A muito difícil relação de Braga com as árvores

braga_arvores

A bimilenar cidade de Braga, opcionalmente conhecida como Bracara Augusta, cidade dos arcebispos, Roma portuguesa ou ainda cidade dos cinco pês tem, desde há décadas, uma tenebrosa relação com as árvores, jardins e, em geral, espaços onde os automóveis não entram.
Pelo contrário, no período pato-bravista que vem dos anos quentes do 25 de Abril até aos dias que correm (e noites, vai-se já ver), tem sido um rasgar de avenidas e circuitos para automóveis nas freguesias do perímetro urbano da mui condigna cidade brácara, outrora um conjuntos de quintas e ruelas.
Se há semanas algumas árvores que aparentemente haviam danificado os passeios foram depostas para, impunemente, dar lugar a painéis publicitários – pagos pelo beneficiário – agora é a vez de, no escurinho do entardecer, duas mãos cheias de árvores serem derrubadas para darem lugar a mais um supermercado.
É mais um supermercado a nascer junto de uma das principais entradas da cidade (a rotunda Santos da Cunha/EN 14/Avenida Imaculada Conceição).
Dá gosto ver gente a correr num ímpeto comercialesco num momento em que, na dezena de “shoppings” da zona central da cidade, há em todos eles lojas encerradas.
O que causa mais impressão em alguns bracarenses é o porquê de a obra do novo supermercado estar a ser realizada já fora da luz do dia, de forma repentina e sem que no local existam sequer placas para reorientar o tráfego.
Surgem já relatos de moradores da zona que, no regresso a casa, vão parar dentro do que já é um estaleiro.
De manhã eram ruas de mau asfalto e terra mal batida.
À tarde  é já um estaleiro.
Já não há árvores.
É bom viver em Braga.

Comments

  1. Nascimento says:

    Ora Atão já não se pode “trabalhar” até assim mais pra noitinha 😁?Se calha inte foi num daqueles intervalos das “noticias” dos merdias….

  2. bronco says:

    Ó Nascimento, o que é que ainda andas aqui a fazer? Já não te mandei apanhar no ?

  3. António says:

    Dário Silva mais respeito quando falas de Braga uma coisa é o respeito pelas árvores pelo qual tenho o máximo outra coisa é para referires isso insultares Braga e os Bracarenses com essa treta dos 5P´s põe-te fino!

    • Agostinho Miguel says:

      Oh amigo António: ” escondendo ” não existe? Não falando esquece? Os
      ” 5 p’s” existem, sempre existirão e os Bracarenses têm a obrigação, por acções e imaginação, subsituir a jocosidade inventada, por algo moderno e adequado as ” Gentes Minhotas “…

      • António says:

        Isso foi uma estupidez inventada por alguém que não gosta da cidade, basta ver a credibilidade do site que faz essa referencia.
        Se agora as pessoas o começarem a chamar Troglodita (com todo o respeito pelos Trogloditas) porque insulta as cidades e as pessoas que nela habitam nos seus textos, acha bem? Pela sua lógica agora só tem de «substituir a jocosidade inventada, por algo moderno» e adequado a si.

  4. Miguel Ribeiro says:

    Realmente é deprimente o cenário e o mais certo foi toda essa madeira ir parar a casa de algum maioral ou outra figura de cartaz importante aqui no burgo. Das obras já nem falo porque a pressa é tanta que até estranho. As ruas pensei que eram do domínio público e segundo me disseram são mesmo mas até disso quem está a fazer a obra se apoderou, não entendo nada disto. É um país sem rei nem roque.

Trackbacks

  1. […] já o disse aqui, é uma cidade sem árvores, com poucas árvores, com cada vez menos árvores. Não me lembro da última vez que se plantaram árvores na cidade, ou porque não veio nos jornais, […]

  2. […] votada ao abandono. O centro da cidade, dita cidade do comércio, está como se (não) vê. As grandes superfícies comerciais continuam a proliferar enquanto o comércio tradicional definha na escuridão. Acresce a isto a não existência de uma […]

  3. […] a São Victor, bem-vindos às traseiras da Rua do Souto e da Avenida da Liberdade. Bem-vindos à cidade de que ninguém gosta. Bem-vindos à cidade onde as pessoas se queixam de, num 4 de Dezembro, ainda não haverem luzes de […]

  4. […] Braga-cidade detesta árvores. Imagino porque estas não dão lucro, tanto lucro como, por exemplo, os painéis de publicidade, as plaquinhas de sinalização das lojinhas dos amiguinhos do status quo. […]

  5. […] com o barulho, mas não se queixam com o corte desenfreado de árvores do centro da cidade, nem com as podas que se escrevem como se escrevia pharmácia… Em Braga, reclama-se ate com Deus e com o Diabo, […]

  6. […] Em que outra cidade portuguesa se inauguram placas comemorativas de uma inauguração? Bem-vindos a Braga! […]

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading