O Egito e o Egipto?

Sim, o Egito e o Egipto. Efectivamente: o Egito e o Egipto. Exactamente.

Portugal miserável

Acabado de sair, o índice Bloomberg coloca-nos no 10º lugar da lista das economias mais miseráveis do mundo. Os resultados têm em conta a taxa de desemprego e o valor da inflação.

Pergunta para bingo

Como se chama a um primeiro-ministro que fugiu ao fisco? Primeiro-incumpridor.

Esta porra triste

Aos que emigraram e nos pedem notícias, acabamos a dizer: “Eu não vivo em Portugal, eu sobrevivo-lhe.” Levamos a nossa rajada diária de tiros sob a forma de notícias do caos – na saúde, na justiça, na educação, na máquina estatal. Cada jornal que lemos, cada bloco de notícias a que ainda temos estômago para assistir arrancam-nos o mesmo rosnado e impotente “Filhos da puta”. Fomos rebaixados de cidadão a contribuinte enquanto o diabo esfregava um olho. A grande máquina olha-nos com desconfiança, rotula-nos de prevaricadores, trata-nos com soberba e desprezo, cospe ordens de penhora, multas gordas de juros, exige-nos mais. O discurso oficial, a narrativa, ensina-nos a desconfiar de quem pede e a não duvidar da palavra de quem rouba. Ser forte com os fracos e fraco com os fortes é o credo que vigora. [Read more…]

Portam-se bem

recebem um biscoito e duas festinhas na cabeça.

Defesa acima das nossas possibilidades?

Depois do aumento de 2216 milhões de euros previsto no OE15 para o sector da defesa, o ministério de Aguiar-Branco prepara-se para receber mais uma prenda no valor de 80 milhões de euros. Haja fartura no reino da austeridade!

Sempre em contato

dahon hitchens

© Christian Witkin/VF (http://vnty.fr/1EdNq4s)

I try to deny myself any illusions or delusions, and I think that this perhaps entitles me to try and deny the same to others, at least as long as they refuse to keep their fantasies to themselves.

Christopher Hitchens

[W]hen the truth becomes inconvenient, the person takes a flight from facts.

Troy Campbell e Justin Friesen

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Efectivamente, com o Acordo Ortográfico de 1990, há quem fuja de factos e aproveite o embalo para evitar contactos e secções — e há quem julgue (e divulgue) que “as novas regras estão a ser aplicadas sem atropelos” e “sem problemas de maior“. Houve mesmo, in illo tempore, referências a matérias muito relevantes para a ortografia portuguesa europeia, como cortes de cabelo e barba.

No entanto, em suma, aquilo que actualmente temos é isto:

O candidato da coligação Mudança, Victor Freitas, esteve em contato com a população de Santa Cruz e do Caniço.

O candidato da coligação Mudança esteve hoje na freguesia de Santo António para contatar a população local.

O candidato da coligação Mudança esteve hoje no bairro da Ajuda para contatar a população local.

A coligação Mudança esteve hoje em Gaula contatando a população.

No âmbito das “Presidências Abertas” no concelho de Machico, o PS-M visitou hoje a freguesia do Porto da Cruz para contatar com a população.

contato

A miúfa de Rajoy e Passos

Sejamos honestos, não é o perdão ou a reestruturação da dívida grega que incomodam Rajoy e Passos. A miúfa de Rajoy e Passos é que o Syriza representa uma esquerda que irá desmantelar todas as grandes negociatas agarradas ao poder da responsabilidade do PASOK e da Nova Democracia.

Passos sabe melhor que ninguém que, tal como na Grécia, as grandes negociatas em Portugal têm cores políticas bem vincadas e associadas ao arco da governação.  Ao BPN chamavam-lhe o banco do PSD. Foi no BPN que Cavaco Silva obteve lucros de 140% pela compra e venda de acções em apenas dois anos, o mesmo Cavaco que em 1987 utilizou a expressão “gato por lebre” para criticar os lucros estratosféricos (mas inferiores a 140%) da bolsa de Lisboa. O triângulo entre a CCDR da Região Centro, a Tecnoforma e os colégios privados da GPS em que esteve envolvida a quadrilha composta por Passos, Relvas, Paulo Pereira Coelho e António Calvete colocaram de mão dada quadros do PSD e do PS em negociatas que prejudicaram fortemente o erário público, actualmente a ser investigadas pela UE. O BES foi outro dos bancos do PSD por onde passaram muitas negociatas entre as quais a dos submarinos que envolve dois distintos militantes do CDS: Paulo Portas e Jacinto Leite Capelo Rego. Já “de róseos dedos” são as negociatas realizadas à custa da Parque Escolar e os esquemas de Sócrates com o Grupo Lena.

Também em Espanha, o que não falta é matéria de investigação criminal envolvendo Rajoy no caso do financiamento do PP e sobre suspeitas de criminalidade financeira envolvendo a Opus Dei, altamente comprometida com a direita espanhola.  Aliás, a Opus Dei e toda a constelação de interesses instalada nos partidos do arco do poder em Espanha e Portugal irão continuar a boicotar o trabalho de Tsipras, tudo farão para impedir o Podemos de governar em Espanha e que o “mal” alastre a Portugal, arruinando os negócios destes distintos cavalheiros na Península Ibérica.

Perante este cancro, Tsipras terá sempre um forte e amplo apoio em Portugal e em Espanha entre as classes mais desfavorecidas. A miúfa está do lado de Rajoy e Passos Coelho.

Oh Marcelo, francamente

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Com o esgaseamento habitual, o prof. Marcelo perguntava aos deuses, via televisão:”Como é que se paga voluntariamente uma dívida prescrita? A dívida prescreveu, prescreveu. Não há dívida. Como é que alguém recebe uma dívida prescrita?”. . Referia-se, naturalmente, ao pagamento de uma dívida prescrita que o 1º ministro se aprestava a fazer (élection oblige…) à Segurança Social. O comentarista é um venerado prof. de Direito, por isso era razoável pensar que soubesse… Direito. Afinal, que diabo, ele quer ser Presidente da República e convém estar a par destas vulgaridades. Sempre pronto a ajudar quem precisa, aqui transcrevo parte de uma nota divulgada à Imprensa pelo ISS:
-“… «quando existem no Sistema de Informação da Segurança Social dívidas contributivas que estão prescritas» o contribuinte tem duas opções que pode tomar.
Uma das opções passa pelo contribuinte poder «invocar formalmente a prescrição junto dos serviços da Segurança Social e, nesse caso, as mesmas são retiradas do sistema e deixam de existir para todos os efeitos legais».
A outra opção é o contribuinte «requerer o pagamento das contribuições prescritas para que as mesmas possam ser consideradas na totalidade da sua carreira contributiva, para efeitos de contagem nos seus direitos futuros, nomeadamente na atribuição de uma pensão», explica a Segurança Social.”
Marcelo, Marcelo, que descuido é este em que vives?

Serviço

Ora aqui está o blog do governo – ai que Blasfémia!, a explicar porque é que o tadinho do  Passos foi uma vítima do sistema.

Um belo serviço, perdão, artigo, com uma cronologia que, de tão completa, resultará de um bom exercício de transcrição, digo, investigação do comunicado, ai, material preparado pelo assessor de imprensa, desculpem, jornalista. Até aquele pormenor das cartas terem sido enviadas sem aviso de recepção,  detalhe naturalmente ao dispor de qualquer jornalista, que dá margem para o papel de sonso,  agora na moda, do não sabia e, mais importante, mostrando que não existe possibilidade de mostrar que a notificação existiu. Ou se calhar existe, já que os serviços do estado não contactam os cidadãos sem tal registarem, mesmo que não exista registo válido judicialmente. É só uma questão do meticuloso jornalista querer procurar.

Bate tudo certo. Excepto aquela parte de ter pago o que não tinha que pagar. Como? Quem recebeu e a que título? E de o centro da questão não serem os serviços da Segurança Social mas sim o incumprimento fiscal por parte do primeiro-ministro.

Passos: “Em Portugal são relativamente poucos os cidadãos que pagam impostos”
As injustiças que o Governo quer corrigir são provocadas, em parte, pelo facto de apenas 40% dos portugueses pagarem impostos, e porque muitos fogem ao Fisco. É injusto, diz Passos Coelho. (Fevereiro de 2014).

Para além desta afirmação ser falsa, ó novidade,  vamos a ver, o cínico, autor deste e de outros discursos moralistas,  estava a falar dele próprio.

Expliquem agora a todos os que foram sujeitos a penhoras e outros apertos porque razão este cidadão que gosta de apontar o dedo aos outros passou ao lado das consequências. A existir erro nos serviços da Segurança Social, é aí que ele estará e não na suposta ausência de notificação. A que qual, de resto, não precisa de existir para que o dever em causa exista.

O arrependimento do antigo director o ISEG

premiei um escroque da pior espécie