Segundo avança a imprensa, Seguro parte em vantagem, por controlar o aparelho do PS. No entanto, qualquer pessoa que conheça minimamente os meandros partidários sabe que é fatualmente incorreto dizer-se que qualquer candidato domina o aparelho. Quando um candidato dá a impressão de dominar o aparelho partidário, o que se passa é exatamente o oposto: o aparelho domina o candidato
O aparelho, para sobreviver, precisa de massa acrítica em quantidade. É essa massa acrítica composta por cidadãos passivos e pouco instruídos que assegura ao aparelho os votos que permitem a sua sobrevivência, no confronto com os sectores da sociedade mais dinâmicos, ambiciosos e instruídos. A vantagem que os aparelhos têm tido sobre estes sectores da sociedade tem sido um dos principais esteios da política nos últimos 10 anos e manifestou-se em vários momentos, a começar pela fraquissima qualidade dos deputados e a culminar na péssima qualidade dos sucessivos governos. O domínio dos aparelhos sobre os partidos é um dos principais dramas da nossa democracia, sendo evidente que enquanto estas estruturas não forem desmanteladas, não vamos conseguir reformar o nosso sistema político.
Assim, quando vejo António José Seguro, um candidato dominado pelo aparelho, dizer que quer modernizar e arejar o PS, trazendo competência, inteligência e abrindo-o aos sectores mais dinâmicos da sociedade, ou seja, o exato oposto do que a generalidade da sua base de apoio quer, não posso deixar de pronunciar uma gargalhada mais ou menos incontida perante tamanha desfaçatez.
No entanto, estou disposto a dar uma oportunidade a António José Seguro. Por isso, lanço o desafio: Que alterações estatutárias vai AJS propor ao Congresso para concretizar o seu declarado desígnio? Ou será que AJS entende que o seu objectivo é alcançável com os actuais estatutos?
Seguro, a cópia apressada de um Passos para o PS com tom de reciclado. Assis, granito falante vincado a papel químico do timoneiro de má memória. “Só há dois tipos de adesivos, os que nunca colam e os que nunca saem”.
Tenho ouvido dizer exactamente o contrário, Assis tem com ele os apoiantes de Sócrates, entre os quais António Costa, com quem tem concertado posições, enquanto António José Seguro é o preferido das bases, e da Distrital de Braga, por acção de Mesquita Machado. Mas não conheço muito bem o PS, sei no entanto que costuma vencer quem controla a FAUL… Veremos se existe debate de ideias ou apenas alinhamentos de apoios. É cedo para se perceber…
Eu acho que eles deviam primeiro mostrar em quem os portugueses depositariam o seu voto se tivessem de escolher entre os dois. Admito que, apesar da sua mediatização, teriam de se dar a conhecer mais ao país através dos meios de comunicação, especialmente a TV. Porque, de que serve terem o apoio dos barões ou das bases se não tiverem o apoio dos portugueses? E essa informação não poderá influenciar a decisão final?