O Diário do Professor Arnaldo (17 de Setembro)

Fim-de-semana finalmente!
Estes dias foram desgastantes, sobretudo a nível psicológico. É todos os anos assim.
A sexta-feira é um dia estúpido. Tenho uma aula de 90 minutos logo às 8.30 e depois só volto a picar o ponto às 19 horas. Desculpem-me a expressão, mas ando o resto do dia pela escola a «coçar os tomates».
Por azar, atrasei-me 2 minutos na aula da manhã e a funcionária (agora chamam-lhes assistentes operacionais) já não me deixou entrar. Disse que eu já tinha falta e que já tinha chamado um professor de substituição, embora ele ainda não estivesse na sala. Atrasei-me porque dormi muito mal de noite, a pensar nos vândalos que ia ter de enfrentar de manhã. Um deles (dos cursos EFA) chamou-me rinoceronte na aula de apresentação. Ainda pensei em pô-lo fora da sala, mas nos EFA os alunos são super-protegidos. Se o expulsasse, passados 5 minutos estava lá o Director a mandá-lo entrar outra vez. Assim, fingi que não ouvi.
Os nojentinhos da minha Direcção de Turma (ui, a comentadora Ana vai ficar ofendida!) já começaram a chatear-me. O coiso roubou-me o caderno, a coisa disse que eu tinha a pila pequena, o setor de Ciências chamou-me preguiçoso e o meu pai diz que vai falar com ele porque não lhe admite. Que putos insuportáveis, os do 7.º ano!

As melhores frases de José Sócrates (VIII)

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José Sócrates, o TGV e a 3.ª ponte sobre o Tejo

Tudo sobre o biscate de José Mourinho na selecção nacional

Querem saber o que é que eu acho desta coisa do Mourinho treinar a selecção em jeito de biscate? Não? Mas eu digo na mesma, que é para isso que a administração deste blogue me paga.

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Mourinho sentiu depressa a pressão de ser treinador do Real Madrid, que não é a mesma coisa que treinar o Chelsea ou o Inter de Milão. Nos últimos dias enviou um recado para ‘dentro’ ao pedir “tempo” ao presidente do clube. Recentemente tinha dito que, em caso de emergência, estaria disponível a ajudar a selecção.

Gilberto Madaíl pensou ou disseram-lhe que esta sim, seria a solução ideal para os próximos tempos. Não hé tempo a perder. Há jogos a caminho e em breve haverá eleições e há aquela trapalhada da utilidade pública a tratar e não se pode falhar na escolha do novo seleccionador e…

Vai daí aborda o mais relevante treinador do mundo. Noutras circunstâncias, Mourinho tinha mandado Madaíl dar uma volta ao estádio nacional. Mas, neste momento, deu jeito. Que sim, está disponível, e a custo zero. Até paga a gasolina das deslocações. O problema é o Real. Madaíl saí de Madrid sem falar com o rei do Real, que diz nada saber. Mourinho admite que será difícil. Há a pressão dos adeptos, dos dirigentes. Nada fácil.

Se nos próximos dias houver acordo entre a FPF e o Real, porreiro. Mourinho aceita o biscate. Se não houver, porreiro na mesma. Fica como um héroi, disponível para ajudar nos momentos difíceis. Madaíl fica com o menino nas mãos, mas, enfim, sempre pode chamar o piloto automático.

Os deputados e a sua região

Amanhã, 18 de Setembro 2010, vai-se realizar a inauguração da sede nacional do Movimento Partido do Norte.

Muitas razões têm sido apresentadas para a criação deste partido mas eu começaria por destacar a importância de conseguir voltar a criar uma relação entre os deputados que elegemos e a forma como eles representam a região por onde foram eleitos.
Assim, tal como vem na Declaração de Princípios do Partido do Norte:

“(…) Em relação ao 2º do art.º 153, à sua letra e ao seu espírito, o Partido do Norte rejeita o corte de qualquer responsabilidade do deputado da Assembleia da República com o eleitorado do círculo por onde foi eleito, em nome da representação de todo o país.

Sendo certo que o deputado do parlamento nacional tem a dignidade de representar todo o país, fá-lo por mandato dos eleitores do seu círculo eleitoral a quem tem de prestar contas da forma como exerce os seus poderes e retribui a confiança que lhe foi entregue pelos eleitores, sob pena de acontecer o que está a acontecer, que é o da cisão total entre o eleito e o eleitor, sendo que o primeiro, em nome da representação de “todo o país”, mais não faz do que obedecer às políticas centralistas dos directórios partidários(…)”.

o bicentenário da independência da República do Chile

Chile, um país que se inventa dia após dia, como diz Isabel Allende

Tenho a premonição de o Chile ser uma República desconhecida, ou conhecida pelos acidentes políticos e criminosos acontecidos no século passado. É natural, o povo português colonizou a África e a Índia, mas, na divisão das novas terras, apenas lhe coube uma pequena parte, o Brasil. Todas as restantantes colónias foram arrebanhadas pela coroa do Reino de Espanha. O Século XVIII foi a época em que espanhóis e portugueses decidiram fixar fronteiras entre os diversos grupos nativos que tinham conquistado. Uma conquista sem honra nem glória. Contrariamente ao acolhimento dado pelas etnias indígenas, que pensavam tratar-se da chegada de deuses que iam beneficiar os seus povos, estas foram feitas escravas, servidoras e sem as suas terras que passaram a ser propriedade das coroas de Espanha e Portugal. Foi assim que a hoje América Latina, foi organizada. A justificação para tanta pilhagem e roubo, surge por motivos religiosos: as etnias que as habitavam tinham de ser cristianizadas, baptizadas e conhecer a doutrina da Igreja Romana, quisessem ou não. Para traçar os limites desta pilhagem de pessoas e terras, Portugueses e Espanhóis solicitaram ao Vaticano que adjudicasse terras às coroas de tão triste conquista. [Read more…]

Olha lá, quando é que ganhas aquilo que o outro que lá está so faz m… asneira?

TGV – ‘No money no honey’

 

Sei que o provérbio, de origem anglo-saxónica, tem conotações com práticas de prostíbulo – ‘no money no sex’ é a forma menos eufemística de retirar a ideia de prazeres libidinosos a desventurados sem vintém.

Todavia, como outros, tal adágio é generalizável a inúmeros contextos. Pode, por exemplo, ser alternativa para caracterizar a decisão de anular o concurso da ligação Lisboa-Poceirão, A obra deste troço integrava-se no projecto do TGV, cuja realização, no todo, parece condenada a adiamento até data indeterminada.

Todos os cortes de despesa deste género, na conjuntura actual, constituem desfechos esperados. E, por maioria de razão, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, deveria ser o primeiro a saber, atempadamente, da inevitabilidade da decisão governamental; poupar-se-ia, ele próprio, à triste figura de, em Julho passado, se ter deslocado a Badajoz para acompanhar os testes de carga da ligação por TGV entre Lisboa e Madrid.  

A somar ao erro político, o ministro, até por formação, jamais poderia ter ignorado os gastos para o erário público de actos inúteis. Sem se excluir, é claro, os ‘custos de oportunidade’ gerados, dessa forma, por si próprio e pela comitiva de acompanhantes. São comitivas normalmente numerosas e cujos participantes, na maioria, usufruem de remunerações do Estado.  

 

Como Se Fora Um Conto – Rosa de Porcelana Pintada

CONTA-SE NA MINHA FAMÍLIA

No princípio do século vinte os hotéis e pensões tinham quartos para alugar que não possuíam quarto de banho. Este situava-se normalmente ao fundo do corredor e servia todos os quartos desse andar. Havia até pensões que tinham um só quarto de banho para os diversos andares dos quartos.

Na minha família havia um Padre. Quase todas as famílias tinham pelo menos um. Este, pelos anos vinte do século, era já entrado na idade. Teria bem mais de sessenta anos.

O Tio Padre, fazia palestras e orava em muitos locais para onde era convidado. Um dia teve de se deslocar a Chaves, em pleno Inverno, para falar, a convite de uma qualquer organização. Foi de Paços de Ferreira, onde residia, para Chaves, de charrete, como era hábito naquelas alturas.

Chegou a Chaves já o dia tinha acabado havia muito tempo, [Read more…]