Pókemon GO? Vamos!

Snapshot Pókemon Go em Iphone

Snapshot Pókemon Go em Iphone

O Pókemon GO está nas bocas do mundo. É um vício para todos os que o experimentam e um dos jogos mais interessantes e revolucionários de todos os tempos. É a primeira vez que um jogo de telemóvel transporta as pessoas para fora da sua zona de conforto, obrigando-as a ir para fora de casa, para longe do sofá. Pela primeira vez na história da humanidade o mundo virtual precisa do mundo real. É como se Deus descesse à terra para falar com os fiéis.

A série animada de TV Pókemon criada em no dia 1 de Abril de 1997, surge agora em versão de vídeojogo de realidade aumentada. Nos últimos dias, a nova aplicação já cativou milhares de pessoas e tem sido um sucesso pelo mundo inteiro. Quanto mais um jogador caminhar por sítios emblemáticos de uma cidade, mais hipóteses terá de encontrar os lugares estratégicos para capturar os Pókemons. O mais surpreendente desta aplicação é o recurso à geolocalização, onde o mapa virtual no telemóvel representa na integra o espaço em que o jogador se encontra na realidade. Se fosse xadrez o mundo era o tabuleiro. E você, caro jogador, o rei branco. [Read more…]

hoje não me apetece sentir

não me apetece sentir

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OUVIR



Encontrou-a caída no chão exatamente no mesmo lugar onde, longe dali, ela percebeu que lhe faltava.

Também foi assim quando que se encontraram pela primeira vez. Sabendo tudo um do outro. Desconhecendo quem eram.

Por algum mistério conseguiam os dois ver a mesma coisa quando estavam longe um do outro. Como se habitassem o mesmo corpo. Como se fossem um só. O mais estranho é que isso só acontecia quando estavam em lugares diferentes, o dom desaparecia quando ficavam perto. Como não sabiam bem a que distância isso começava a acontecer, às vezes davam de caras um com o outro. Então paravam, a uma distância segura, fitavam-se numa espécie de cerimonial bailado, rodavam lentamente mantendo o diâmetro da distância entre eles. Um esboço de sorriso, às vezes nem isso, e seguiam. Uma vez, sem querer, tocaram-se. Foi aí que tudo mudou.

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Em cada mulher, uma super mulher

Na espuma do dia de hoje, o dia internacional da mulher, o Governo vai propor aos parceiros sociais medidas que promovam a representação equilibrada de mulheres e homens nos conselhos de administração das empresas. Mais mulheres vão representar incentivo às empresas que promovam a igualdade. Menos, penalizações para quem não o faça.
Mas fica a eterna questão: serão as quotas uma medida de igualdade ou uma penalização para as mulheres que efetivamente têm capacidades? Confesso que quando analisei as listas de candidatos a deputados fiquei quase sempre a pensar se o 3º elemento estaria lá por mérito ou por género. A quotas parecem-se às vezes mais com uma ofensa que com um direito.

41 anos depois da ONU o ter instituído há quem brinque e há também quem acredite que o “dia da mulher” já não faz sentido. A desigualdade em Portugal está démodé, dizem alguns. Quer um reality check? Em Portugal a situação da desigualdade de género não é um assunto sério mas ainda existe. Enquanto este “ainda” não desaparecer o dia continua a fazer sentido. Para os que precisam de memória fica a sugestão de um projecto recente – Mulher não entra – pensado inteiramente por homens, que alerta para situações em que as mulheres ficam de fora.

A mulher tem lugar central na música de Chico Buarque. “Todos os musicais dos Chico Buarque em Noventa minutos” é uma peça do compositor e escritor brasileiro que está em cena no Porto e em Lisboa. Dez anos depois do sucesso da “Ópera do Malandro”, a dupla de criadores brasileiros Charles Möeller e Cláudio Botelho regressa a Portugal com uma nova produção que promete uma fantástica viagem pelas mais belas canções do músico brasileiro, escritas para musicais como “Gota d’Água”, “O Corsário do Rei” ou “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Marque na agenda, a homenagem ao compositor chega nos dias 8 e 9 de março ao Coliseu do Porto e nos dias 11 e 12 de março ao Campo Pequeno, em Lisboa.

 

A Guerra Financeira 

Sobre o cavalo de Troika apenas a dizer que a inspiração vem certa. Antes eram cavalos, depois exércitos, depois ameaças de holocausto. Agora: agências de notação financeira. 

Sem corpos. A guerra do futuro. 

Último Eco

No último livro, na última página, na última frase, à frente da última palavra está o último ponto. “Sol”, ponto final. Número zero.

  

O homem que voa

  Eu sou o homem que voa.  

Antes apenas andava e às vezes corria mas agora sei voar. Aprendi ontem à noite com o bater das badaladas. Esteve sempre ali à minha frente e eu passei este tempo todo, quase 50 anos, agarrado ao chão, e é tão fácil. 

Antes eu era apenas o homem que queria voar. Mas só não voava porque dizia isso da boca para fora. – “O que eu queria mesmo era voar” – dizia eu, como se o meu desejo fosse apenas uma coisa feita para impressionar os outros e não uma vontade realmente própria. Se assim não fosse, há já muito tempo que andaria pelos ares. A fazer razias aos arranha-céus, a ver os campos de arroz crescer, a ver as carecas escondidas dos homens altos. 

O segredo está nas asas, ou melhor, em não querer ter asas. Isso é para o voo dos pássaros e dos aviões. Os homens não voam assim. 

Mas é tão fácil. Tão perto. Tão simples. Que não se consegue perceber porque é que ainda não andamos todos pelo ar.

Fábula em forma de foto sobre um desejo de ano novo feliz 

Sombra garra

Aí no silêncio onde moras
à luz oblíqua de outono
Sou teu íntimo felino
da Garra da tua sombra
Mago devoto na tua luz
Improvavel profeta
ecrã impossível
tocata e fuga
e som

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Falar contigo era melhor

Há coisas que acontecem só para que se cumpram profecias.

Hoje na terra dele, Coimbra essa, um grupo de aventadores ponto eu (que bonito escrito assim) juntaram-se para uma homenagem. À tua memória parvalhão. Porque é que o poder de convocatória aumenta com a morte é um mistério insondável para mim.

Nunca tinha estado lá (cá). No aventar quase só naveguei contigo e agora aparece-me mais. Agora que já não estás (será que é por isso?) não há tempo a perder.

Neófito e caloiro. Nas lógicas iniciáticas os que chegam depois ficam sempre à mercê dos circunstantes. Coisas de chegar tarde? O almoço (encontro) foi bonito. Foi não foi? “Para os camaradas e para os outros” repetia  uma voz que amava repetir-se sem saber. E era bela.

Já quase no fim eles chegaram e tiraram-nos fotografias. Como se tivéssemos estado sempre juntos.
– João, foi um belo dia de novembro este. Podias cá ter estado. Não tinhas perdido nada.

Aí do outro lado como é?  Estamos todos curiosos para saber como “te las arreglas sin nosotros”?  Mas deve ser uma grande folia à mesma.

Sabes?… falar de ti tem sido bom. Mas falar contigo era melhor.  [Read more…]

Homenagem JJ


Almoço em Coimbra em homenagem ao João José Cardoso

O escurinho do cinema

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Está bem que os tempos são outros e agora há a Internet, e o DVD, e Home Cinema, o THX, o DTS, o High-Tech e muito mais. Mas o que é certo é que o brilho do grande ecrã é outra coisa! E para namorar não há nada que iguale um convite para o cinema. Agora, com o encerramento das salas Castello Lopes há cidades importantes, até capitais de distrito, sem cinema comercial. Como vai ser? A civilização estará a andar para trás.

Foi muitas vezes no “escurinho do cinema” que a mão dele tocou na dela pela primeira vez. Eu já me casei por causa disso! Os meus filhos seriam outros se naquele dia eu não tenho ido à sala 2 dos cinemas avenida com a mãe deles. Aquela privacidade-pública-cúmplice não tem comparação com nenhum sistema de alta fidelidade. O cigarro ao intervalo. As pipocas na fila da frente. A tosse ao lado. O cinema é o teatro democrático do convívio humano. É a arena da bondade onde as pessoas de juntam para contemplar, para se divertirem e pensarem em conjunto. É a anti-arena. Uma marca da grandeza da civilização humana. Simples e bonita.

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www.donanza.com

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Encontrei o Paulo esta semana à porta da festa de Natal da minha filha. Já não o via há mais de um ano desde quando Dias Ferreira apresentou a candidatura a presidente do Sporting em Coimbra e ele me assistiu nas coordenadas cénicas do evento.
Convivi com ele sempre por assuntos de espétaculo. Desde os tempos da Associação Académica, nos anos 90; ele, no Centro de Estudos Fotográficos sofria com as tiranias do Albano enquanto eu, na Rádio Universidade, sofria com as democracias de todos os sócios.
O Paulo é uma espécie de trendy descuidado que alterna brilho com diletância visando um único objetivo: viver o melhor possível com o menor esforço. Confesso que quanto mais o tempo passa mais me agrada essa ideia.
Foi a propósito deste rendez vouz natalício, à porta do Teatro Gil Vicente, outrora palco de muitas noites de boémia e agora transformado em altar da responsabilidade parental que a conversa apareceu.
Como é que vais? O pá! O governo isto e aquilo! Enganam a malta. Incompetentes mentirosos, e os impostos e as dívidas e o camandro e vai daí, atiro com um cliché dos tempos da troika: vamos acabar todos a emigrar! Surpresa. O Paulo, no desengonço feliz de sempre, responde. Não é preciso! Eu emigrei cá dentro. Neste país só não trabalha quem não quer.
Eh pá explica-te lá melhor. Isto não batia certo. Adianta-se: Portugal tem uma estrutura física de internet do melhor que há no mundo e os empregos estão em toda a parte. Com a vantagem de levarmos horas de vantagem em fuso horário. [Read more…]

Ir para fora cá dentro

ImageOs sucessivos líderes políticos criaram um sistema que resolveu, durante décadas, todos os nossos problemas. Mas quem nos deu tudo secou tudo à nossa volta

O António trabalha na suíça numa pastelaria. O patrão diz que é o melhor empregado que já teve, e diz mais: Os portugueses são os melhores trabalhadores que há lá na terra dos cantões. António já fazia o mesmo na padaria Miranda em Freixo de Espada à Cinta, mas nota uma diferença fundamental – Aqui tenho mesmo que trabalhar, não conheço ninguém. Estou entregue a mim próprio.
O Rui trabalhava em Coimbra na construção civil mas regressou a Toronto no Canadá. Foi a família que o devolveu a Portugal num turbilhão de emoções feitas de barrigas de freira, crédito bancário e pasteis de Tentúgal. Quando a crise entrou foi-se outra vez embora. Ninguém lhe pagava. Os anos que viveu na Lusa Atenas foram feitos alegria, projetos sem orçamento, sol e praia, trabalhos a mais, simpatia e incompetência.

O problema de Portugal não é uma questão económica. É um questão de atitude. Qualquer trabalhador português emigrado é um Cristiano Ronaldo da vida. Pasteleiros na Suíça! Golo. Trolhas no Canadá! Vai buscar! Futebolistas em toda a parte? É sempre a aviar. Mas cá dentro, como sempre fizeram tudo por nós, ficámos uns calaceiros incorrigíveis. Só funcionamos bem quando estamos órfãos. [Read more…]