A chapelada

Foram-se pondo cruzinhas em boletins de voto e descarregando nos cadernos eleitorais. (…) Temos uma absenção de 40% portanto é fácil. As pessoas que vão para as mesas residem na área territorial dos eleitores e facilmente sabem quem está e quem não está a votar, quem vota e quem não vota.
Em 1980 todas as mesas do concelho do Funchal alteraram a votação. Em todas as mesas Eanes tinha ganho e em todas as mesas Soares Carneiro passou a ganhar. E não estamos a brincar. A chapelada foi grande. Não foram 10 ou 15 votos por mesa; foram 300 a 400, preenchidos em nome de votantes que não foram votar.
Presenciou essas alegadas adulterações?
Presenciei.
Fazia parte de alguma mesa de voto?
Sim. Fazia.

António Fontes, na altura militante da JSD/Madeira, em entrevista ao DN de 13.09.2011.

Histórias das eleições na Madeira fui ouvindo ao longo de anos, até porque tive vários colegas madeirenses. Delegados de partidos afastados de mesas de voto com uma arma apontada à cabeça, por exemplo. Fica este registo, dirigido a quem insiste na bondade democrática das vitórias eleitorais sucessivas de Alberto João Jardim. As bruxas não existem, mas lá que votam, votam.

 

 

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  1. […] de Abril: Alberto João Jardim, empurrado pelo bispo local, tomou o poder e manteve a ditadura, com chapeladas eleitorais, uma rede de clientelas e negócios, típica de qualquer oligarquia. Desde a comunicação social […]

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