O abismo

Depois de ver na televisão e ler o artigo acerca da presença de Mário Soares na universidade de Verão do PSD, tirei algumas conclusões bem preocupantes e espero que Portugal não tombe da ponta do penhasco para o abismo.
Já disse que estamos na ponta do penhasco para cairmos de cabeça para o abismo e este sentimento leva-me a pensar que uma nova revolução não vai tardar e desta vez não vai ser com cravos e com os oculta-chamas das espingardas. Desta vez vai ser a doer. Acoitem-se, vem aí o inferno ao vivo.
Os governantes têm que assumir as suas responsabilidades nos erros que cometem. Ninguém os obriga a assumir as funções que desempenham, Não podem continuar a criar situações financeiras irresponsáveis e depois virem a obrigar pela força da Lei a pagarem as suas faltas sem termos culpa nenhuma.
Na oposição não aprovaram o PEC IV por causa do aumento dos impostos, mas agora no governo isso já não é problema nenhum pois o tacho e a sede de poder já foram garantidos. O que podemos esperar destes políticos que dependendo do lado em que estão se contradizem permanentemente sem nenhum pudor? Agora dizem que é inevitável mas antes não era?! A questão aqui não é ser o partido A ou B é a falta de coerência em função da sua ambição politica sem olhar a meios. Como diz o mais ilustre jurista português “com esta gente não vamos a lado nenhum”.
Os nossos governantes em vez de carregarem o povo trabalhador com impostos, estabeleçam um teto salarial máximo de 5000 euros, e uma pensão máxima por casas de 2500 euros. Esta modalidade de pensões é seguida por alguns países que economicamente estão muitos anos-luz superiores a Portugal.
Numa economia como a nossa, baseada nas taxas de juros, o dinheiro é transferido dos mais pobres para os mais ricos, até se concentrar nas mãos de uma minoria. Actualmente a massa total do dinheiro que circula no mundo, é constituída, quase exclusivamente, pelo dinheiro proveniente das dívidas e das suas taxas de juros. Este dinheiro especulativo não assenta em qualquer valor real, isto é em bens e serviços.
É o crescimento exponencial dessa massa monetária especulativa que irá acabar por atingir um ponto de rotura e provocará o desmoronamento da economia mundial tal como a conhecemos actualmente
Meus Srs. o respeito conquista-se, não se impõe. Num País sem respeito e indisciplinado nunca poderá haver progresso.

Jorge Neves

Comments

  1. Portanto, numa casa com um casal (reformado), um filho deficiente e dois pais de idade avançada, vive-se com 2500 euros mensais?

    É capaz, afinal há pessoas a viver, individualmente, com 300.

    • Marito says:

      Logo aparecem as excepções para se não alterarem as regras. E então o amigo acha bem que um casal com os filhos criados, a casa paga, etc. faça todos os meses uma “aplicação financeira tipo poupança-reforma” com o que lhes sobra? Alguma vez descontaram para efectivamente receberem 5.000 € de reforma? Ou está toda a gente esquecida das manobras para as reformas?

  2. antónio moreira dias says:

    Se alguém apanhar um politico de ontem e lhe der uma valente sova…talvez muitos aprendam a respeitar quem luta para ser melhor, ganhar mais, e não andar a dar metade do ordenado a tipos que só estão no café aos caídos…Pouco falta.

  3. Completamente de acordo. Os políticos são criminosamente negligentes, a negligência criminosa deve ser punida. Infelizmente os partidos, todos os partidos, nunca aprovarão tal prática. Assim só nos resta mudar de regime, essa mudança é inevitável dado que os partidos não estão equipados para resolver os problemas com que nos debatemos. Só espero que a mudança não seja violenta e, já agora, que seja para algo melhor do que temos.

  4. Fernando says:

    Diz-se que estamos perante uma crise internacional e, no’s apanhamos por tabela. Nao e’ 100% verdade. Pessoalmente associo a crise internacional a uma ligadura a tapar uma ferida. Portugal tem sido uma “ferida” que de ano para ano tem vindo a piorar, não obstante os “médicos” que temos tido para a curar. Cheguei a conclusão que esses bem referenciados e abnegados “médicos” são todos iguais. Frequentassem eles uma Universidade do Povo ou privada. A “ferida” que se instalou em mim, e’ saber se péssima situação em que se encontra Portugal e’ fruto de 42 anos de fascismo, ou de 37 de liberdade?

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading