Europa: o centralismo germano-francês

O pós-2.ª Guerra e a fundação da CECA

Robert Schuman, em 9 de Maio de 1950, e tendo avisado apenas na véspera o secretário de estado dos EUA, Dean Acheson, publicitou o acordo estabelecido com a Alemanha, de Konrad Adenauer, nos seguintes termos:

O governo francês propõe que toda a produção franco-germânica de carvão e de aço seja colocada sob uma alta autoridade conjunta no quadro de uma organização que estaria também aberta à participação de outros países da Europa.

O acto, dos dois políticos democrata-cristãos, viria a dar lugar à fundação em 1951 da CECA (Comunidade Europeia do Carvão do Aço), integrando a seguir os países do Benelux e a Itália; esta, pela mão do também democrata-cristão, Alcide de Gasperi. Foram considerados os “pais da Europa”, depois transformada em CEE e hoje em  União Europeia.

As remotas origens da UE tiveram, pois, motivações de ordem económica do pós-2.ª Guerra. Então, o “sistema económico” prevalecia sobre o “sistema financeiro”.

A União Europeia e a Zona Euro, na actualidade

O protagonismo, na altura, centrou-se no eixo ‘franco-alemão”, o qual, nos dias de hoje, sofreu uma inversão de carácter hierárquico; pois, em boa verdade, deve designar-se como eixo ‘germano-francês’. Temos, assim, dois grandes actores: a líder Angela Merkel, alemã, e o submisso Nicolas Sarkozy, francês.

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Quem vai para o mar e já morreu na terra

Depois de ter ouvido ao longo da tarde a palavra milagre, o meu lado mais jacobino renasceu.

Confiem na santa e vão vendo o trambolhão que levam.

A gente que desde pequenino aprendi valer um bocadinho mais do que todos nós, os pescadores e suas sempre antecipadas viúvas, volte ao tempo em que se cantou: quem não teme o mar não teme os patrões. Ou vão todos jogar à bola, caxineiros do caralho.

A tua mão

adão cruz

Como simples aves damos as asas a caminho do sol para fugir às lágrimas que a terra espreme.

A luz incendeia a vontade de fugir mas a tua mão serena abre o coração à esperança onde a angústia cresce por entre músicas perdidas e restos de flores.

Eu continuo o caminho dos lábios que deixaram de suspirar e dos olhos que pararam de girar confundidos entre lágrimas e risos.

O longo caminho das sombras onde as plantas não falam nem as fontes nem os pássaros.

Mas a tua mão apertada mesmo que incrédula murmura baixinho que os prados se estendem a nossos pés.

E que as brandas ondas do mar deslizam suavemente sobre a areia cobrindo de espuma o teu corpo sonâmbulo que à noite desperta por entre o labirinto dos meus sonhos.

Que palácios pretende o vento impaciente em teus cabelos de fogo vencida a idade em que o coração treme sem casa para morar?

Sorteio para o Euro 2012: não podia ser pior

O sorteio para a fase de grupos do euro 2012 não podia ter sido pior para Portugal. Num grupo com a Alemanha, a Dinamarca e a Holanda (todos já campeões europeus), qualquer deles vai ter que penar para passar aos quartos de final. Mas é um europeu e quem quer ir longe tem que ultrapassar etapas, seja com a ajuda de São Ronaldo, seja com os sermões de S. Bento.  Veja os grupos, o calendário de jogos e diga se não havia melhor: [Read more…]

O caso do “estripador de Lisboa” em 1992/93

Agora, por um acaso quase anedótico, os media referem que foi finalmente descoberto o “estripador de Lisboa”, que no início dos anos 90 terá morto (a ter sido o mesmo autor para todos os crimes, como a geografia e o modus operandi indicam) e esventrado três prostitutas.

O caso nunca foi desvendado e os crimes do “estripador de Lisboa” nunca foram deslindados. As pistas provaveis passaram por locais diversos, incluindo os EUA. Abandonada a pista americana, os acontecimentos permaneceram em mistério e o seu autor nunca foi identificado. Até hoje?

De que falamos quando falamos do chamado “estripador de Lisboa”? Eis a reportagem completa:

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Mas em que século é que estamos?

Os tripulantes do pesqueiro “Virgem do Sameiro”, que estava desaparecido há dois dias, na zona da Figueira da Foz, foram encontrados com vida.

Esta é a boa notícia. A má notícia é que em pleno século XXI um barco de pesca pode naufragar e os seus tripulantes ficarem numa balsa sem comunicações.. Foram encontrados cerca de 20 km a norte do Cabo Mondego, uma distância ridícula. Eu sei que os pequenos armadores têm grandes dificuldades económicas mas isto é inadmissível. Quem vai para o mar aparelha-se em terra e cabe ao estado proteger a vida dos seus cidadãos. Bastava um sinal de presença que fosse captado pelos socorristas. Desta vez acabou bem. Nem sempre acontece.

O estripador de Lisboa e a Casa dos Segredos

Não sei se esta notícia terá algum fundo de verdade ou se não passa de especulação mediática feita para vender jornais. Por outro lado, não sou espectador de programas em que fecham uma dúzia de badamecos numa casa e ficamos a espreitar pelo buraco da fechadura a ver se têm relações sexuais entre si, se emagrecem ou não.

No entanto leio jornais e passo os olhos pelos títulos que falam desses exercícios de voyeurismo. Invariavelmente, ou quase, ressalta a estupidez, a falta de pudor, o desprezo pela privacidade, a baixeza de intenções e declarações. Uma coisa que me faz impressão é a disponibilidade desses concorrentes ( e suas famílias ) para a exposição da sua própria parvoíce, ignorância, vileza de sentimentos e falta de cultura, para não falar de outros valores que ultrapassem a vontade de brilho momentâneo, a necessidade de reconhecimento público por via da televisão apesar de, coitados, não haver nada para reconhecer.

Agora os jornais vêm dizer que a PJ terá descoberto o alegado estripador de Lisboa porque o filho queria participar num programa de televisão revelando – não à polícia, a um familiar, etc. – um segredo ao país que se pendura no buraco da fechadura: que o pai seria um assassino. Não é apenas estupidez e ânsia de protagonismo, não é apenas uma carinha laroca enfeitada de primitivismo e roupas de marca. É repulsivo, animalesco e não abona nada a favor da inteligência humana.

Os demónios de Alcácer-Quibir

Rodrigo Moita de Deus queixa-se porque “nos últimos cem anos a república faliu quatro ou cinco vezes o país“. Não vou contar quantas vezes a monarquia o tinha falido antes que as falências ocorrem em qualquer regime e a da última década do séc. XIX até deu muito jeito aos republicanos. Já levar Portugal à perda da independência foi até hoje exclusivo da monarquia, primeiro com os casamentos que procuravam a união dinástica, iniciados ainda no séc. XV, e tendo como corolário um tolinho, vítima de tanta consanguínidade, que foi brincar às guerras para Alcácer-Quibir. Em 1580 o mouro é que jogava em casa e levámos uma abada.

Isaltino, um homem brilhante

isaltino, um homem brilhante