Antes não fosse.
O fim das greves
Tal como o meu colega aventador Carlos Garcês Osório, nunca fui simpatizante de greves, embora as minhas razões sejam diferentes. A greve é, evidentemente, um acto de violência, uma bomba atómica a ser usada quando aquilo que se diz não é ouvido. Tal como qualquer outro acto em democracia, as greves estão sujeitas às críticas e pode, até, concluir-se que são injustas.
Num mundo mais próximo do ideal, as greves seriam desnecessárias; num país em que os trabalhadores sejam constantemente agredidos, num país em que os direitos sejam constantemente retirados, num país em que tudo os que os trabalhadores dizem é, quotidianamente, ignorado, o que resta aos trabalhadores? O que resta a quem fala e não é ouvido a não ser gritar? Num país em que aumentam impostos, no mesmo país em que os trabalhadores perdem subsídios, em que lhes baixam salários, onde são obrigados a dar mais dias de trabalho por ano, onde a saúde e educação são bombardeadas, entre muitos outros abusos, naquele mesmo país em que os trabalhadores, por todas estas razões, acabam por ser responsabilizados por três décadas de uma incompetência governativa que não tem fim, que se deve esperar que não seja contestação?
Aceito que haja pessoas a criticar os funcionários da CP ou quaisquer outros grevistas. Repugna-me, no entanto, que alguns, como acontece na caixa de comentários do texto do Carlos, manifestem um marialvismo serôdio, ansiando por um regresso aos tempos em que não havia direito à greve ou por uma privatização geral do país para que a matilha de trabalhadores que atrapalha o país amanse, gente que chega a considerar Ronald Reagan um herói. O Carlos ainda propõe que a CP seja vendida à Coreia do Norte, desde que isso acabe com as greves. Terá sido por isso que o governo está em vias de entregar a EDP à China, outra maravilhosa democracia?
Vamos supor que os funcionários da CP abusaram de um direito. Prove-se e aja-se em conformidade. Há quem ande, há anos, a pedir que o mesmo aconteça aos políticos incompetentes que nos prejudicaram e nada acontece. Será que, por isso, deveríamos defender o fim dos governos?
Entretanto, seria interessante reler dois textos: este e este.
O Natal triste de José Pacheco Pereira

Prendas de Natal de Coelho e de Portas
A política de saúde de Coelho, a despeito do simulacro de consulta pública da ‘Reforma Hospitalar’, tem estado activa através de obscenos aumentos de taxas moderadoras. Contudo, o ministro-contabilista Macedo ainda se atreve a declarar:
Discurso hipócrita, falso. Eu e muitos doentes crónicos, de cardiologia, não tivemos possibilidades de aceder a consultas em S.Francisco de Xavier, Lisboa, desde Junho até final deste ano. Naturalmente, que as palavras de Macedo ainda mais revoltados nos deixam.
Mas há mais. Curioso que, graças a Joaquim de Oliveira, da Olivedesportos, os hospitais públicos vão ter o serviço da SPORT TV gratuito. Ou seja, faltam consultas e cuidados de saúde, mas temos futebol e Paulo Macedo, desta feita eufórico, afirmou:
Eu, experiente em internamentos, estou a imaginar um doente entubado, com a agulha do soro no braço e de algália, a saltar na cama e gritar de alegria com o golo do Benfica, do F.C.Porto ou do Sporting. Assim, já vale a pena pagar taxas mais altas. E a produtividade de enfermeiros e assistentes operacionais vai disparar. [Read more…]
Directamente da Linha de Cascais
O Coro de Santo Amaro de Oeiras – não podia faltar – deseja-nos a todos um feliz Natal. Nós também desejamos.
Natal – Imaginário adulto ou troca social
Com Pai Natal em Greve, o povo sem dinheiro, falidos, não há Natal: apenas sopa e pão
Para o pobre povo de Portugal
1. Natal
Os leitores devem estar habituados a ver em letra escrita nos meus textos, uma ideia em que sempre teimo: qualquer grupo social tem, pelo menos, duas formas de ser ou duas culturas: a dos adultos e a das crianças. A do adulto, esse imaginário para calcular e falir sem remédio, sem a capacidade de decidir, porque não há trabalho bem dinheiro; a da criança, essa fantasia à esperassem saber. A do adulto, para calcular e decidir, porque vive no meio das finanças, dos orçamentos. Fantasia à espera, por viver
Hoje dá na net: Duck Soup
Duck Soup, comédia de 1934, eleita pelo American Film Institute como uma das 100 melhores comédias de todos os tempos (5ª posição). Tem os Irmãos Marx como protagonistas. Página IMDB. Este filme está legendado em português, veja os pormenores depois do corte.
“Orgulhosamente Produzido em Portugal”
Como diria o outro, “bela merda” os acabamentos em tó-colante. Temos futuro.
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