Ulrich TV

Sem-abrigo apresentam a meteorologia na televisão

Fernando Ulrich’s best off 2013

Fernando_UlrichEm defesa da minha honra, devo dizer que o meu inglês não é tão mau que não saiba distinguir “of” de “off” e é suficientemente bom para poder fazer este trocadilho com que pretendo afirmar que o melhor de (best of) Fernando Ulrich só poderá surgir quando estiver de fora (off) e o silêncio for a sua melhor opinião.

Sempre pronto a confirmar esta minha tese, Ulrich resolveu não se calar, mais uma vez, insistindo na explicação daquela que ficará conhecida nos anais da economia como a «teoria do “aguenta”», nascida do exemplo de Tomás Taveira – também a propósito de “anais” –, outro grande defensor da noção de que a dor alheia é sempre suportável, sobretudo se der prazer ao seu causador, tornando-se, então, fácil perceber qual a posição do contribuinte face ao sector bancário.

Ulrich deslocou-se, hoje, ao Parlamento e declarou-se uma pessoa sensível. O másculo banqueiro não esteve mal quando respondeu torto a João Galamba, porque, apesar de tudo, prefiro um reaccionário consistente a um pedaço de plasticina em forma de deputado. Na verdade, quem apoiou tão veementemente José Sócrates não tem lições de sensibilidade a dar a ninguém. Por outro lado, ao saber que Ulrich recebeu lições de sensibilidade em casa, na escola, na família e na Igreja Católica, fico espantado por ver que houve quatro instituições que falharam tão clamorosamente. [Read more…]

Este Schengen não é para pobres

A Suíça planeia fechar as suas fronteiras a espanhóis, italianos e portugueses (notícia em castelhano).

Ulrich aguenta com os Bandex

Neste vídeo dos Bandex, pode confirmar-se que Fernando Ulrich tem dentro de si um cantor pimba, o que levou vários especialistas em pimbologia a descobrir relações entre esta actuação e o célebre “Aguenta-te com esta” de Toy.

Na realidade, cada vez se tornam mais nítidas as afinidades entre o universo pimba e o mundo da banca, nomeadamente no que se refere ao desbragamento e ao gosto pela repetição obsessiva de refrões.

Não faltará muito para que Ulrich e a sua banda cheguem ao Pavilhão Atlântico, com Passos Coelho na plateia histérica a gritar “Ai aguenta, aguenta”.

Porque são as grandes nações grandes

Os EUA vão para tribunal contra a Standard & Poor’s, acusando-a de fraude civil na crise sub-prime. Em Portugal, a maior fraude de que há memória, o BPN, continua num estado incerto e com apenas um arguido, sem bens, em vias de servir de bode expiatório ao sistema partidário do centrão.

O nosso sistema político está podre e não consegue produzir políticos que trabalhem para nação em vez de para o partido. De outra forma, já o sistema judicial teria sido reformado para que os mega processos que se prolongam por décadas sem resultados tivessem terminado. De outra forma, não teria o BPN sido nacionalizado (lembre-se que, antes da nacionalização, este banco valia apenas dois a três por cento do mercado bancário) e estaria julgado e caso encerrado.

Houvesse justiça em Portugal e os danosos contratos das PPP teriam sido anulados e os responsáveis presos por dolo. Fosse este país uma grande nação também e não estariam os contribuintes a pagar as fraudes da ética republicana.

Não gostam os nossos políticos de usar o exemplo estrangeiro quando há medidas a tomar? Pois têm nesta atitude dos EUA um bom exemplo a seguir.

Porco pisa humano

gnrVia  JN

As broncas previsíveis da Parque Escolar

logo parque escolar
«Os alunos da Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa, poderão não voltar a ter aulas de Educação Física este ano lectivo», explicava-se ontem no Público. «Empreitada de 21 milhões de euros deixa escola a braços com inundações», adiantava-se naquele jornal. E no entanto muitos foram os que advertiram para o que estava a acontecer, quando estava a acontecer. Na António Arroio, as aulas decorreram durante longos meses (vários anos lectivos) em salas improvisadas nuns contentores que a Parque Escolar alinhou nas imediações do edifício da escola.

Há três anos, fiz uma reportagem sobre a vida política nas escolas. Um dos temas a que não pude fugir foi justamente o das obras da Parque Escolar, um consórcio de privados a quem José Sócrates encomendou a requalificação de mais de três centenas de escolas portuguesas – precisassem elas ou não de obras -, oferecendo-lhes também um lugar na gestão dessas escolas (!). [Read more…]

Os super-ricos e o Titanic

Dos 400 homens super-ricos que viajavam em 1.ª classe [no Titanic, em 1912], 70% morreram afogados. Há registos, recordados num ensaio de F. Zakaria, que nos confirmam que J. J. Astor, a maior fortuna do mundo de então, acompanhou a sua mulher até ao bote salva-vidas, recusando-se a entrar enquanto existissem mulheres e crianças por salvar. O mesmo fez B. Guggenheim, que ofereceu o seu lugar no bote a uma mulher desconhecida. Se o Titanic naufragasse em 2013, estou seguro de que quase todos esses 400 super-ricos chegariam são e salvos, deixando para trás, se necessário, as suas próprias mulheres e crianças. A gente que manda hoje no mundo acredita apenas no sucesso egoísta, traduzido em ganhos monetários, pisando todas as regras e valores. Os aventureiros que conduziram a humanidade à atual encruzilhada dolorosa não passam de jogadores que transformaram o mundo num miserável reality show. Tirando o dinheiro, nada neles os distingue da gente vil, medíocre e intelectualmente indistinta que se arranha para participar nesses espetáculos insultuosos para com a condição humana. Quando andarmos pela rua, é preciso ter cuidado. É preciso olhar lá bem para baixo. No meio do pó e da lama, habita a vilanagem que manda no mundo. Cuidado para não tropeçarmos nalgum deles…

Viriato Soromenho-Marques via Joana Lopes.