A África subsariana – ocupemo-nos desta agora – é região marcada por confrontos étnicos, miséria absoluta e altas taxas de mortalidade. Regimes políticos, tão autoritários quanto corruptos, sob interesseira indiferença do Ocidente e do Oriente, fabricam as causas de holocaustos de diferentes géneros. Milhões de seres humanos são vítimas de fenómenos endémicos graves, como a SIDA e a FOME, por exemplo.
O governo de Moçambique decidiu há dias um aumento de preços generalizado, aplicado a combustíveis, energia eléctrica, água e bens essenciais, como o pão e o arroz. A contestação popular eclodiu de súbito, em especial em Maputo e na Matola. No final dos tumultos, segundo a imprensa, registaram-se 13 mortos e mais de 90 feridos.
Hoje, segundo é anunciado pela comunicação social, televisiva e impressa, o governo moçambicano deliberou recuar na política dos aumentos de preços. No que se refere ao pão, a nova decisão governativa anulou mesmo o aumento antes decretado, 13%, passando a suportar uma subvenção para manter o preço anterior. Noutros bens e serviços, as taxas de aumento foram reduzidas.
Uma ilação pode ser extraída da capitulação governativa: o estado de miséria de vastos extractos da população é de tal forma intenso e aterrador que as autoridades temeram que, mais dia, menos dia, novos e mais pesados episódios de luta poderiam surgir e criar um cenário gerador de avultadas perturbações para a própria sociedade, a debilitadíssima economia, e ainda a imagem internacional do país.
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