A obra pela obra (1)

A estrada que atravessa o Pranto, em direcção à Vinha da Rainha, no concelho de Soure, foi objecto de obras. Uma das mais belas estradas do concelho foi decapitada da sua beleza.

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Em lume brando…

Não. Lisboa é uma bela cidade. O que defendo é o uso de uma bomba de neutrões, de modo a preservar o magnífico património edificado”. Foi esta a resposta que formatei para dar nessas ocasiões. Quando a pergunta não é séria, sinto-me desobrigado de responder a sério.

Obviamente, eu também não quero Lisboa a arder. Deus nos livre, já imaginaram os custos de a recuperar? Já bastou a fortuna da Expo 98…É a minha resposta aos mesmos amigos a que se refere Jorge Fiel.

O artigo em causa, de leitura obrigatória, coloca as coisas como elas são. A cidade de Lisboa, por culpa de uns quantos e alguns deles do Norte, é uma espécie de ralo neste lavatório em que se transformou Portugal. Repetindo o que escreveu o Subdirector do JN: o Norte é a região mais pobre do país, apesar de ser a que mais contribui para a riqueza nacional, com 28,3% do PIB. Por ser a região mais pobre e tendo em conta o objectivo de convergência dos fundos comunitários (aproximar as regiões mais pobres das mais ricas) é uma vergonha, uma pulhice aquilo que hoje se pode ler na página 2 do JN. E se percebi bem algo que li a correr um destes dias num rodapé televisivo, o Ministério das Finanças já se prepara para avocar a gestão das verbas do QREN, o que me leva a temer o pior…

Olhem, só me resta concluir como Jorge Fiel: “Nós não queremos mesmo Lisboa a ser consumida pelas labaredas. O que nós queremos é dizer, em voz bem alta, que estamos fartos de ser chulados“.

Especialistas QREN (Quadros de Apoio Comunitários)

Os “especialistas QREN” são aquela gente irrequieta e metediça, que gasta o seu tempo a farejar nos sítios por onde escorre o dinheiro. Tal como o drogado faz com a droga, o especialista QREN, “chupa” o dinheiro onde o pode encontrar, não se importando se faz bem ou mal. Estes especialistas, viciados na captura de dinheiro fácil, também têm o seu “Casal Ventoso“. Só que à volta não há barracas, e maltrapillhos, mas prédios modernos de escritórios, e muita gente de fato e colarinho branco. Estes especialistas desenvolveram técnicas de saque de dinheiros públicos, à vista de toda a gente, sem o menor constrangimento. [Read more…]

Quem não berra não come

Os fundos comunitários desviados das regiões mais pobres para Lisboa já ultrapassam 154 milhões de euros, o suficiente para construir três centros materno-infantis no Porto. Foi um aumento de seis milhões em meio ano, tendo o ritmo de aprovações abrandado.

In Jornal de Notícias

A isto não se chama desvio, concentração, opções políticas ou estratégicas. Nem sequer se chama ‘país a duas velocidades’. Chama-se uma vergonha!

Cada vez me convenço que, no seu jeito truculento, Alberto João Jardim tem razão. Quem não grita, quem não berra ou ameaça não come.

Sócrates, Comunicação e Fé:

Confesso, devo ter sido dos poucos bloggers que não viu a entrevista do PM.
Estava a assistir a um debate sobre o QREN. Paciência, terei de ver a gravação.
Mesmo assim, fui recebendo uns sms. Num deles, o escriba de serviço colocou: “Espectacular, o homem domina as técnicas de comunicação”. Escrito por um perigoso “fassista” da minha área profissional, a comunicação. Por sinal, um PSD daqueles que sabe o hino e tudo.
Curioso, nesta palestra, a dada altura, um dos oradores decidiu falar de comunicação, aproveitando o embalo para criticar os jornalistas. Não querendo maçar os leitores e não pretendendo entrar em polémicas (já bastou a minha opinião sobre o Vasco Lourenço, ehehehe) dei por mim a concluir que o orador em causa percebia tanto de comunicação como eu de física quântica. Queixava-se de uma medida avançada pelo PM que, na realidade, é puramente virtual e mera propaganda, algo que ele denunciou e que a imprensa não lhe ligou. No ar pairou uma qualquer estratégia de censura pró-governamental. Escusado será dizer que a Manuela Moura Guedes desmente, religiosa e cabalmente, todas as sextas-feiras, mas enfim. Ficou a suspeita. Eu deveria ter explicado mas não o fiz. Não estava em minha casa e era mero acompanhante de convidado.
É fácil culpar os outros. E aqui chamo um bom exemplo que o desmente.
Recentemente passou um ano sobre uma campanha de comunicação feita com pés e cabeça. Pensada ao detalhe e que pretendia chamar a atenção para uma injustiça que este governo se preparava para cometer. Muitos diziam que não valia a pena, que a comunicação social não lhe pegaria pois estava “vendida” ao Governo (o caso Freeport ainda não estava em antena e o estado de graça de Sócrates perdurava) e, pasme-se, outros já tinham tentado. Esqueciam que mandar uns bitaites não conta. A campanha avançou na mesma.
Resultado: todos os órgãos de comunicação social lhe pegaram, deram o devido destaque, directos incluídos. A partir daí foi sempre sem parar, a população mexeu-se criando movimentos cívicos e o erro não foi cometido.
O problema é outro. A Comunicação está pejada de amadores que enganam os clientes convencendo-os que os jornalistas se compram com uma boa jantarada e um JB 15 ou resmas de páginas de publicidade. O cliente, por sua vez, pensa que com um powerpoint feito pelo estagiário-escravo de serviço e uma daquelas sessões de massagem cerebral a que chamam “conferência de imprensa” se consegue. É como aquele doente que prefere ir ao bruxo em vez de marcar consulta no médico. Depois, quando a enfermidade não passa culpam o médico ou, no caso presente, os jornalistas.
Na verdade, alguns ainda acreditam (ou preferem acreditar) que é com papas e bolos. Olhem, o Sócrates é que a sabe toda. Em questões de Comunicação não brinca. Claro está que um dia vai deixar de resultar pois “milagres” é domínio da fé e não da Comunicação.
(também AQUI)