Baixa-Chiado quê?

O presidente do Metropolitano de Lisboa está contentíssimo com uma cambalhota toponímica parola e patega. Alguém se lembrou de rebaptizar a estação Baixa-Chiado e chamar-lhe PT Bluestation a troco, está bem de ver, de uns euritos. E como, hoje, onde há euros há tudo, nada mais importa.

Há milhões a ganhar na cidade de Lisboa, mesmo para lá do metro. A CML pode até rebaptizar lugares e monumentos. O Marquês de Pombal, por exemplo, pode passar a chamar-se Marquês de Borba Reserva Tinto, o Jardim Zoológico ganharia o nome de Twiskas World, o Campo das Cebolas podia, sem prejuízo algum, chamar-se Caldos Knorr, a Praça Camões passaria a MultiOpticas Serviços Opticos, o Jardim da Estrela soaria bem como Starbucks Coffee Company Garden, a Sé de Lisboa seria conhecida como Espírito Santo Ventures-SCR e a Mouraria tornar-se-ia Fly Emirates.

Isto seria apenas o princípio, depois viriam as ruas e avenidas: a Rua Duque de Palmela chamar-se-ia AutoEuropa Street, a Rua do Século promover-se-ia a Millenium BCP Street e até o Beco do Jasmim cheiraria melhor chamando-se Chanel Parfums & Fragrances.

É fácil, afinal, ser moderno e cosmopolita. Difícil, difícil, vai ser escolher o novo nome a dar à cidade de Lisboa. Alguém tem ideias?

A realidade é uma coisa que não lhes assiste

Francisco Assis

defendeu o legado de seis anos deixado por José Sócrates. Um legado que, disse, “não é o do défice, da dívida e do desemprego”.

The Desert Sweepers, Su-Mei TseEu até sou gajo para afirmar que o desemprego, a dívida (e a privada é o problema, ó anarquistas da direita) e o défice aumentaram após a crise financeira internacional pela qual José Sócrates não pode ser responsabilizado. Mas os 150 000 empregos não foram criados antes, o défice e a dívida subiram em qualquer gráfico perto de si, e pior do que isso foi-se privatizando o SNS e a escola pública.

Que a política é a arte da mentira já sabíamos e ninguém como Sócrates a elevou a um patamar tão alto de completa manipulação, assumindo a terceira via do discurso é tudo, no conteúdo eles nem reparam. Que não se esperava que acordassem, tomassem um duche e regressassem à real, era óbvio. Mas quando insistem desta forma escabrosa, e sabendo-se que na oposição não têm a mínima hipótese de manipular como o faziam no governo, cheira a uma travessia do deserto feita de gatas, e sem água. Tristeza.

A escola e a escola da vida

porta fechada

O governo proletariza os cidadãos

Sendo a escola um espaço obrigatório de passagem, que importância terá para aqueles que não foram obrigados a incluí-la no seu percurso de vida?

Sendo a escola local privilegiado de aprendizagem, como aprendem aqueles que não a frequentaram, que apenas o fizeram de uma forma rudimentar ou que a deixaram há muito?

Sendo a escola um espaço essencialmente frequentado por crianças e jovens, como relembrar os idosos o seu tempo de escola?

Sendo a escola um lugar público e obrigatório de aprendizagem, porquê colégios privados e caros? [Read more…]

Rumo ao Sul

Acaba-se o verão e os pássaros vão para Sul.