Correndo o risco de ser meramente redundante e eventualmente abalroado por um marido violento em fúria, uso novamente este espaço para informar o país que Maria Luís Albuquerque mentiu ao país. E não, não estou a falar de swaps, da sobretaxa que ia ser devolvida ou do BES que não teria custos para os contribuintes. Desta vez o assunto é o Banif. Parece que não há matéria de relevo que envolva esta ex-ministra que não venha manchada de aldrabice.
Segundo noticia hoje o Público na sua primeira página, um fundo de investimento de Hong Kong terá feito uma oferta objectiva pelo Banif, que rondaria os 700 milhões de euros e incluía a possibilidade de manter abertos todos os balcões, minimizando assim o risco de despedimentos em massa, no Banif como na seguradora Açoreana.
A carta enviada pela Ample Harvest Investment Fund à geringonça anterior foi (caranguejola, se preferirem), até ao momento, omitida nas declarações que Passos Coelho, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque ou Carlos Costa fizeram sobre o caso e não consta da documentação disponibilizada aos deputados no âmbito da comissão política de inquérito. A confirmar-se, significa que o governo PSD/CDS-PP recusou uma solução para o Banif que permitiria um encaixe quase cinco vezes superior ao valor pago pelo Santander (150 milhões de euros) no final de 2015. Resultaria também em perdas inferiores para o Estado português, que se depara hoje com uma factura na casa dos três mil milhões de euros.
Tudo isto é relativo. O facto de ter existido uma proposta não garante, necessariamente, que se tratasse de uma boa proposta. Mas confirma que fomos enganados por Maria Luís Albuquerque, por Carlos Costa e pelo administrador do Estado no banco, António Varela, que por diversas vezes garantiram que nunca foram apresentadas propostas concretas, apenas manifestações de interesses. Mas este não foi um caso de manifestação de interesse. O fundo chinês queria efectivamente avançar com o negócio. Mas, por algum motivo, o anterior governo não só omitiu esta proposta, devidamente documentada nas Finanças e no Banco de Portugal, como se recusou a abrir um concurso público para o efeito e ainda enganou os portugueses. Resta saber porquê. Tenho a sensação que desta vez é mais do que aquele impulso passista para a mentira compulsiva.
Sou a favor da pena de morte como via de limpeza na sociedade de pulhas politicos e aldrabões.
ATÉ QUANDO CATILINA ?