Bruxelas pressiona Portugal a manter porcas prenhas em grupo
As noites loucas dos comissários europeus
Qual é o problema de interromper o Relvas? (4)
Chega de Relvas!
Os acontecimentos no ISCTE, escola onde me licenciei, geraram alargada polémica; nomeadamente quanto ao conceito de ‘liberdade de expressão’.
Tudo gravitou à volta de um ministro, Miguel Relvas, cujo falseado curriculum estudantil e o comportamento de governante e cidadão justificariam, há muito, o afastamento do governo – Passos Coelho, por força da mobilização do PSD de Norte a Sul (Seguro segue idêntica via), como diz o povo “tem o rabo preso” e consequentemente falta de coragem de o demitir.
A “democracia portuguesa”, no PS e PSD em especial, é prisioneira das ‘jotas’; tendo como complemento a ortodoxia do PCP e os sinuosos percursos de Portas. É o regime político que nos coube em sorte, não muito distinto de outros a vigorar na Velha Europa, onde coesão e solidariedade são referências rejeitadas. Reflicta-se no que é exposto neste ‘site’ do Reino Unido, de que reproduzimos a tradução do 1.º parágrafo:
“Desde a década de 1980 os dramáticos diferenciais pagamentos salariais têm-se desenvolvido no Reino Unido. Até recentemente, sociedade tornou-se bastante confortável com isso como um resultado inevitável de nosso sistema económico. A introdução do salário mínimo reconheceu que o mercado nem sempre foi o melhor árbitro de salários. Apesar disso, as desigualdades continuam a levantar-se, com 1% do ‘top’ tendo um cada vez maior quota na partilha dos lucros do crescimento económico.”
A polícia das facas coloridas…
… parece que a polícia das facas coloridas não serviu para detectar a venda de gato por lebre. Não é a existência ou não de risco para a saúde que preocupa mas sim a constatação do completo descontrolo que nem a polícia alimentar preveniu.
Limitação real de mandatos
Só posso achar bem. Infelizmente, os políticos demitiram-se de fazer política e pedem aos tribunais para a fazerem por eles. Questão: pagamos-lhes para quê?!
Mulher e estendal
Como outros passeiam os cães de companhia, ela traz à rua o seu estendal. É preciso que vos diga que não é capricho nem bizarria, não há nela nenhuma excentricidade. É que há casas que são tão pequenas que nem o sol lá consegue entrar. E secar a roupa nesta cidade é um problema de que não se fala. Há casas baixinhas, sombrias, infiltrações de água, paredes corroídas, azulejos que se desprendem das paredes, senhorios que vivem longe e não assistem à lenta agonia das casas que arrendaram, há miséria, miséria, tantas formas de contar a miséria nesta cidade. Até a água a conta, no seu percurso sinuoso pelas paredes de casa, a tinta a estalar em crateras amareladas, a mancha negra a alastrar no tecto, “qualquer dia caem-nos os vizinhos em cima”.
Num cantinho da sala ficava o estendal e era preciso afastá-lo para passar. E a roupa não secava. Lavava-se ao sábado e os dias passavam, a roupa ganhava cheiro a humidade, a janelas fechadas, à comida que se cozinhou, e não havia forma de ficar seca. E a roupa húmida no corpo, não há pior, esse frio que vai atravessando a pele, fica-se gelada até à alma. Então lembrou-se de ir ela atrás do sol. [Read more…]
Quais os limites?
O rocambolesco caso de Oscar Pistorius e a parafernália de drogas encontradas em sua casa prometem dar ainda muito de que falar. A menos que o cenário de comprometimento assassino do detective Hilton Botha, entretanto avançado, possa lançar uma cortina de fumo sobre a investigação.
Num momento em que os ídolos do desporto têm mostrado (e confessado) que a alta competição está minada pela mentira, que os grandes resultados pressupõem consumos de substâncias proibidas que explodem os limites humanos, num momento em que começamos a perder as nossas referências nesta área e a questionar onde começa e acaba a verdade desportiva, onde começa e acaba a batota, fenómenos como Oscar Pistorius devem fazer-nos pensar.
A robotização do ser humano, como arma apontada aos recordes sobre-humanos, valerá de facto a pena? Valerá a pena estarmos a fabricar monstros que, depois, não poderemos controlar, tornando-nos vítimas dos demónios que criámos?
Quais são então os limites entre o que se pode e se deve fazer? Quais as balizas da ética vs. ambição? Onde começa e acaba o crime?
Se está provado que até as drogas mais suaves, e permitidas, podem provocar demência, o que esperar de manipulações químicas mais ousadas, sofisticadas e, quiçá, mais mortais?
E a quem pedir contas?
E eles cantam
Não há festa nem festança, assembleia, conferência ou contradança, em que as donas constanças cá do pedaço, abespinhadas, se dispensem de censurar rudemente os cânticos e protestos dos estudantes o outros cidadãos, sempre que lhes entra em casa um dos ministros deste governo. Nos Assembleia e entre dois passos perdidos, nos salões da Tia Batata entre dois golinhos de champanhe, no Eleven entre duas garfadas delicadas, por todos os perfumados lugares por onde se roçam os eunucos políticos, reina o escândalo. Aiiiiii, a compostura democrática! Aiiiiii, a liberdade de discurso! Aiiiii, a cortesia que se deve às visitas finas! Aiiii, a sensibilidade do Relvas! Aiiiii, a honra da Nação!
Queria lembrar algumas evidências às rematadas e adultas bestas que se alcandoraram em nossos governantes e mandantes. Eles não sabem a sorte que têm. Eles não percebem a grandeza do povo que governam. Eles não entendem que as pessoas não os vêem como simples protagonistas de políticas de que se discorda. As pessoas vêem-nos como vigaristas que traíram todas as promessas e propostas com que enganaram incautos. Vêem-nos como abusadores ilegítimos do poder. Que, ao serviço, convicta ou desonestamente – o efeito é o mesmo -, dos bandidos do capital financeiro, trapaceiam, sorvem-nos a vida, enriquecem mais os ricos, empobrecem mais os pobres, comprazendo-se com a fortuna rapinada do banqueiro e com a caridade que podem ostentar com o pobre. E para chegar aos seus propósitos, todos os habituais truques servem. Dividir para reinar, manipular consciências, mentir por sistema, aprovar leis que tornem legal o que era corrupto. Consciência, já a venderam há muito. E contra tudo isto, o que faz o povo? O que faz à raiva que lhe vai na alma? Em que transforma a dor que o martiriza? Sublima-a em palavras! Em cânticos! E quando um ministro consabidamente bronco, refrescado pela última festa no Copacabana na companhia de bandidos politicamente aposentados, se permite orar num clube de pensadores ou numa escola de ensino superior, o que faz a parte ofendida dos anfitriões? Não o atiraram pela janela. Cantaram-lhe Grândola Vila Morena. Os tartufos políticos indignam-se. As pessoas decentes orgulham-se. Mas também pensam que um dia a música e as palavras podem não chegar. E pode-lhes ocorrer a fala do poeta : ”que o castigo seja igual ao crime!”.
Manobras de diversão
O Relvas contratou o Pedro Lixo Machado para o pessoal se distrair a insultar outro, não foi?
Procura-se especialista em Excel
Ministério das Finanças
Procura-se (M/F)
Especialista em informática com detalhados conhecimentos de Excel.
Para desempenho de funções relacionadas com a reparação de fórmulas Excel que teimam em não funcionar da forma pretendida.
Conhecimentos de economia, seja macro, média e mini, constituem mais valia. Parece que aqui só há conhecedores de economia de papel.
Dá-se preferência a quem não tenha uma visão distorcida da realidade. Para isso já cá temos um.
Oferece-se remuneração compatível com as funções. O chefe gosta de cortar nos outros mas nos dele faz questão de mostrar apreço.
Respostas para Ministério das Finanças
Ex-Praça do Comércio (as lojas fecharam todas)
Ao cuidado do Vítor
Olha, o NIF da Bardamerda-BESta
Encontrei o NIF da BESta: 508677688.
Está onde e como lhes convém: em letras minúsculas, marginal e discreto para não ser e-registado pela vítima final.
Deveria estar bem visível com o Logo.
1964: Zeca e Paredes em Grândola, Alentejo
«(…) aquele concerto em Grândola foi uma data marcante para José Afonso. Foi ali que conheceu Carlos Paredes e se impressionou com o seu talento.. (…)» Mário Lopes, no Público em 2010
Voltaire
A propósito do episódio no ISCTE e para defender o direito de Miguel Relvas se pronunciar, houve quem atribuísse a Voltaire uma frase que Voltaire não escreveu. É um clássico. Recentemente, um leitor do Aventar caiu nessa armadilha. Quando se discute a liberdade de expressão, Voltaire vem à baila. Há quem prefira Chomsky. Com a vantagem de a referência estar correcta. Não, não foi Voltaire. Não, não foi. Não é só em Portugal, é verdade. Não, não é só com Voltaire. Acontece frequentemente com Brecht. Um dia, falaremos sobre Brecht. Hoje, não.
Metereologia
Previsão meteorológica para 2 de Março: céu limpo, tempo muito frio.
O ideal para o aconchego no calor humano de uma manifestação provocando uma tempestade muito forte sobre o governo. Alerta vermelho, portanto, com possibilidade de terramoto, epicentro em Belém.
Valha-nos S. José
Zita Seabra vai proferir na paróquia de S. José, em Coimbra (na minha rua…), uma comunicação integrada no ciclo de Conferências Quaresmais cá do sítio.
Temei, ó crentes da minha Freguesia! É que o discurso da ilustre oradora intitula-se “De Marx a Cristo”. E tendo a Zita formado o seu marxismo na leitura ligeira de um básico catecismo estalinista (ler Marx dá uma trabalheira…), tudo leva a crer que constituiu a sua representação de Cristo a partir de um daqueles catecismos que tiravam o sono às crianças e imbecilizavam os adultos na primeira metade do século passado (dá uma trabalheira ler os evangelhos e aqueles teólogos complicados…). Assim, movido por um sentimento de misericórdia para convosco exorto-vos, caros paroquianos meus vizinhos, a que, depois de ouvirdes a oradora, lhe rezeis pela alma. Se lha encontrardes, claro.
Kevin Ayers, RIP (1944-2013)
Notícia. Ver também um programa de televisão com Kevin Ayers.
Qual é o problema de interromper o Relvas? (3)
Assim como assim, não ia dizer nada de jeito. Nunca diz.
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