A EDP vai contratar o laureado arquitecto português Souto de Moura para “melhorar o enquadramento ambiental” do paredão de 108 metros da barragem de Foz Tua, em pleno Douro Vinhateiro, Património da Humanidade (não é só dos portugueses, é da Humanidade). Como o ilustre arquitecto parece não conhecer o ciclo da água que “vai para o mar” e tanta falta faz para produzir energia (limpa!) neste país que gasta o dobro da energia por unidade de PIB da Dinamarca, deixo aqui a ideia de lhe ser ofertado um kit de maquillage e o livro O Ciclo da Água.
Para ser mesmo bonito, e fazer boa figura, esta oferta bem poderia ser entregue por José Carcarejo, o visionário autarca de Alijó, defensor incondicional do Património do concelho e, por conseguinte, do seu alagamento por via de uma barragem inútil. Os autarcas vizinhos de Carrazeda de Ansiães, Murça e Vila Flor poderiam irmanar-se, digo eu, no pagamento desta benfeitoria cultural. A Bem da Nação.
Gostarímos que tivesse sido contemplada alguma informação sobre as alternativas…
Alternativas? Não há, o relatório da UNESCO é muito claro:
ALTERNATIVAS?????????????????????
Davam-se alternativas se estivesse em causa alguma coisa mais importante que o INTERESSE de uma minoria que não é silenciosa, fazendo-se ouvir pela voz do mocho, digo. Gonzo.
Não etendi a sua resposta. Para mim é linguagem cifrada…
Alernativas à produção hídrica, digo eu. Nuclear? Importação?
Não é a política energética que está em causa aqui.
Se o projecto da barragem fere (de morte!) a área classificada de Património da Humanidade, simplesmente altere-se o projecto para que seja implantado FORA da vista desse perímetro.
Há anos que se anda a alertar para este problema, e só agora com as máquinas a revolver o terreno é que toda a gente viu e os mentirosos que garantiam não haver problema deixaram de poder negar o evidente.
Era mais fácil e simples, quando foi levantada a questão em sede de Estudo de impacto ambiental, alterar o projecto. Mas a EDP de conluio com o governo socrático só queria avançar rapidamente e em força para o betão! Agora RESOLVAM o problema, não atirem culpas para quem andou anos a alertar para o problema, nem se chorem que “já foi gasto dinheiro”!
Estou a ver. Estou a ver. Uma questão de projecto. De facto, se assim é, que se altere o projecto! Faltam os detalhes para saber se é possível… De qualquer maneira é sempre uma questão de escolhas e de força de razão. Em Foz Coa venceu o que se pensou ser a razão, na altura. Vamos a ver desta vez. Por mim, não me pronuncio em definitivo, pois não me sinto devidamente esclarecido.
Agradeço a resposta.
Nota: “impacto ambiental” grafa-se “impacte ambiental”.
Alternativas?
A UNESCO foi muito concreta no que disse: não há.