Sempre achei que, aquando da distribuição universal de inteligência, Diogo Feio não foi muito favorecido. Houve ali uma falha, um deslize, uma desigualdade, qualquer coisa que correu mal.
Agora afundou-se, emergindo a prova, qual submarino.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Sempre achei que, aquando da distribuição universal de inteligência, Diogo Feio não foi muito favorecido. Houve ali uma falha, um deslize, uma desigualdade, qualquer coisa que correu mal.
Agora afundou-se, emergindo a prova, qual submarino.
Enquanto procedia à análise forense de uns quantos cadáveres – de bivalves e crustáceos diversos – ocorreu-me a ideia de simplificar o trabalho dos nossos Juízes Criminais, que pudesse servir de minuta às várias instâncias, para usar no caso Marquês (do Sócrates) mas não só. Abaixo fica o resultado desse labor.
“Aos (data) reunido o colectivo (expressão válida mesmo que se trate de apenas um Juiz) e depois de considerar os fatos, sempre contingentes e imprevisíveis, mas muito caros, usados pelo indiciado, e ponderadas todas as circunstâncias que conformam o caso em apreço, o do tipo que nos retirou uma série de privilégios a que estávamos habituados, considerou e deliberou o seguinte:
– Este colectivo anda “há muitos anos a virar frangos” e não se deixa iludir com conversas da treta do tipo das alegações do indiciado. [Read more…]
Carlos César deixou que lhe subissem à cabeça as expectativas que se vão gerando em torno da sua figura. E, num inesperado brinde à direita, promete nada menos que ressarcir todos – todos! – os que investiram em papel do GES. Diz ele:“Penso que esse mesmo Estado que os estimulou, é o Estado que nesta fase deve garantir o ressarcimento de todos esses cidadãos e de todas essas empresas”.
Ora, que eu saiba, não foi o “Estado”, mas o BES, com o apoio publicitário de alguns governantes importantes, sim, mas irresponsáveis, quem o fez, ao serviço dos seus patronos. E César nem finge discriminar as vítimas incautas ou, pelo menos, analisar situações determinadas. Todos, e na íntegra. “Esse ressarcimento deve procurar ser um ressarcimento na íntegra das aplicações que eles fizeram. Mesmo que não o possa fazer numa única tranche ou numa única ocasião, o Estado deve assumir as suas responsabilidades neste domínio, porque não pode ser inocentado face à forma como estimulou a aplicação dessas poupanças”. Quer dizer, incluindo – ou sobretudo? – a malta da jogatana, os próprios culpados pela situação. Repare-se que não estamos a falar na garantia dos depósitos, mas das aplicações, sejam elas quais forem.
Não faltam queixas pela ausência de propostas por parte de António Costa. Nervoso, Carlos César chega-se à frente e, à falta de propostas, faz, sem análise de situação, sem fundamentos e limites objectivos, promessas redondas à moda antiga; a pagar pelos do costume. E, como de costume, lucros privados, prejuízos públicos. Carlos César cai assim bem no meio da teia que a direita tem para o seu partido: insistir com o eleitorado que, com o PS, regressará a despesa sem controlo. O promitente César tem, segundo muitas e excelentes pessoas, margem de manobra para voos mais altos, quiçá até Belém. Mas vai mostrando que não tem asas para tanto.
Quando fiz o meu teste de admissão no que viria a ser a RUC, e então se chamava Centro Experimental de Rádio, já por ali andava a colaborar com textos há mais de um ano. Achei que não valia a pena demonstrar que sabia ler e escrever, e decidi concentrar-mo no que me pareceu ser uma boa ideia para um curto programa (tínhamos uns 15 minutos para gravar).
Agarrei n’ O Humor em Quotidiano Negro, e com o ar mais sério do mundo adaptei alguns textos ao formato noticiário alargado com alguma música. Para quem não está a ver, as notícias eram como esta:
A população de Bogotá está a aumentar, e o número de mortos cresce em proporção. Já não há espaço nos cemitérios para enterrar mais gente.
Um engenheiro teve uma ideia: enterrar os mortos de pé. E justificou “Cabem muito mais cadáveres e é mais higiénico.”
A Câmara Municipal de Bogotá está entusiasmada, pondo reservas apenas a que o processo seja mais higiénico. Disse um funcionário: “É um arroubo lírico do engenheiro.”
A coisa correu bem, o problema foi depois de publicada a votação do júri, quando expliquei a um dos seus membros que me elogiava a criatividade da escrita:
– Não são meus, pá. São do Herberto Helder.
– Quem é esse gajo?
Não cheguei a ser desclassificado, mas hoje já ouvi a versão “Ah, morreu o pai do Daniel Oliveira” e poderia acrescentar que no meio docente reina alguma preocupação entre os profes de Português, menos dados à poesia sem riminhas, que não sendo todos são bastantes, agora que o homem morreu ainda os obrigam a dar mais uns textos que nunca perceberam, a falta que faz um decassílabo.
De facto, é preciso enfrentar o fato:
Processar prestações de invalidez, velhice e morte e outras
que com elas se relacionem ou sejam determinadas pelo mesmo fato e se insiram na área de atuação do respetivo núcleo.
Efectivamente, “em Portugal, as novas regras estão a ser aplicadas sem atropelos” e “sem problemas de maior”:
Certificar os fatos e atos que constem dos arquivos municipais, sem prejuízo da competência nesta matéria confiada a outros serviços.
Post scriptum: Foi há cem anos: [Read more…]
92%? Efectivamente: 92%.
O poeta não se chora, ou mesmo lamenta, mija-se-lhe os verbos, bebamos:
Era uma vez um lugar com um pequeno inferno e um pequeno paraíso, e as pessoas andavam de um lado para outro, e encontravam-nos, a eles, ao inferno e ao paraíso, e tomavam-nos como seus, e eles eram seus de verdade. As pessoas eram pequenas, mas faziam muito ruído. E diziam: é o meu inferno, é o meu paraíso. E não devemos malquerer às mitologias assim, porque são das pessoas, e nesse assunto de pessoas, amá-las é que é bom. E então a gente ama as mitologias delas. À parte isso o lugar era execrável. As pessoas chiavam como ratos, e pegavam nas coisas e largavam-nas, e pegavam umas nas outras e largavam-se. Diziam: boa tarde, boa noite. E agarravam-se, e iam para a cama umas com as outras, e acordavam. Às vezes acordavam no meio da noite e agarravam-se freneticamente. Tenho medo – diziam. E depois amavam-se depressa, e lavavam-se, e diziam: boa noite, boa noite. [Read more…]
Ao contrário daquilo que se lê por aí. Helder, sem acento. Exactamente.
DepoisDoSol… dois mundos… após as 19h quase tudo o que é vida em Dili deixa de funcionar ou melhor o ambiente é claramente outro. O trânsito apressa-se e não tarda, desaparece o frenesim diurno. Não é que não haja vida para lá dessa hora, mas tudo muda de figura. Não é apenas a luz que muda, é o comportamento das pessoas. Todas sem excepção ou com as quais me cruzo e que desenvolvem o assunto, o dizem: “não vale a pena andar por aí.” Parece um jogo de sombras… mas faz-me imensa falta a luz da noite. Poder andar nela, senti-la, solto de receios e imposições. Por pouco que seja é ela que dá descanso ao imenso ruído visual, intenso, do dia. Ok, o fruto proibido, aqui. Pelo que vejo, a maioria respeita-o. Tentarei não lhe dar espaço por muito que me apeteça sair da norma. [Read more…]
Na sequência do julgamento de Rafael Marques em Luanda, a editora Tinta da China está a disponibilizar gratuitamente no seu sítio internet o livro “Diamantes de Sangue“.
Nos últimos dias foram publicadas duas notícias que são todo um programa para o que nos espera nos próximos tempos. A primeira foi no Observador, uma entrevista ao Presidente do Grupo Jerónimo Martins onde ele explica que estamos a caminhar para uma crise grave, muito grave. Profunda, nas suas palavras. “Relativamente ao Plano de Recuperação […]
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
e não é. Mas parece que é o protesto possível: a Petição pelo afastamento do Juiz Ivo Rosa de Toda a Magistratura.
E como protesto colectivo, neste momento, para que seja ouvido, vale quase tudo.
Confirma-se, eram apenas escutas.
Pode ler aqui as mais de 6000 páginas que fundamentam a decisão do Juiz Ivo Rosa:
Mais de seis mil páginas e papel desperdiçado.
Não teria sido mais fácil usar só uma e escrever:
“O Ministério Público é incompetente, os poderosos são sempre ilibados e o juiz Ivo Rosa é um choninhas”.
Entreguem a conta à Amazónia.
Quando finalizar o número “Victor Hugo Cardinali” da Operação Marquês, esperemos que se abra a “Operação Múmia”.
É que nisto das amizades, os amigos de Ricardo Salgado levam vantagem. Até Cavaco Silva.
Isto é como diz a velha História: São 11 contra 11 e no final o Sócrates sai ilibado.
Há uns dias, ouvíamos um juíz a desafiar um gajo para a porrada. Agora, ouvimos um juíz a dar porrada a um povo inteiro.
A culpa ainda vai ser do Passos.
Faleceu o Duque de Edimburgo, o marido de Isabel II. Com 99 anos.
«Doidas, doidas, doidas
Andam as galinhas
Para pôr o ovo lá no buraquinho
Raspam, raspam, raspam
Para alisar a terra
Bicam, bicam, bicam
Para fazer o ninho»
Suzana Garcia não exclui acordo com o Chega (a primeira entrevista da candidata do PSD à Amadora)
A prisão onde estão os maus banqueiros islandeses. Por cá, o problema está nos apoios sociais.
O Tratado da Carta da Energia coloca algemas às medidas de acção climática:
Ontem, Cristiano Ronaldo falhou um golo só com o guarda-redes pela frente. Eu, se fosse o árbitro, saía do campo e atirava com o apito.
Lançamento da braçadeira.
As redes de políticos, jornalistas e comentadores apoucam amiúde as redes sociais em todos os espaços mediáticos que lhes pagam ou fazem vénia.
O Aventar está há 12 anos a ouvi-los e a ver os resultados das suas notáveis acções.
Força vozes livres!
Se forem carnívoros, comem criancinhas. Se forem veganos, comem bonsais.
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