Eu gostava de ter nascido ali, onde a Linha do Sabor termina precocemente, ali perto de Miranda do Douro, quadrante nordeste de Portugal e pátria do mirandês, segunda língua oficial de Portugal por cuja consagração Amadeu Ferreira inteligentemente pugnou. Gostava de o ter conhecido, assim não calhou.
Espero que agora (e nunca é tarde), e de forma também inteligente, a autarquia de Miranda do Douro bana, finalmente, as ementas dos muitos restaurantes da ínclita cidade escritos em castelhano. Que os afixem em mirandês, que isso é raro e isso eu não tenho em mais lado nenhum de Portugal. Valha-nos a boa música.
Morreu Amadeu Ferreira
Um xico esperto
Mentiu (e mente) deliberadamente, contribuiu para os esquemas de fraude com os fundos comunitários, fugiu aos impostos (mas tem as costas quentes pelo ministro da tutela, dizendo-o “vítima de erros da própria administração”), piorou o estado do país e meteu-se num confronto com outro estado, através de uma colagem àqueles que nos exigem cada vez mais impostos e mais cortes.
Ainda assim, aparentemente, uma percentagem elevada de eleitores votaria novamente nesta pessoa.
Gostam mesmo, só não se sabe se usam ou não vaselina.
“Vítima de erros da própria administração”
“Salário penhorado por dever cinco cêntimos ao Fisco.” Todas as vítimas são iguais, mas umas são mais iguais do que outras.
“PSD diz que Tsipras mente”
Não sei se Tsipras mente. Mas sei que o PSD mentiu – disso não existem dúvidas.
Postcards from London #4
Ride with Pride, despite this is a highway to nowhere
quando chego à universidade de westminster, depois de ter dado de caras com a estátua do sherlock holmes mal saio do metro, há pessoas de cabelos coloridos a fumar dentro do ‘perímetro’. e balões em vários tons de rosa e uma passadeira arco-íris. apesar de ir fazer a minha apresentação hoje duvido que tanta animação seja por minha causa e estou, evidentemente, certa. trata-se de uma festa organizada pelos estudantes lgbt – #ridewithpride.
o átrio da universidade está transformado numa feira, com pessoas coloridas, com palcos onde se canta e toca. quase me dá vontade de esquecer a apresentação e ficar por ali a apreciar a agitação e a observar as pessoas. mas depressa realizo que a música é horrível e, por isso, decido ir para a sala 303.
a apresentação corre bem. os meus colegas gostam principalmente dos traillers dos filmes, que apresento, especialmente de ‘dot.com’ e de ‘ainda há pastores?’. No final e ao almoço e cá fora no ‘perímetro’ (se hoje a regra é infringir as regras, eu aproveito) enquanto se fuma um cigarro no meio dos balões cor-de-rosa, muitos hão-de vir falar comigo e dizerem ‘que coisa interessante! nunca tinha pensado em analisar o rural no cinema’ ou ‘os filmes que analisaram têm legendas em inglês?’ ou diante da minha resposta de que pelo menos os trailers tiveram de ser legendados pelo Diogo em inglês, ‘oh! sim, é esse o problema dos filmes portugueses, sabe? é tão difícil encontrar obras legendadas?’. Sei. Acontece o mesmo com muitas outras coisas. esta espécie de demissão de sermos vistos e compreendidos. mas, no entanto… [Read more…]
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