folclóricas mas não menos herdeiras da mesma força opressora castelhanista (ou melhor dizendo nos dias de hoje, madrilista), precisam desesperadamente da ETA para a sua própria sobrevivência e tudo farão para sabotar um processo de paz, uma solução diplomática para o País Basco seria a melhor das notícias para a nossa península.

De vez em quando, já agora, convinha que os portugueses se lembrassem que somos o único povo que escapou à ocupação das monarquias castelhanas, mais por sorte que por juízo. No século da nossa República, uma solução à irlandesa para os nossos irmãos bascos era ouro sobre azul.

Gernikako Arbola, Hino Nacional do País Basco