Touche pas mon bijou…

Loureiro dos Santos, general de pousio, assanhou-se todo – em frente do Medina!… –  contra a hipótese de as “reformas estruturais” chegarem ao reino sombrio das forças armadas. E digo sombrio porque impensado e, parece, impensável.

Gostava de ter visto o ilustre comentador – oportunidades não lhe têm faltado – ostentar a mesma firmeza quando este governo carniceiro rapina sobre o que há de mais essencial para uma vida digna deste povo. Mas não. Só agora aparece a ranger os dentes e a ameaçar irresponsavelmente com movimentos “de indisciplina nas forças armadas”. É típico e não é uma estreia.

Não, não sou dos que entram em demagogia sobre a utilidade das forças armadas. Mas gostaria que todos – sublinho, todos – os partidos e movimentos políticos se confrontassem séria e profundamente sobre as questões da defesa nacional e, por uma vez, enfrentassem corajosamente os seus problemas, dispensando-nos à retórica vã e politicamente cobardolas que é habitual sempre que nos abeiramos deste tabu. Caso contrário, continuaremos basbaques a suportar as florentinas conspirações dos generais de opereta que nos chegam pela “comunicação social”. Como este. Porque os que valeria a pena ouvir, ou são impedidos, no caso de estarem na reserva ou, no caso de estarem no activo, mantêm o silêncio discreto e digno que a sua posição aconselha. Como nota final, deve notar-se que o Medina não mostrou a sanha “austeritária” habitual. Como é costume nestas instâncias, quando a coisa mete armas ou água benta, os nossos corajosos papagaios políticos metem as unhinhas para dentro.

Comments

  1. Marcello meteu-se com eles e acabou o mandato no Brasil. Não é boa ideia assanhar pessoas com armas e treino para as usar, podem cortar em tudo mas para bófia e magalas tem que haver. bom Carnaval

  2. Amadeu says:

    Não podia estar mais de acordo.
    Podem cortar os tomates onde e a quem aguenta, mas não mexam no queijo do Loureiro dos Santos. Este general fan de popós até defendeu que se poupava dinheiro se se comprasse uma carrada de helicópteros novos. Incrível. Assim como defendeu as virtudes da frota submarínica, o serviço militar obrigatório …

    E o pobre de espírito do Merdina, tão afoito a criticar “esta gente” toda, abanou o focinho e lá aventou que o regresso do serviço militar obrigatório era bom para essa juventude que anda por aí aos caídos, que lhe dava disciplina, blá blá blá.

    Cambada de comentadores de merdas do reumático !!!

  3. António Pedro Pereira says:

    Actualmente as Forças Armadas têm 38 mil efectivos: 20 mil são graduados (oficiais e sargentos) e 18 mil são praças.
    Racio: 1 graduado manda em 0,9 praças.
    O governo quer cortar 8 mil praças.
    Racio: 1 graduado passará a mandar em 0,5 praças.
    Li há tempos uma notícia que dizia que o quadro de oficiais generais (generais e almirantes) era de 74, mas que havia 132.
    Há dias o Correio da Manhã trazia um título enorme que dizia: 190 generais custam 11 milhões.
    Assim vão as Forças Armadas (a sua reforma) e a Pátria de que se dizem o último bastião.

  4. Coronel Z says:

    Envei TVI (extracto)
    Uma Estratégia … de natureza aero-naval.
    Para cujo domínio Marinha e Força Aérea estão sub dotadas, de meios materiais e financiamento para operações.
    O conjunto, EMGFA, EMA, EME e EMFA além do MDN, com quatro centros de chefia militar e órgãos redundantes em conformidade, a exemplo das Academias Militares.
    a) Voltar ao SMO – socialmente irrealizável, forma de desviar as atenções do essencial.

    Solução: reformar de vez a macro estrutura MDN/FA, com significativas economias, melhorias funcionais, garantindo o fundamental – o MDN com o Estado-Maior da Defesa*, comando único militar.
    …Equacionando – eliminar de vez: corporativismo de ramos militares; ilusões de grandeza derivadas de África, cultivadas na Guerra-Fria:
    a) F-16 em excesso – 10 aviões embalados, que tardam em ter comprador.
    b) Pandur blindado de rodas, inconvenientes de protótipo, volume e peso – no Mali, vemos os franceses com blindados de 4 rodas, contra o Pandur de 8!
    Leopard blindado de lagartas, da Guerra-Fria, inúteis (para Portugal).
    Aviação do Exército, desactivada, centenas de milhares de euros desperdiçados.
    Obs: Estado-Maior da Defesa*, um general de 4 estrelas (em vez de quatro), comandos dependentes em conformidade.
    *Constava do Programa eleitoral do PS e do XVII Governo
    (2005).

  5. Roque&Enrrola says:

    E para que servem as forças armadas afinal? Para combater os espanhóis?

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