Hoje dá na net: Las Hurdes – Terra Sem Pão

Um bom dia para ver um filme do grande cineasta ibérico Luis Buñuel. Las Hurdes – Terra sem Pão, um documentário da fase de militância surrealista, apenas estreado em Portugal em 1972, adivinhem porquê…

Las Jurdes ou Las Jurdis, em estremenho, é ainda hoje uma região montanhosa paupérrima (pese ter-se tornado num ponto de atracção turistíca). Em 1932 era assim.

Legendado em português. Ficha IMDB.

Comments

  1. Tiro ao Alvo says:

    Amigo, isto não é um documentário da “fase de militância surrealista”, isto é pura propaganda política, de comunistas para incautos. Então aquela cena, ao minuto 11:20, da criança doente, deitada em cima de pedras e sem comer à três dias, é miserável, ainda mais miserável do que a vida que aquela gente levava e que não era muito melhor da vida que se vivia no interior de Portugal.
    Em conclusão, trata-se de um documentário, não surreal, mas criminosamente enganador e a fazer o aproveita mente vergonhosos da miséria alheia. Um nojo.

  2. Tiro ao Alvo says:

    Corrigindo: Tiro ao Alvo em 02/12/2011 às 12:59 disse:

    Amigo, isto não é um documentário da “fase de militância surrealista”, isto é pura propaganda política, de comunistas para incautos. Então aquela cena, ao minuto 11:20, da criança doente, deitada em cima de pedras e sem comer à três dias, é miserável, ainda mais miserável do que a vida que aquela gente levava, e que não era muito melhor da vida que se vivia no interior de Portugal.
    Em conclusão, trata-se de um documentário, não surreal, mas criminosamente enganador, a fazer o aproveitamento vergonhoso da miséria alheia. Um nojo.

  3. Tiro ao Alvo says:

    Claro que é “há três dia”s. Desculpe.

  4. “La derecha y la Falange Española comenzaban a rebelarse en España y la película fue censurada por la joven y débil Segunda República Española por considerarla denigrante para España. Ese mismo año firmó un manifiesto contra Hitler con Federico García Lorca, Rafael Alberti, Sender, Ugarte y Vallejo.”
    http://es.wikipedia.org/wiki/Luis_Bu%C3%B1uel

    Está muito bem acompanhado na sua repulsa, meu caro.
    Vejamos: eu por acaso conheço Las Hurdes, já neste século, e não fui lá passar férias. Ainda hoje a região não é de fácil acesso.

    Quanto à identificação com surrealismo ou comunismo, pese nesta altura Buñuel estar filiado no PCE, a forma, e a técnica, ainda é claramente surrealista. Podia acrescentar que entre surrealismo e algumas correntes marxistas a distância é nula, basta ler Breton e Trotsky, mas como não sou dos que metem Dali no saco dos fascistas só porque se virou para o Franco depois de cornear o Eluard, mais, como sempre me borrifei para a ideologia afirmada dos meus artistas favoritos,ou teria de detestar o Céline que permanece para mim como o grande escritor do século passado, só lhe recomendo que retire os antolhos. A arte vale pela obra, meu caro. E esta é magnífica, até como objecto de propaganda. Ou também quer desvalorizar o papel de Eisenstein na História do Cinema porque sempre foi ideologicamente comprometido?

    • In:João José Cardoso – 02-12-2011-A arte vale pela obra, meu caro. E esta é magnífica, até como objecto de propaganda. Ou também quer desvalorizar o papel de Eisenstein na História do Cinema porque sempre foi ideologicamente comprometido? +++ além de as HURDES serem montanhosas e inacessíveis e longínquas relativamente ao total do país e sua condição política e económica – o mais complicado foi, ainda, que a impossibilidade de comunicação levou a gravíssimos problemas de consanguinidade e dramas de quem, mesmo assim, tinha de nascer por ser natural querer reproduzir a vida, como aliás, embora em circunstâncias diferentes, se reproduziram as populações sujeitas ao acidente de Chernobyil e que ainda estão afectadas hoje – como certamente serão afectados os descedentes de Kioto de 2011-já não recordo, mas foi há décadas que vi reportagem sobre as Hurdes – nunca fui às Hurdes nem sei onde ficam nessa Castela-a-Velha- nem sabia que Buñuel as tinha revelado-como afectadas foram e subsistem crianças alemãs-judias enclausuradas nos hospícios do tempo de Hitler e até maltratads por quem tem de tratar delas (reportagem bem recente aliás)-mas falou-se da Arte de Bunuel e não das desgraças dos homens que despezam outros homens e não é a consanguinidade da nobreza que deu, igualmente, tanto drama, os homofilicos que ainda existem por aí

  5. Tiro ao Alvo says:

    Desculpe, amigo, eu não posso considerar aquele documentário arte, pois aquilo é pura artimanha…
    As esquerdas montaram um sistema de propaganda dos “seus” autores de arte, de tal forma que os melhores até pareciam ser todos daquela área. Mas não é, nem foi assim. Os artistas, quando são verdadeiramente artistas, não podem ser “capturados” por nenhuma corrente ideológica – isso foi e será sempre um abuso.
    Voltando ao documentário, aquilo que ali se vê não é a miséria que existia em Espanha, semelhante à que existia em Portugal , infelizmente, ainda existe em muitas partes do mundo. Aquilo é um aproveitamento vergonhoso da miséria dos outros para fins de propaganda política partidária. E isso é, e será sempre, condenável.

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