Os segredos de Lionel Messi

Para desfrutar do futebol positivo do argentino na goleada por 5-0 frente ao Celta de Vigo.
O golo de Neymar e o último do argentino chegam a ser ridículos de tão bem conseguidos do ponto de vista técnico. Não é fácil brincar com o centro de gravidade do guarda-redes.

Quais são os segredos do futebol redondinho do jogador argentino?


Em primeiro lugar uma sala de máquinas no meio-campo que lhe permite concentrar-se exclusivamente na sua função de criativo, ora retirando-lhe tarefas defensivas, ora puxando o argentino para o jogo através da estratégia do “terceiro homem” quando as marcações são impiedosas ou quando o argentino se esconde do jogo. Uma das virtudes da passagem de Pep Guardiola por Barcelona centrou-se na necessidade que este teve (e treinou exaustivamente as transições e a circulação de bola ofensiva na primeira temporada) de criar processos de jogo compartilhados nos quais cada unidade tem uma função especifica em campo. Xavi fazia a transição e servia sempre de uma espécie de ancora quando a equipa era obrigada a reconstruir novamente. Andrés Iniesta é o cérebro dinâmico que com a sua técnica individual, rotação posicional conforme o contexto do jogo puxa a vasculação defensiva adversária para as suas acções, libertando com a sua função o argentino para os terrenos onde é mais desequilibrador (sem contudo ter que descartar-se como um desequilibrador nato e sem esgotar a panóplia de processos que esta equipa do Barça executa com mestria há vários anos). O uruguaio Luis Suárez é o avançado perfeito para esta mecânica de jogo pela sua capacidade de desmarcação, pelas sua capacidade de finta quando a equipa precisa que ele resolva, pela sua capacidade de finalização e acima de tudo pelos espaços vitais que ele abre no corredor central com as suas movimentações, possibilitando ao argentino o imprescindível corredor para ele entrar e finalizar no seu clássico remate em arco da zona da meia-lua.

Em segundo lugar uma qualidade técnica altamente apurada nos capítulos do drible (rapidez, mudança de direcção quando é necessária) e do remate, qualidade possibilitada por índices bastante desenvolvidos de agilidade, destreza e flexibilidade e naturalmente por um baixíssimo centro de gravidade.

Em terceiro lugar: o argentino joga sempre com base na imaginação, no limite da acção. O drible curtinho possibilitado pelas características técnicas e físicas que acabei de enunciar aliado a uma noção que o argentino possui sobre a força que deve empregar na bola quando está a fintar, fazem com que seja sempre muito difícil ao adversário prever o que é o argentino vai fazer com a bola e escolher o timing perfeito de tackle. Isso é o limite da acção. O argentino sabe como fintar o adversário assim como sabe nas suas penetrações direita-centro dar aquele toque adiantado que leva o adversário a cair na finta ou na pior das hipóteses a cometer falta. Em qualquer uma destas situações, o argentino como exímio batedor de bolas paradas que é consegue sempre tirar benefícios das suas acções.

Comments

  1. Os mistérios da Atlântida says:

    Já a seguir, só para si, só no Aventar …
    Os mistérios da Atlântida !!

  2. Paulo Marques says:

    Eu a pensar que os segredos iam ser as contas nos paraísos fiscais…

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