Por estes dias, o embaixador do Vaticano nas Nações Unidas proferiu interessantes declarações em entrevista ao site católico norte-americano Crux. Sobre a situação dramática e monstruosa a que o Estado Islâmico está a submeter parte do Iraque e da Síria, Silvano Tomasi afirmou que a prioridade será sempre a procura de uma solução pacífica mas que, caso não seja possível – não tenhamos ilusões: não é – “o uso da força será necessário“.
Não sou grande adepto do uso da força mas quer-me parecer que, a menos que eu não consiga ver o cenário todo, não há outra forma para travar aqueles primatas que não implique chaciná-los todos. Se calhar até dá para chacinar só alguns e prender os outros mas não me parece que se resolva o que quer que seja sem uma acção militar musculada. Agora ver a santíssima Igreja Católica apelar ao uso da força é que é algo novo para mim. Ora bem, pelo menos considerando a minha curta existência, que não passaram muitos anos desde que o terrorista Cerejeira por cá andou.
O embaixador explica ainda que esta posição se prende com a necessidade de proteger os cristãos e outras minorias religiosas alvo do terror dos fanáticos do Daesh. Faz sentido. Pena o Vaticano não ter a mesma abertura para violar os seus sagrados mandamentos, por exemplo, no incentivo do uso do preservativo em países africanos onde a SIDA prolifera de forma assustadora, ceifando tantas ou mais vidas que os fanáticos religiosos no norte do Iraque. Matar terroristas sim senhor agora aprovar o uso do contraceptivo para permitir que esses hereges pequem a torto e a direito nem pensar…
Até que enfim o reconhecimento que dar a outra face nem sempre resulta.
Há-de explicar-me como é que ir em auxílio dos irmãos é ir contra os sagrados mandamentos da Igreja.
Quanto à SIDA em África, conhece o trabalho dos homens e mulheres da Igreja nesse continente para combater esse flagelo?
5º mandamento: Não matar. – quer mais claro que isto?
E sim, conheço. e mesmo assim ser contra o uso de contraceptivos é estúpido, idiota e demente.
Estamos de acordo em relação ao uso de contraceptivos, mas não serve para esconder todo o trabalho contra a SIDA. Transformar um apelo ao auxílio e à defesa do direito à vida de um povo em violação do mandamento: Não matar, é só uma questão retórica para malhar nas costas largas da Igreja.
São formas de denunciar hipocrisias. E a Igreja Católica, como qualquer religião que se preze, é uma instituição hipócrita, apesar de ter excelentes “quadros” que muito fazem por muita gente. Gostava de ver o Vaticano a apelar ao uso da força contra outros estados opressores que chacinam outras minorias étnicas. Bater no Daesh é fácil…
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/the-pope/8148944/The-Pope-drops-Catholic-ban-on-condoms-in-historic-shift.html
drops cheio de “sês”? Whatever…
João, uma coisa é a doutrina, outra bem diferente a missão religiosa, que em África está longe de ser um exclusivo da Igreja Católica, andam por cá outras em missão humanitária que fazem a diferença. (também andam por cá muitos vigaristas travestidos de culto religioso cujo único objectivo é sacar dinheiro, mas isso é outra conversa).
em momento algum coloquei em causa a missão religiosa António..
“Agora ver a santíssima Igreja Católica apelar ao uso da força é que é algo novo para mim.”
Hehehehe.
não sou do tempo do Cerejeira Nightwish 🙂