E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão? (III)

Guardas de uma cadeia no Nevada, EUA, são acusados de terem instigado presidiários a lutarem ao estilo dos gladiadores. A morte de um recluso está a ser investigada.” (JN)

FNE volta a tentar

Nuno Crato perdeu a cara com esta trapalhada do acordo com a FNE. E ao contrário do que a FNE esperava, os professores continuam muito mobilizados, o que tem uma explicação simples – os professores estão contra a prova, pela prova e não por ser um instrumento para aplicar aos professores mais novos ou aos mais velhos. É evidente um mobilização muito forte nas escolas e a derrota da prova de Nuno Crato era uma situação muito provável. Quer porque os tribunais irão dar razão à FENPROF, quer porque os professores irão faltar no dia 18.

O lema geral, por todo o lado é: não vigiamos, não corrigimos.

E Nuno Crato sabia isto.

Oficialmente, a FNE diz que em vez de ter 100 mortos, só terá 50 e por isso salva 50 vidas. É um argumento pouco consistente, porque tem dois problemas: retira o argumento fundamental contra a prova propriamente dita e deixa de fora os docentes mais frágeis.

Por outro lado, a FNE, numa aposta claramente partidária, opta pelo PSD, deixando de fora os outros sindicatos. A FNE estava desde a semana passada envolvida num processo de luta com outros sindicatos e, sem dar cavaco às tropas, avançou sozinha. Nem um telefonema, nem um simples sms. Os Dirigentes da FNE, tiveram, por isso, um comportamento deplorável e, quanto a isso, não há cosmética que resista.

 

Atravessar a ponte

Pode chover, mas quero acreditar que o S. Pedro vai estar do lado certo da história.ponte_infante

Pode acontecer também, que algum medricas como eu, tenha medo das alturas.

Pode também haver uma ou outra pessoa que concorde com o roubo que o governo está a fazer a quem trabalha e até a quem já deixou de trabalhar.

Pode até existir uma ou outra pessoa que não consiga observar grande eficácia neste tipo de lutas.

Pode tudo!

Mas, amanhã de tarde, como por vezes acontece nas nossas vidas, há dois lados. O lado de lá e o lado de cá. A pé, pela Ponte do Infante vamos procurar unir dois lados com uma Marcha de energia positiva que aponta caminhos diferentes – não estamos, claro, todos a dizer as mesmas coisas. Para alguns a solução está num pinheiro, para outros teria que ser a floresta toda.

Para mim é simples: nasci depois do 25 de Abril e tenho consciências plena que o povo conseguiu construir um país melhor para mim e para os meus. Da luta, muitas vezes na rua, nasceu um país com um fantástico sistema nacional de saúde, com uma Escola Pública, cheia de defeitos, mas das mais eficazes da Europa, uma Segurança Social de todos e para todos.

A direita no poder e quem a apoia não suportam que os pobres possam ser gente. Não admitem que os pobres possam ser tratados nos mesmos hospitais, tenham acesso à mesma escola pública, tenham a mesma dignidade na reforma.

Não admitem que os pobres possam atravessar a ponte da ascensão social. E, caros amigos, é APENAS isto que está em cima da mesa: um ajuste com as conquistas dos meus pais!

Por eles, mas fundamentalmente pelos meus filhos, vou atravessar a ponte.

Os putos

Os últimos dias devem ter sido os mais surreais de que há memória na história política portuguesa. De um lado, um primeiro-ministro morto, do outro um ministro de Estado suicida e um Presidente da República que. Sim, que. Ninguém consegue perceber muito bem o que vai na cabeça daquele senhor para não ter ainda demitido o governo e convocado eleições antecipadas. O que move esta gente? Bem, vamos por partes. [Read more…]

Os dias que vivemos são como os de Allende

Allende

Os dias que vivemos são delicados: dois partidos neoliberais disputam o poder, vários partidos radicais tentam mas não têm força. Lembremos o que um dos países viveu em dias como este, em que falar é delicado e escrever, pior. Mas quem não se arrisca, perde tudo, incluindo pessoas de bem, maltratados pelos seus ditos compinchas.

Viví isto, este abandono e solidão, em campo de concentração faz já quase 40 anos, e nesse continente. Mas por quem o fiz, nem todo o ouro do mundo podia pagar a sua honra: [Read more…]

Os jogos Olímpicos já começaram?

O Rio de Janeiro está a ferro e fogo por causa de uma guerra entre traficantes. O nível de violência é muito superior às guerras anteriores e habituais naquela cidade.

 

A guerra entre bandidos do Comando Vermelho e dos Amigos dos Amigos provocou já a morte de 12 pessoas e dez autocarros foram incendiados. A capacidade bélica já levou ao abate de um helicóptero, o que quer dizer que os gangs estão armados para uma guerrinha urbana e não, sòmente, para uma luta inter favelas.

 

O Presidente Lula, que recebeu há duas semanas a grande notícia que os Jogos Olímpicos foram atribuídos ao Rio, tenta remediar a má publicidade, anunciando que vai comprar helicópteros blindados por forma a não serem derrubados pela metralha dos gangs.

 

Como se previa e muitos lembraram, a guerra e a violência no Rio de Janeiro vai ser uma das maiores dores de cabeça das autoridades, para que em 2010 os Jogos se realizem em paz e

harmonia.

 

Muitos, aqui no Aventar, acharam pouco razoável que no meio dos festejos se trouxesse à discussão a violência que  grassa há muito tempo na cidade e que é endógena. Não é um epifenómeno, que aparece e que pode ser  controlado por representar a causa-efeito de um qualquer negócio de tráfico de droga que corre mal. Não, a violência no Rio, faz parte do modo de vida, da forma como as pessoas se movimentam, interagem e coabitam.

 

Ora, essa violência não termina porque se compram mais hlicópteros blindados, ou se colocam mais polícias na rua. Não acaba assim! Acaba com a erradicação das questões sociais que estão na sua base. A pobreza e a injusta repartição do rendimento.

 

O que não se consegue até 2010!