Negócio das Arábias

O ano é 2023. Dezenas de futebolistas, investidores do Ocidente, empresários económico-moralistas, emigram para a Arábia Saudita, onde os esperam centenas de milhões de dólares a troco de muito pouco: os sauditas pagam os milhões, os pobres emigras lavam a imagem do regime sanguinário. É tudo lindo e maravilhoso, porque afinal é preciso ganhar-se dinheiro e afinal qual é o mal de branquear uma das mais tenebrosas ditaduras a troco de milhões de dólares? E com isto até podemos vir a trazer petróleo mais barato. É uma situação “win-win”! Vocês, também…

O ano é 2057. A Arábia Saudita invade mais uma vez o Bahrein. Chama-lhe “Operação Militar Especial” e diz que tem por objectivo “acabar com o fundamentalismo religioso”.

Fotografia: The Guardian

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“Começaste por dar um rico exemplo…”

Nos inícios de carreira, o meu pai, que partilhava um gabinete de arquitectura com outros colegas, decidiu forrar de novo a prancha do seu estirador, com o seu habitual meticuloso cuidado.

Dava gosto ver aquele forro liso, imaculado, de vincos e dobras perfeitos, a contrastar com os estiradores dos demais colegas, já cheios de esquissos, apontamentos, contas e outras anotações sarrabiscadas.

De modo a evitar que o mesmo se passasse naquele primor de forro acabado de fazer, colocou no canto superior direito o seguinte aviso: “É favor não escrever neste forro”.

No dia seguinte, quando se sentou frente ao trabalho, apercebeu-se do seguinte escrito, logo abaixo do predito aviso: “Começaste por dar um rico exemplo…”.

Lembrei-me deste episódio, que o meu pai contava com um sorriso próprio de quem aprecia o humor, mesmo quando se é o alvo, quando este fim-de-semana ouvi António Costa dizer que os políticos têm de respeitar a maioria absoluta conferida pelo povo ao PS. [Read more…]

Os gays aceitam esta vergonha?

O PS diz que aprova o casamento gay mas deixa de fora a “…adopção atendendo ao superior interesse das crianças…”

Eu nunca disse isto, tenho dúvidas, não percebo o interesse na palavra “casamento” mas enfim, se as pessoas são mais felizes…

Quanto à adopção, e depois de umas belas conversas com as meninas da Jugular, estou profundamente crente que o mais importante é o caracter das pessoas, não a sua orientação sexual.

Vir do seu próprio campo o mais vergonhoso, rasteiro e afrontoso argumento é que me deixa em paz, tantas foram as vezes que me chamaram homofóbico.

Os senhores deputados da quota do Simplex, não se demitem? Não deixem assim, um pobre cidadão, que teve a honestidade de colocar dúvidas, mas que se modificou e muito, em relação a estes temas. Mudei de ideias por ser fraquinho nas minhas convicções? Do lado dos homossexuais porta vozes, só havia ambição?

Eu é que me sinto incomodado por alguem vir dizer que “…o superior interesse das crianças…” não fica salvaguardado com a adopção por homossexuais?

Eu, o homofóbico?