O mordomo dos carrascos de Bagdade veio avisar a pátria de que existe, emigrado, e pretende regressar à sua zona de conforto. Empreendedor como sempre, José Manuel ambiciona disputar o difícil mercado dos candidatos da direita a Belém, intenção que confirmou desmentindo-a numa entrevista.
Mas o cherne da sua aparição foi outro: deixou à campanha eleitoral europeia dos seus uma dica fabulosa: atacar outro notável emigrante, Vítor Constâncio, afirmando que o tinha questionado três vezes sobre o banco do PSD.
A anedota é hilariante: o homem que viu um arsenal no Iraque, que lá não estava, acusa o ex-governador do Banco de Portugal de não ter visto que o BPN era uma associação de malfeitores, que o era, mas onde ninguém tocava, precisamente porque os bandidos são do seu partido e às castas de inimputáveis nada se vê, nunca se investiga, jamais se invade a privacidade das fraudes.
Já vieram os que antecederam Constâncio no cargo assegurar que ninguém viu nada porque não era para isso que lá estavam, o Banco de Portugal, que manteve todo o seu quadro de funcionários principescamente pagos para gerirem o escudo depois de se acabar com o escudo, serve para publicar uns estudos manhosos mas não se mete com os ladrões dos seus próprios bancos, que horror, disso que trate a polícia, embora curiosamente a polícia só tenha actuado quando o Banco de Portugal se queixou, e na embrulhada habitual com os tribunais se prepare para sair mais uma prescrição.
O caso BPN é o espelho da pátria: roubaram, trafulharam, vigarizaram, ficam impunes com uma trôpega nacionalização dos prejuízos que ofereceu aquilo que ainda se podia aproveitar aos seus (na nova versão PSD-MPLA) e nos deixou a pagar. Expropriar os proprietários, a SLN, está quieto, cobrar aos caloteiros, nem pensar, seria retirar capital a ilustres empresários que tanto fazem pelo país criando emprego na actividade com maior expansão nos últimos anos, a de miserável.
Que Barroso sabia e tenha perguntado, acredito, o banco sempre era um prolongamento do partido dele. Mas desconfio que deve ter sido desta forma:
– O Sr. Governador acha que aquilo do BPN se aguenta? também gostava de comprar umas acções como o Cavaco e a filha, para revender num instante, mas no entretanto não quero correr o risco de um escândalo…
“o cherne da sua aparição” é qualquer coisa 🙂
Very well JJC!!!
Preciso de subir aos ombros de alguém muito mais alto do que eu, porque só assim poderei ser visto e, visar o Pote.
Não me deixam renovar
E o brilho vai-se perdendo
Sou como vela de altar
Que dá brilho e vai morrendo.
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António Boto, em “Não Me Peças Mais Canções”
Excelente
O XXV Congresso Nacional do PSD (http://www.psd.pt/congresso.php?i=25), em Oliveira de Azeméis, Pavilhão Dr. Salvador Machado – 21, 22 e 23 de Maio de 2004 – tem algumas figuras interessantes: na Mesa do Congresso, Manuel Joaquim Dias Loureiro; no Conselho de Jurisdição Nacional, Joaquim Coimbra (o que pensava que BI era Bilhete de Identidade). Terá José “Cherne” Durão Barroso perguntado alguma coisa?
Que qualidade de contenção e companheirismo. Escolheu dos quadros do BPN varios dos seus ministros mas nunca usou as informações do SIS para os confrontar com as trafulhices. Bom cherne á casa torna
afinal a quadrilha tem outro chefe