Lá está, Ana Paula Vitorino empoleirada no cargo de presidente do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). O mandato tem a duração de seis anos e o Conselho de Ministros considera que a deputada do PS tem “idoneidade, competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas ao exercício das respetivas funções”, evidenciadas pelo seu currículo.
Pois APV terá a maior competência técnica, mas, para um cargo destes, isso não basta. Segundo a associação Transparência e Integridade, está em causa um “conflito de interesses” por “Ana Paula Vitorino poder vir a pronunciar-se sobre o que a ministra Ana Paula Vitorino fez. Ainda que já esteja fora do Governo há cerca de ano e meio, ainda poderá ter que tomar uma posição relativa às suas anteriores decisões no Executivo”, defendeu, em declarações ao Expresso, Susana Coroado, presidente da associação.
Por outro lado, o deputado do PSD, Carlos Silva veio denunciar a promiscuidade de interesses pela ligação da ex-ministra ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Não é só o facto em si; é chocante a argumentação apresentada por APV em resposta à acusação: “Enquanto mulher não aceito nem aqui nem em qualquer sítio que ponham em causa a minha capacidade e independência por viver seja com quem for [com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita]”. “Isso chama-se machismo e misoginia”.
Ora, aproveitar a boleia de uma causa justa, como é a do necessário combate ao machismo, para escamotear a questão colocada, a saber, a promiscuidade de interesses, dá-nos uma dimensão dos critérios da sra. ex-ministra. [Read more…]
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