Novo Banco de Esperma

novo-bancoUma mão lava a outra. É limpinho.

Poderosa e sem controlo: a troika

Puissante et incontrôlée : la troïka; Documentário de  Harald Schumann, disponível em francês e alemão; ARTE / RBB; Fevereiro 2015

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“Excusatio non petita, culpabilita manifesta”?

Caro Julen Lopetegui, não é “excusatio non petita, culpabilita manifesta“. Poderia ser ‘culpabilitas’, sim, com ‘s’, mas não é. “Excusatio non petita accusatio manifesta”. Assim, sim. Claro, vem nos livros.

Caloteiro


Passos Coelho já tinha reestruturado a sua dívida à Segurança Social, quando lhe apareceu o chato do Cerejo. Um haircut, portanto.

Este PSD já não me representa

Carlos Reis

Tenho uma visão personalista da política e da vida que, admito, ter bebido na minha formação cristã. Se por um lado o meu crescimento psicológico e emancipação individual me tornaram um liberal em matéria de costumes e de exercício das liberdades individuais, por outro lado eu nunca deixei de me definir como um católico – não como um ritualista fariseu, mas sim como um personalista, isto é, aquele que tudo subsume, a sua vida, e as suas convicções ao princípio de que acima de tudo está a dignidade da pessoa humana. A eminência da pessoa humana é para mim um dado absoluto em si mesmo. Para mim, a pessoa humana não pode ser encarada como um facto contingente, submetido às políticas, às filosofias ou às regras de conduta. Pelo contrário, estas é que têm de se submeter aquela.
Só depois de ser personalista é que eu sou um liberal. E sendo um liberal eu não sou um libertário. Porque a liberdade para mim está intrinsecamente ligada a um dever ético de responsabilidade. Um libertário acredita que a sua liberdade se basta a si mesma. Um liberal, por outro lado acredita que a liberdade só se justifica enquanto não prejudica a vida dos outros e só se realiza quando os outros também são livres. Um libertário é egoísta. Um liberal é generoso. [Read more…]

Na Alemanha

há 12 milhões e meio de pessoas no «limiar da pobreza(*)» (eufemismo onde cabe muita sobrevivência), de que os media não falam, que não votam, e que nenhuma força política representa. Só para avisar.
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(*) viver com menos de 60% do rendimento médio

Postcards from London #3

Perímetros de segurança… ou os fumadores que nos matam a todos, tão prematuramente, ou ainda a arte, tão delicada afinal, de ser português

londres – e não é o único lugar do reino unido ou do mundo em que senti já isto – é uma cidade que mistura a agressividade com a delicadeza. sim, é aparentemente possível ser delicado e agressivo, ao mesmo tempo. tudo é possível, já o sabemos, e as cidades e as pessoas são sempre tantas e imensas coisas que se torna difícil estabelecer perímetros em redor dos comportamentos, dentro dos quais caibam noções claras e arrumadas. as pessoas tratam-te por ‘love’ e por ‘darling’ como em mais nenhum lugar, com um tom animado e querido, como se fosses um velho amigo e, no momento seguinte, se alguma coisa não lhes soa bem no que dizes ou no que fazes olham-te com uma agressividade, ainda por cima fria, que te faz querer fugir dali. Olhas em volta, em toda a parte e as ordens gritam-te num silêncio agressivo, do asfalto – ‘look left’, ‘look right’, no metro ‘mind the gap’ , ‘keep your ticket’, ‘this side to go up’, ‘keep on the right’… – e outras vezes gritam-te mesmo, num tom de voz muito ‘cheerful’ no entanto, pelos altifalantes das carruagens, das estações, dos autocarros.
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Fernando Alvim, 1934-2015

O viola que foi de Carlos Paredes, um ribatejano e um beirão, deixou-nos.

Ofereceram-nos tudo o que de umas cordas para cima cheira e sabe a belo.

No dia em que os capitalenses se calarem com a peta do fado ser só deles, mantendo a lenda salazareira e de sua besta férrea, teremos entre outras coisas ensinado à UNESCO que leva banhadas. O Fado  é nosso, do Tejo para cima, ponto final, parágrafo.

Fiquem com a homenagem no sítio óbvio, Coimbra, Santa Cruz.

Leonard Nimoy

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“Live long and prosper”, disse ele, ao partir. Até Sheldon vai deixar correr uma lágrima.

E essa esperteza do Maçães…

… acha que dizer “não somos a Grécia” é o quê?

É facultativo

Efectivamente. Eis o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

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Tornado: fundamentos filosóficos

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A luta continua, gramática para a rua

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Depois de uma, vem outra. Dizem que o Duarte Marques está de serviço à propaganda do PSD no facebook.

Outra possível explicação: se o BE dá erros (menores) na língua alemã, os alemães do PSD dão erros maiores em português.

Indulgências

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Lá estão os auto-proclamados gourmets (como eu detesto esta palavra!) a aconselhar o vinho do Porto para acompanhar sobremesas. Nunca percebi isto. Doce sobre doce. Ainda por cima com doce de ovos, o que é uma péssima ideia. A minha modesta sugestão é que o provem – um vintage decente, que não precisa de ser caro nem velho – com um bom queijo Terrincho, um Serra bem curado ou, como eu pequei há pouco, com um Parmesão de cura velha. Que diabo, temos o direito a mimar-nos de vez em quando. Se pudermos, claro…

Postcards from London #2

‘what is that landscape? / it is the landscape in my head’

tenho a sensação que nada fiz senão andar, hoje. andar na paisagem. andar à chuva. subir e descer escadas. andar. na paisagem que tenho na cabeça. andar por dentro das paisagens que outros têm ou tiveram na cabeça.

revisito de manhã a tate britain. o kiefer já não mora ali. mudaram-no para a modern mas também ali não está em exibição. fico um pouco desapontada com este desarranjo na paisagem que tenho dentro da cabeça. mas visito o mar de turner, tempestuoso, esbatido, violentamente poético. o céu de turner. igual ao mar. visito o resto, também, está bem de ver. blake. moore. e os demais cujas paisagens se exibem nos meus passos. saio da tate britain já é hora de almoço. ando um pouco ao longo de millbank. apanho um autocarro embaciado até parliament square e de novo se repetem paisagens, gestos. apanho o metro para southwark. quando saio chove copiosamente. tanto que resolvo almoçar num pub mesmo ali em frente. não chove dentro do pub e por momentos até penso sol dentro da minha cabeça. [Read more…]

Discurso de António Costa aos chineses: Chop Suey ideológico

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Mal cozinhado, como era previsível. Mas os comensais achalam muito saboloso e tenlinho. E disseram: que bom que está pato!

O dia em que Zeinal Brava foi reduzido à sua insignificância

Confesso que, ao fim de tantos anos de prémios e assim, me dá um certo gozo, tipo: tás a ver, és um merdas, Zeinal Brava, reduzido a cobarde, culpado e tolinho quando agora é perguntado.

Ganda malha, Mariana Mortágua, agora só lhe falta a cadeia.

Tratam-se bem

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Eu também sou a favor da legalização das drogas, mas não exactamente defensor do seu consumo intensivo, em particular quando um partido faz a sua propaganda.

Imagem da página do Facebook do PSD, via Ricardo M. Santos

Quem é que premeia esta gente?

Zeinal Bava desconhecia o “investimento” 897 milhões de euros na Rioforte. Sai um prémio de super gestor para a mesa 3!

Preso Político?

Rui Cruz

Rui Cruz, criador do Tugaleaks, foi ontem detido pela Polícia Judiciária por suspeita de participação em actos de pirataria e outros crimes informáticos. Incomodar o regime tem os seus custos.

70 000 euros

Quem paga para ouvir Durão Barroso merece o inferno, e vai tê-lo, terá de o ouvir.

Soberania por moeda

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Desmond Tutu, o famoso clérigo sul-africano, costumava citar em jeito de anedota uma frase que lhe houvera sido equivocadamente atribuída:

“Quando os missionários chegaram a África, eles tinham a Bíblia e nós tínhamos a terra. Então disseram-nos: “rezemos”. Fechámos os olhos, e quando os voltámos a abrir eles tinham a terra e nós a Bíblia”.

De algum modo este chiste contém alguma verdade, e presta-se mesmo a ser usado no contexto português de hoje. Se considerarmos que o Euro hoje em dia não é mais do que uma diferente designação facial do Marco alemão, e que há quinze anos a Alemanha era considerada o “homem doente” da Europa e Portugal o “bom aluno” da União, poderíamos parafrasear o bispo, dizendo:

Quando os alemães nos propuseram o Euro, nós tínhamos a soberania e eles a moeda; agora, eles têm a soberania e nós nem sequer temos a moeda.

Então mas não estava tudo bem?

“Portugal em vigilância apertada pela comissão europeia devido aos desequilíbrios excessivos”. E o país que está melhor, apesar das pessoas não o notarem. E a almofada financeira. E isto está a resultar e o camandro.

Imprensa partidária cresce na rede

Depois do Observador, também o Acção Socialista passa a diário online.

Cúmulo da estupidez revisitado

O Podemos começou em 2014. Mas já era financiado pelo Venezuela antes disso. E uma direita menos idiota, não se arranja?

Postcards from London #1

esta claridade obscura que escorre das estrelas*

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hei-de sempre lamentar que a humanidade não tenha ainda descoberto o teletransporte, como nas séries que via em miúda, por exemplo, ‘espaço 1999’, em que as pessoas demoravam segundos a mudar de planeta. era um tempo, aquele em que eu era miúda, em que ninguém que (me) importava tinha morrido. nem sequer eu vez nenhuma ainda, e em que 1999 parecia um futuro tão longínquo, que ía demorar séculos – e não décadas – a chegar. na escola eu fazia frequentemente de doutora helen devido ao meu corte de cabelo. havia outra miúda que fazia de maya habitualmente e eu, apesar de admirar a doutora helen e de com ela partilhar o corte de cabelo, por vezes chateava-me porque, claro, quem tinha os olhos verdes era eu e não a outra miúda.
isto nada tem a ver com londres, ou terá tudo. por um lado, ainda ninguém inventou o teletransporte e tendo saído de casa às três da tarde, entrei no número 83 de gower street apenas às onze da noite. por outro lado, quando eu era miúda e via o ‘espaço 1999’ era, genericamente, feliz. tal como sempre fui em londres desde há muitos anos. a primeira vez era tão nova, ía a caminho da irlanda, com o meu cabelo muito curto, já nada parecida com a doutora helen, os meus óculos redondos e a minha solidão menos desejada que hoje, é verdade, mas ainda assim, agradável. das outras vezes tive sempre companhia. a mesma, algumas vezes. outra, diferente de muitas maneiras, da última vez, já lá vão quase seis anos. fui sempre feliz em londres. e não é verdade que não podemos voltar, ou não devemos, aos lugares onde já fomos felizes. devemos. e é bom que possamos. voltar a todos os lugares, de certo modo familiares. não digo caseiros, mas aqueles lugares onde nos movemos razoavelmente bem, como em casa de um amigo que só às vezes visitamos. [Read more…]

A Troika deveria ser investigada

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Depois da transmissão pública da reportagem “Puissante et incontrôlée: la troïka” pelo canal ARTE (ainda disponível no site da televisão franco-alemã) espero bem que a Procuradoria Geral da República se digne a investigar todos os elementos da Troika que estiveram em Portugal, em particular os responsáveis pela iniciativa da venda do BPN ao BIC. O que se passou foi um crime e esta reportagem dá-lhe o enquadramento que faltava para percebermos que foi de facto um crime.

Realizada pelo alemão Harald Schumann esta excelente reportagem  debruça-se sobre o falhanço e as consequências sociais das políticas de austeridade implementadas pela Troïka. A reportagem demonstra também que é falso que se trata apenas de semântica quando Tsipras recusa negociar com a Troika, mais do que isso demonstra que o governo de Tsipras está bem consciente dos estragos e das negociatas ilegítimas da exclusiva responsabilidade dos burocratas da Troika. A autonomia sem escrutínio, a falta de legitimidade democrática, as decisões criminosas impostas ao sistema de saúde grego, bem como as suspeitíssimas ordens de venda urgente de bancos falidos em Portugal (BPN ao BIC), na Grécia e em Chipre provam que a Troika não passa de uma negociata, que só não é uma negociata como qualquer outra porque é responsável por mortes no sistema de saúde grego e muito provavelmente por crimes de corrupção e tráfico de influências. Entre os entrevistados nesta reportagem, estão Krugman, Varoufakis, Louçã, Elisa Ferreira e João Semedo. A não perder.

Bater o pé ou abanar a cauda?

Santana Castilho

1 Foi de subserviência que se tratou quando a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foi a Berlim a um beija-mão despropositado e se prestou a ser exibida como troféu de colonização moderna pelo sinistro mandarim Wolfgang Schäuble. Foi de obediência servil o triste papel que o primeiro-ministro português representou na Europa, enquanto Yanis Varoufakis lutava por uma dignidade que ele, Passos Coelho, não tem e muito menos entende. O que vai resultar da estratégia do governo grego bater o pé à Alemanha e à mesquinha empresa de negócios em que a Europa se transformou está por apurar. Mas o que resultou dos três anos que o governo português passou a abanar a cauda à senhora Merkel e aos seus capachos já está apurado e traduzido em números. Bastam algumas linhas e outras tantas colunas do Orçamento de Estado para 2015 para verificar que os 92.424 milhões de euros inscritos sob a epígrafe “operações da dívida pública” são mais que o triplo dos 29.000 milhões resultantes da soma do se prevê gastar com educação, saúde, segurança social e outras prestações sociais. Basta recordar os 300 mil emigrados forçados, o milhão e 200 mil desempregados, o milhão e 700 mil sem médico de família, os 23.089 professores, 2.107 enfermeiros, 10.842 administrativos e 21.834 auxiliares despedidos para perceber que quem com isto se sente orgulhoso jamais entenderá quem contra isto bate o pé. [Read more…]

Suicídio pedagógico

A proposta patrocinada por alguns Institutos Politécnicos de admitir estudantes sem qualquer exame de acesso corresponde a um suicídio institucional e um recuo que. em alguns casos, não terá remédio nem remissão. Foi para isto que tanta gente tentou dar outra dimensão ao ensino politécnico, emancipando-o de perspectivas anacrónicas, malgrado todos os atropelos e atalhos duvidosos que este processo envolveu? Todos sabemos que existem profundas assimetrias de qualidade entre os diversos politécnicos e mesmo no interior de cada um entre os diversos cursos. Por outro lado, a falta de estabilidade e clarificação institucional faz com que cursos politécnicos possam ser excelentes durante algum tempo e colapsar por motivos acidentais como um despacho ministerial sobre requisições de docentes, um capricho de gestão, uma decisão como a que agora se procura aprovar e que desvalorizará irremediavelmente os Politécnicos que a ela aderirem e porá em causa o próprio sistema. O Ensino Politécnico não tem de ser o parente pobre do sistema; mas o estatuto de igualdade conquista-se com exigência, rigor e qualidade técnica e científica. Não com medidas oportunistas para encher salas abandonadas pelos alunos.

Banksy volta a Gaza


E também com um vídeo: [Read more…]