A abolição silenciosa (e consentida) da democracia

Give up your rights

Ultimamente sinto-me no filme da democracia New World Order style que se desenrola nos EUA desde o muito mal explicado atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001. Há quem acredite que, com o 25 de Abril, assistimos a apenas um PREC. Na realidade foram dois. E ainda que um tenha ficado rapidamente pelo caminho, o “processo revolucionário em curso” levado a cabo pela mesma elite que já governava o país no tempo do outro senhor continua, e conheceu dias de franca expansão desde 2008, altura em que os verdadeiros terroristas do globo decidiram que os países mais vulneráveis da zona euro (entre outros) haviam de pagar as aventuras especulativas dos grandes bancos mundiais e da alta finança em geral. Como resultado de erros que não cometemos e do facto dos 2 partidos e meio que dominam o sistema político serem meros instrumentos nas mãos da verdadeira elite, assistimos hoje ao acelerar da perda de soberania financeira, que de qualquer forma já vinha sendo progressivamente alienada desde a adesão à União Europeia, mais tarde convertida em IV Reich.

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Catroguices

E um pintelho te negará três vezes, ó Troika.

Uma tragédia, o Emplastro e um filho da Ribeira

Ninguém me tinha lembrado – nem um artigo na imprensa, uma curta peça de fim de telejornal – que se cumpria mais um aniversário da Tragédia da Ponte das Barcas e só porque estava sol e me apetecia um fino é que eu fui parar à Ribeira nessa tarde. Mas assim que cheguei deparou-se-me um cartaz a anunciar uma romagem às Alminhas da Ponte e pareceu-me uma coincidência feliz.

O cartaz anunciava uma “celebração da palavra”, coisa bonita, pelo Padre Jardim. Como costuma acontecer a quem é deixado crescer sem doutrinamento tenho a minha particular colecção de crenças, todas muito avessas à ordem das religiões. E não foi a intervenção de um clérigo, de resto muito respeitável, que me fez ficar, mas a evocação de uma história que me arrepia desde que pela primeira vez me contaram por que havia sempre velas acesas frente a um obscuro painel voltado para o Douro. Que se continue a lembrar, com a chama de uma vela que gerações sucessivas vão mantendo acesa, as vítimas que já ninguém conheceu, mas dos quais podemos ser todos descendentes – anónimos e esquecidos avós, porque os pobres não cultivam a genealogia e dos nossos antigos guardámos só uma foto amarelecida, uma colecção de chávenas esbotenadas, ou a cor das nossas íris – que se continue a lembrar as quatro mil vidas que a cidade perdeu nesse dia parece-me sinal de uma grandeza de alma que nem todos os lugares têm. [Read more…]

Os outros pagaram com o corpinho

Apenas uma pessoa apoiou com dinheiro a última campanha do PSD.

O beto Melo anda a tripar

É um dado objectivo, inquestionável e indesmentível.

Gastando cera com ruim defunto

A semana passada tropecei nos dois trabalhos jornalísticos que aqui vos deixo. Não conhecia Manuel Forjaz, evito lixo televisivo e o empreendedorismo é ideologia a cujas missas não assisto.

Manuel Forjaz faleceu ontem, e todos somos solidários com quem apanha um cancro, muito mais quando é da nossa geração, como é o caso. Se a semana passada não tive tempo de vos apresentar a face oculta de um empreendedor para quem já há muito que tudo valia, a ética quando nasce não é para todos, sei que não o deveria fazer hoje. Mas a minha ética, por sua vez, também tem um limite: uma comunicação social hipócrita, vendida, repelente, que vomita elogios fúnebres a quem agora partiu omitindo há anos quem realmente foi, está para lá dele.

E também é para isso que os blogues existem, para relembrar os dois perdidos trabalhos jornalísticos  que nenhuma doença apaga:

artigo crime

Empresa de sucesso deixa centenas a “arder”

A Ideiateca era uma das empresas de consultoria de maior sucesso no mercado português. Com um volume de negócios de 1,5 milhões de euros em 2011, era o maior prestador de serviços de “cliente-mistério” no país. Em Setembro fechou as portas, sem avisar qualquer um dos milhares de colaboradores que tinha.

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Pagam-lhe mesmo para escrever destas coisas?

Não temos filhos porque começamos a trabalhar a meio da manhã“. Querem ver que ando a mandar dinheiro fora em posts que poderiam ser artigos no Expresso?

A Guerra dos Portos


“A Guerra dos Portos” é o resultado de uma recolha de entrevistas a vários estivadores europeus sobre o movimento internacional de solidariedade com o porto de Lisboa