“Premiei um escroque da pior espécie” – diz João Duque, referindo-se ao mesmíssimo Ricardo Salgado que, há não muito tempo, quase canonizou no discurso de elogio que lhe fez aquando do doutoramento “honoris causa” promovido pelo ISEG. Brioso, o ex-admirador e deputado Carlos Abreu Amorim, com aquela coragem dos cachorros pequenos entre as pernas do (novo) dono, citou esta frase, atirando-a à cara do visado em plena Comissão Parlamentar. Ricardo Salgado é, já poucos duvidam, o lobo mau desta história. E os lobos maus metem medo (designadamente aos coelhos), mesmo quando acossados. Mas depois há estas lombrigas, ténias, carraças, pulgas e outros parasitas do sistema, servidores de quem manda na hora e sempre prontos a mudar de hospedeiro. Estes, metem nojo
Multiplicatio praecocx
“Vocês são jovens; multipliquem-se!”, proclamou a ministra Maria Luís perante uma entusiasmadíssima (excitadíssima?…) plateia de jovens da JSD. A coisa é séria.
Logo ali, imagino eu, se trocaram olhares interrogativos:” isso é p’ra já?…”, ter-se-à perguntado a multidão, pronta a corresponder, com militante entusiasmo, ao apelo da líder. Não por vulgar lascívia, mas com a fervorosa e patriótica vontade de resolver o mais depressa possível o problema nacional que a ministra tão lucidamente diagnosticara.
Mas não, não era para já. E embora o conceito de “J” seja muito extenso, em matéria etária, nas lides políticas, convém manter, pelo menos, as aparências. Está escrito: “crescei e multiplicai-vos!”. O verbo crescer tem aqui um moralíssimo relevo. Portanto, enquanto os jovens guardam pudico e casto recato, Maria Luís vai-se insinuando nos produtivos terrenos da eutanásia selectiva que tanto entusiasma a sua mestra Christine Lagarde e aquece o coração de alguns jovens sociopatas laranjas. Por isso, enquanto os jovens não se multiplicam, subtraem-se os velhos, a “peste grisalha”, como lhes chama um desses jovens já com direito a voz na Assembleia da República. Ocorre-me à mente um truculento soneto de Bocage que bem ficaria nesta situação. Mas contenho-me; alguém tem de manter a compostura nestes eventos.
O eclipse no quartel
Uma anedota já antiga esclarece-nos sobre a boa comunicação ao longo da hierarquia militar. Perante a eminência de um eclipse solar, o oficial de dia decide instruir os seus praças e comunica as suas intenções ao seu subalterno.
—Tenente, amanhã haverá um eclipse do Sol. Quero que a companhia esteja formada com farda de trabalho na parada, onde darei explicações acerca deste raro fenómeno que não acontece todos os dias. Se por acaso chover, nada se poderá ver e nesse caso a companhia ficará dentro da caserna.
O tenente dirige-se ao sargento: [Read more…]
Da felicidade em Portugal
André Serpa Soares
Há dias para tudo e mais alguma coisa, e parece que hoje é o Dia Internacional da Felicidade. Por uma cruel ou feliz (lá está) coincidência, é também dia de eclipse, o que permite jogos fáceis como “a felicidade está a eclipsar-se”, ou qualquer outro que uma melhor imaginação e verve consigam criar.
E como andamos nós, portugueses, de felicidade? Sendo o conceito de “felicidade” algo de muito subjectivo, ainda assim parece seguro arriscar dizer que a felicidade anda a eclipsar-se aqui pelo “rectângulo”.
O Eurostat divulgou ontem um estudo que conclui que os portugueses são dos europeus menos satisfeitos com a vida que têm. Mas, para tentar objectivar um pouco a questão, o melhor é ir directamente à pergunta realizada no inquérito do Eurostat e aos resultados alcançados
«Globalmente, em que medida se sente satisfeito com a vida que leva nos dias que correm?», perguntou a instituição europeia. [Read more…]
Terra plana & astrologia
Hoje, a abertura solene do 1° Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia terá as honras, mas bem mais grave, uma certa forma de legitimação de se realizar nas instalações da Sociedade de Geografia em Lisboa.
No meu entender a Sociedade da Terra Plana está para a geografia, como um simpósio de astrologia está para a astronomia. Como congénere da Sociedade Portuguesa de Astronomia apetece-me aconselhar a actual direcção da Sociedade de Geografia a dirigir-se até ao extremo do nosso planisfério (seguindo o mapa da referida sociedade) e saltarem para o vazio. Boa aterragem em Sirius…
PS- Percebo que possa haver uma transacção financeira muito favorável à Sociedade de Geografia, tão apetecível em tempos de crise, mas apesar de tudo são uma sociedade científica e há limites para uma sociedade científica, não são uma associação de bairro ou uma filarmónica.
O Obediente
O Insurgente já não existe. Acabou no dia 5 de Junho de 2011, tendo no seu lugar ficado um outro blog, O Obediente.
Noutros tempos já haveria uma resma de posts sobre as novas PPP e sobre a lista VIP, da qual os colegas até dizem que foi feita pelo Estado (com letra maiúscula e tudo) mas na verdade foram pessoas concretas, deste governo e camaradas de cor, que a fizeram. Não faltaria também o argumentário sobre o estado não gerar emprego (ups!) e por aí fora, segurança social vade retro, pois privadas IPSS é que é bom (e até têm uns empregos porreiros – ups! outra vez).
Neste O Obediente, a insurgência hibernou. Um dia destes lanço uma petição para ajudar os respectivos autores no prosseguimento do único passo em falta: renomearem-no. Precisam de se despachar, só têm mais seis meses.
PS: Parece que há uns vídeos novos do Varoufakis. Aproveitem, que ainda dá para mais uns posts, entremeados com esse terrível socialismo, nacional e estrangeiro.
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